Fazendeiro é preso por dar apoio a garimpeiros no acesso à área Yanomami

Por  Redação BV News

A Polícia Federal em Roraima deflagrou, às 6h da manhã desta segunda-feira (13), a Operação Atalho. Estão sendo cumpridos dois mandados de busca e apreensão, deferidos pela Justiça Federal após representação de inquérito policial que investiga uma rede de apoio ao garimpo na Terra Indígena Yanomami – rio Uraricoera. O investigado D.B.T. foi preso em flagrante em sua residência em Boa Vista/RR, por usurpação do patrimônio da União – art. 2º da lei 8.176/91.

A prática criminosa investigada ocorre em uma fazenda localizada no Projeto de Assentamento Paredão, em Alto Alegre/RR. Há indícios de que o proprietário D.B.T, conhecido como Zé Bala, construiu uma estrada em um dos lotes que ocupa, exigindo pedágio a garimpeiros para terem acesso às margens do rio Uraricoera, via fluvial que dá acesso ao garimpo na Terra Indígena Yanomami. A investigação aponta cobrança de valores de R$ 100,00 a R$ 500,00 por veículos que fazem transporte de garimpeiros ou da logística do garimpo. Foi construído também um bloqueio com uma cancela na vicinal 6 do projeto de assentamento, forçando passagem pelo pedágio montado por D.B.T.

A investigação aponta que a fazenda objeto de busca e apreensão é utilizada por Zé Bala como ponto de apoio ao garimpo, com fornecimento de hospedagem, alimentação e depósito de materiais ilícitos a garimpeiros e outros envolvidos no garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. O domicílio do investigado em Boa Vista/RR também é objeto de busca e apreensão.

Há indícios de uso de capangas, com estrutura armada, para intimidação de pessoas para que paguem o pedágio cobrado.

Na residência do investigado em Boa Vista/RR foram apreendidos ouro (valor aproximado de R$ 40.000,00); 17 mil reais em dinheiro; dois telefones satelitais; uma balança de precisão; GPS; celulares; documentos e 31 carotes vazios para combustível. O trabalho na área rural continua em desenvolvimento, em ação integrada com o Exército Brasileiro. O preso foi encaminhado à penitenciária agrícola e ficará à disposição da Justiça Federal.

Imagem: Terra Indígena Yanomami. Foto de Marcos Wesley de Oliveira/ISA

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