Mostra de cinema ambiental reúne 133 filmes de doze países em SP

Exibições e debates gratuitos da Ecofalante acontecem entre 30 de maio e 12 de junho em salas de cinema e plataformas online; De Olho nos Ruralistas participa de uma mesa sobre a resistência dos povos tradicionais

Por Daniel Perseguim, em Outras Palavras

A oitava edição da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental abre para o público nesta quinta (30), em São Paulo, com 133 filmes de 32 países. Constam da programação diversos ciclos temáticos: as utopias e o cinema militante pós-68 (com obras assinadas por diretores consagrados, como Agnès Varda, Michelangelo Antonioni e Glauber Rocha), o Panorama Internacional Contemporâneo, a Sessão Infantil e o 2º Seminário de Cinema e Educação, além dos novos programas Mostra Brasil Manifesto e Realidade Virtual.

Um total de 24 produções estão incluídas na Competição Latino-Americana deste ano, apresentando obras da Argentina, Brasil, Colômbia, México, Peru e Venezuela. No júri, os cineastas Tadeu Jungle e Lina Chamie e o crítico Heitor Augusto.

O circuito de exibição foi ampliado e as sessões acontecem em 40 espaços, além das plataformas Spcine Play. A mostra, organizada pela ONG Ecofalante, é considerada o evento audiovisual mais importante da América do Sul dedicado a temas socioambientais. E a maior mostra gratuita de cinema de São Paulo. A cada edição, celebra a Semana Nacional do Meio Ambiente e o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho).

De Olho nos Ruralistas participa na sexta-feira, às 20 horas de uma mesa de debates sobre sociobiodiversidade: “Os Povos Tradicionais no Front de Batalha“. O encontro no Reserva Cultural (Avenida Paulista, 900) reunirá os pesquisadores Tatiane Klein e Mauricio Torres e o editor do observatório, Alceu Luís Castilho, com mediação do jornalista Leonardo Sakamoto.

Antes, às 18h30, será exibido o filme “Silas” (uma produção do Canadá, África do Sul e Quênia), que retrata conflitos sociais na Libéria, no embate com empresas chinesas e ocidentais, tendo à frente o ativista ambiental liberiano Silas Siakor. O filme é dirigido por Anjali Nayar e Hawa Essuman.

Confira o trailer do filme “Silas”:

DIRETOR DE FILMES SOBRE AGROTÓXICOS GANHA HOMENAGEM

O cineasta Silvio Tendler é o homenageado deste ano, marcando presença na mostra com onze títulos, entre ele “Os Anos JK – Uma Trajetória Política”, “Jango”e as duas versões de “O Veneno está na Mesa”. O mais recente deles, “O Fio da Meada”, estreia no festival. O filme acompanha a luta de caiçaras, quilombolas e indígenas pela sobrevivência, tentando impedir que suas reservas naturais sejam destruídas pelo processo de urbanização.

Uma das novidades desta edição é a projeção de dois filmes com “experiência sensorial”. Em um deles, “Mudanças Climáticas: O Preço do Banquete” (Brasil), sons de motocicletas e motosserras se sobrepõem aos cantos de pássaros na Amazônia. Uma prévia desse filme pode ser vista aqui.

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