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Jagunços armados ocupam comunidades quilombolas em Codó para a exploração ilegal de madeira

No blog O Quarto Poder

O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar, dos municípios de Coroatá, Timbiras e Codó, fez uma grave denúncia contra a empresa Costa Pinto, que atualmente passou a ser identificada como TG Agroindústria Ltda. Eles acusam a empresa de estar se utilizando de jagunços armados para fazer a devastação de áreas das comunidades Cocal, Queimadas, Cacimba de Areia, Monta Barro e Três Irmãos, integrantes de uma Associação Quilombola, de associados da entidade de classe.

De acordo com informações da presidente da associação Mariana Romana, a empresa TG Agroindústria Ltda, cooptou os moradores Demir Pimenta, do povoado Cacimba da Areia e Raimundinho, do povoado Cocal e com um considerável número de jagunços com armamento pesado e de longo alcance e vários elementos, estão devastando áreas de madeira nobre, que estão sendo transportadas à noite para serrarias, que ainda não conseguiram identificar. A líder sindical destaca que é muita madeira de áreas que estão em processo de desapropriação para posterior regularização fundiária pelo INCRA.

As comunidades Queimadas, Monta Barro e Três Irmãos, organizadas em uma associação já possuem certificado de auto reconhecimento de quilombo pela Fundação Cultural Palmares, mesmo assim, diante do considerável número de jagunços da empresa TG Agroindústria, os trabalhadores e trabalhadoras rurais das comunidades estão sendo impedidas de brocarem as suas roças, a única atividade de subsistência das famílias.

O município de Codó está entre os mais violentos do Estado, com perseguição a lideranças comunitárias, há registros de várias mortes, incêndios de casas e roças e prisões arbitrárias tanto pela Polícia Militar e Polícia Civil, ameaças de mortes a vários padres e inclusive já atearam fogo em uma Igreja Católica. Segundo lideranças de outras comunidades a Polícia Militar constantemente exerce força de coerção a lideranças por interesses de políticos.

Inúmeras denúncias pesam sobre o deputado estadual César Pires, o atual prefeito Zito Rolim e o empresário Biné Figueirêdo, sendo que estes dois últimos já estiveram na lista negra do trabalho escravo.

Os quilombolas têm os seus processos de titulação de terras, postergados e até engavetados pelo INCRA, que à época do superintendente José Inácio Sodré, foram feitos acordos em defesa dos empresários exploradores. Por conta de inúmeros atos de improbidades, o ex-superintendente e hoje deputado estadual José Inácio Sodré é réu em processos na Justiça Federal pela pratica de improbidades no INCRA.

A maior decepção dos quilombolas é que esperavam que com a mudança de governo, eles poderiam merecer uma atenção e respeito aos seus direitos e dignidade humana, mas infelizmente a truculência, o arbítrio e a força policial opressora continua exercendo a violência e dando cobertura a empresas como a TG Agroindústria, que segue fazendo o que bem entende e com jagunços bem armados e explorando ilegalmente madeira de áreas de preservação ambiental e muito embora já tenham sido feitas várias denúncias, a indiferença das autoridades não são diferentes do governo passado.

Foto de João Zinclar

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