Gasolinaço inflama a revolta contra o governo mexicano

Por Tomi Mori, em Geosocialismo

O aumento do preço da gasolina, decretado pelo presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, acendeu uma revolta popular que já dura vários dias.

É a revolta popular contra o “gasolinazo”, divulgado pelo governo no dia 28 de dezembro, que foi acompanhado pela alta no preço do gás e da eletricidade.

Essas medidas afetam diretamente os bolsos da maioria pobre já que sua implementação leva a conhecida espiral inflacionária que, com o aumento dos preços de todos os produtos, diminui o poder aquisitivo da maioria da população. Um mecanismo simples e infernal de saqueio dos trabalhadores, camponeses, povos originários, jovens e, também, da classe média.

Desde sua divulgação a indignação se alastrou por todo o país, com protestos, manifestações, bloqueios de estradas em 29 dos 31 estados e, também, a capital federal, Cidade do México.

Motoristas, motoqueiros, estudantes, donas-de-casa, estão todos contra o governo de Peña Nieto e, inclusive, setores da igreja católica, pedem a renúncia do governante.

Em várias localidades ocorreram enfrentamentos entre a polícia e manifestantes. Com a polícia usando bombas de gás lacrimogêneo e, também, atirando contra as manifestações.

O incêndio popular é resultado de uma realidade social dominada pela corrupção em todos os níveis da sociedade mexicana, pela presença asfixiante do tráfico de drogas cujos tentáculos são visíveis por todos os lados. Mortes, sequestros, estupros, extorsão, fazem parte da grave crise social do país.

E para completar, o novo presidente americano, Donald Trump, que tomará posse no dia 20, próximo, ameaça as empresas automobilísticas, as “maquiladoras” de represália, caso insistam em produzir utilizando a mão-de-obra barata mexicana ao invés de usar a mão-de-obra americana, que foi uma das suas promessas de campanha. O que agravará ainda mais a economia do país, criando milhares de novos desempregados.

Em recente declaração, Peña Nieto, ameaçou de fechar todas as universidades do país, caso os estudantes insistam em continuar a luta contra o gasolinaço.

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