Em defesa dos povos indígenas do Brasil, 14 organizações da França enviam carta conjunta à Lula

Representantes de 14 organizações, coletivos e sindicatos, incluindo Autres Brésils, Greenpeace e France Amérique Latine (FAL), se reuniram na embaixada brasileira em Paris, nesta quinta-feira (19), para denunciar a escalada da violência e as violações dos direitos fundamentais das comunidades indígenas brasileiras. A carta será enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo os comunicados divulgados pelas associações envolvidas.

por Rfi

No documento, as entidades relembram o ataque ocorrido em novembro na reserva de Dourados, no Mato Grosso do Sul, onde uma manifestação pacífica foi violentamente reprimida pela polícia militar. E citam bombas de gás lacrimogêneo, tiros à queima-roupa e prisões arbitrárias que intensificaram o terror vivido pelas comunidades indígenas da região. A carta evidencia as condições alarmantes enfrentadas pelos povos indígenas Guarani-Kaiowá e Terena.

Os signatários enfatizam a necessidade urgente de ações concretas, incluindo a aceleração da demarcação de terras indígenas, o fortalecimento da capacidade do Ministério dos Povos Indígenas e da FUNAI. Os envolvidos pedem ainda em prol dos indígenas a ampliação do acesso a recursos essenciais, como água potável e saúde, e a garantia de proteção contra invasões e agressões.

As entidades engajadas ressaltam ainda que essas medidas são essenciais não apenas para garantir a sobrevivência desses povos, mas também para fortalecer a credibilidade internacional do Brasil, especialmente na preparação para a COP30 em Belém, em 2025.

A ação é uma parceira das seguintes entidades: Amar Brasil, Attac, Autres Brésils, Collectif Bassines Non Merci 79, o CRID (Centro de Pesquisa e Informação para o Desenvolvimento da França), CSIA-Nitassinan (Comitê de Solidariedade com os Índios das Américas), France Amérique Latine, Greenpeace France, RED-Br (Rede Europeia pela Democracia no Brasil), Secours Catholique, Solidaires 79, Survival International, TEJE (Travailler Ensemble Jeunes et Engagé.es) e Union Syndicale Solidaires.

Membro dos povos indígenas Guarani-Kaiowá durante protesto em Brasília pela demarcação de terras (imagem ilustrativa). AP – Eraldo Peres

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