Matam mais um índio – Nota da Coiab

A foto acima é uma representação, mas no interior do Brasil, em vários estados, e principalmente no Mato Grosso do Sul, os índios estão sendo mortos em nome da ganância do agronegócio. Não satisfeitos em deter já 62% das terras agricultáveis, os fazendeiros querem mais e mais, avançando para cima das terras indígenas, expulsando e provocando mortes. É tempo de a sociedade agir

Elaine Tavares – Palavras Insurgentes

Nota de Repúdio da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira aos ataques sofridos pelos indígenas do povo Guarani-Kaiowá do Tekohá Tey Jusu, município de Caarapó, Mato Grosso do Sul.

A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB)_* REPUDIA VEEMENTE os ataques contra os indígenas do povo Guarani-Kaiowá do Tekohá Tey Jusu, município de Caarapó, Mato Grosso do Sul, sofrida hoje (14 de junho), resultando em morte de um indígena e vários feridos.

Denunciamos novamente que nos últimos anos, o extermínio das populações indígenas desse país, principalmente no sul do Brasil seguiu sem parar, com mecanismos mais sutis e eficazes, acobertada pela chancela do Estado Brasileiro. As invasões das terras indígenas promovidas por grupos e setores, é referendada por um modelo de desenvolvimento entendido como o único capaz de promover o crescimento. Tem-se, assim, o massacre, a agressão, a discriminação,criminalização e o racismo contra as populações indígenas que vivem em áreas visadas para a expansão de um modelo de desenvolvimento baseado no agronegócio.

Não há uma discussão de ações afirmativas e políticas concretas de defesa e proteção dos direitos indígenas, para garantir as condições de existência e, o mais importante, assegurar as demarcações de terras tradicionais destes povos, condição sem precedente para a VIDA.

A COIAB exige que as autoridade competentes averiguem com rigor e com agilidade, as ameaças e os crimes cometidos contra os indígenas do Tekohá Tey Jusu, que os autores desse crime sejam julgados e condenados. Os povos indígenas da Amazônia Brasileira reiteram que é inaceitável e inadmissível continuar os ataques e o genocídio dos povos indígenas. Não ficaremos calados e de braços cruzados diante dessa violência vivida por nós há 516 anos.

Manaus-AM, 14 de junho de 2016.

Coordenação Executiva da COIAB

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