IBAMA multa BB, BNB e BSAS por financiarem desmatamento ilegal

O financiamento ilegal foi identificado em sete propriedades rurais de fazendeiros autuados por desobedecerem o embargo e por dificultarem a recuperação natural da vegetação nativa

ClimaInfo

Não é de hoje que se sabe que bancos financiam proprietários rurais envolvidos em desmatamento ilegal. A situação é ainda mais grave quando esses recursos são concedidos por instituições financeiras públicas. Agora, enfim, começam a surgir punições aos financiadores.

O IBAMA deflagrou a operação Caixa-Forte, cujo objetivo é punir instituições financeiras que concederam crédito rural para fazendas embargadas por desmatamento ilegal, o que contraria a legislação ambiental e as normas do Conselho Monetário Nacional (CNM). E multou o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco da Amazônia (BASA) em R$ 3,6 milhões por oferecem crédito a proprietários rurais acusados de desmatamento ilegal no Cerrado, informam FolhaO GloboPoder 360g1 e ICL Notícias.

Os três bancos multados são estatais, instituições que costumam concentrar a maior parte da oferta de crédito rural. O IBAMA cruzou ofertas desses créditos com áreas embargadas e lavrou 10 autos de infração a três agências dos bancos estatais localizadas no Maranhão, Tocantins e Piauí.

O financiamento ilegal foi identificado em sete propriedades rurais, com total de 240 hectares de áreas embargadas por desmatamento. Os fazendeiros foram autuados por desobedecerem o embargo e por dificultarem a recuperação natural da vegetação nativa.

O Manual de Crédito Rural, conjunto de normas estabelecidas pelo CMN para o financiamento, proíbe que as instituições financeiras concedam empréstimos a pessoas físicas e jurídicas que possuam áreas embargadas por desmatamento. A consulta pública sobre as áreas embargadas fica disponível no site do IBAMA.

O BB negou irregularidades e disse que recorrerá da multa de R$ 2,754 milhões. O BNB, penalizado em R$ 850,2 mil, disse que averiguará o que ocorreu e “se manifestará conforme o prazo estabelecido”. Já o BASA, punido em R$ 30,5 mil, declarou que “adota um processo criterioso de análise socioambiental” nas operações de crédito rural.

A pergunta que não quer calar é: se os bancos seguem as regras, por que há dinheiro público financiando propriedades rurais com desmatamento?

 

  • Em tempo: O IBAMA ainda divulgou um balanço da Operação Xapiri, destinada a combater o garimpo ilegal na Amazônia, informam A Crítica e Amazonas Atual. Foram 31 balsas destruídas pelos agentes em um intervalo de cinco dias no rio Madeira. De acordo com o IBAMA, grande parte dessas estruturas foi encontrada nas Terras Indígenas Setemã e Arary. A operação foi coordenada pela FUNAI e teve apoio da Polícia Militar Ambiental.

Foto: Felipe Werneck/Ibama.

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