Observadores da COP29 se frustram com menções “insuficientes” do G20 sobre financiamento climático

A declaração final do G20 não reduziu a frustração de observadores com impasses nas negociações sobre financiamento climático; países seguem distantes de acordo sobre meta.

ClimaInfo

A cúpula de chefes de estado e governo do G20 no Rio de Janeiro não respondeu plenamente às incertezas de negociadores e observadores da COP29 de Baku. A declaração final do encontro, divulgada na última 2a feira (18/11), foi considerada insuficiente para destravar as discussões em torno da nova meta de financiamento climático pós-2025, destacou a Folha.

De forma genérica, a declaração indica que os líderes do G20 aguardam por “um desfecho bem-sucedido para o novo objetivo coletivo quantificado (NCQG)” e se comprometem a “apoiar a presidência da COP29 e a contribuir para negociações bem-sucedidas em Baku”.

O texto também sugere a “necessidade de aumentar a colaboração e o apoio internacionais, incluindo esforços para ampliar o financiamento climático e os investimentos públicos e privados destinados aos países em desenvolvimento”.

“Não teve nenhum comprometimento concreto, nenhuma sinalização por parte dos países desenvolvidos de algo que realmente pudesse destravar as coisas aqui [em Baku] em relação ao financiamento”, comentou Stela Herschmann, do Observatório do Clima.

Por outro lado, a menção do G20 à taxação de grandes fortunas agradou os observadores em Baku. “A menção oferece caminhos para materializar um acordo em torno do objetivo global de financiamento climático, definindo tal financiamento como público (especialmente em doações) e que seja direcionado a países em desenvolvimento”, disse Camila Jardim, do Greenpeace Brasil, ao site ((o)) eco.

O texto também frustrou aqueles que esperavam alguma sinalização do G20 sobre o compromisso assumido pelos países na COP28, no ano passado, para “se distanciar dos combustíveis fósseis”. Apesar de uma discreta menção ao compromisso, a declaração não mencionou explicitamente a necessidade de acabar com o consumo de energia fóssil.

“Evitaram mencionar explicitamente a transição dos fósseis devido à oposição de Arábia Saudita e Rússia”, avaliou David Waskow, do WRI, ao Valor.

Ricardo Stuckert/PR

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.

fourteen − three =