Em Congonhas/MG, mineradoras operando e comércio parado gera conflito

MAB defende que riqueza acumulada pela exploração seja aplicada em socorro e proteção do povo

No Mab

Os comerciantes de Congonhas (MG) reivindicaram em manifestação o tratamento desigual para com os decretos de funcionamento entre lojas e mineradoras. Os trabalhadores foram para porta da casa do prefeito Zinho (PSDB) questionar tal ação da prefeitura e pedir a reabertura do comércio.

Os manifestantes afirmaram que estão com as portas fechadas enquanto as mineradoras funcionam normalmente durante a pandemia, com grande circulação de pessoas, colocando em risco a saúde dos trabalhadores e do povo.

O Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB e seus parceiros defendem que o fortalecimento do isolamento social neste momento é prioridade absoluta. Os pequenos comerciantes e lojistas, todos os trabalhadores de Congonhas e do Brasil, têm direito a condições objetivas para sua tranquilidade no necessário isolamento.

“A Gestão Pública Municipal tem obrigação de fazer sua parte, dialogando, usando recursos ‘próprios’ e buscando parcerias para garantia desse direito. A riqueza acumulada com exploração de trabalho e de bens naturais precisa ser aplicada em socorro e bem-estar do povo”, analisa Nayara Mara, da coordenação regional do MAB. 

O movimento ainda ressalta que dinheiro não falta. As mineradoras que exploram a região comemoram os números altos pela lucratividade. A MRS lucrou 3 bilhões e 700 milhões em 2018. A CSN teve lucro líquido de 2 bilhões e 25 milhões em 2019. A Vale, após seu crime em Brumadinho, distribuiu 7 bilhões com acionistas e faz promessa de 19 milhões para diretores. E Congonhas arrecadou 284 milhões de CFEM em 2019, ocupando o primeiro lugar em arrecadação em Minas Gerais e o terceiro do Brasil. 

Imagem: Amostra de mineração em Congonhas, MG. Foto: Divulgação / www.correiodeminas.com.br

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