Um grupo de garimpeiros de Roraima foi recebido na última 4ª feira (20/1) no Palácio do Planalto para pressionar o governo federal em favor da atividade mineradora na Amazônia. De acordo com Giovanna Galvani na Carta Capital, o encontro se deu no âmbito do Conselho da Amazônia, colegiado chefiado pelo vice-presidente Mourão para encabeçar as políticas federais para a região.
Em um vídeo divulgado na página da Associação dos Garimpeiros do Estado de Roraima, um representante do grupo explicou que o encontro discutiria “a crise que existe hoje com relação ao movimento de garimpeiros na Amazônia” em face de um “projeto ecoambientalista que tende a extinguir a profissão do garimpeiro”. A Associação é próxima do governador de Roraima, Antonio Denarium, e foi uma das principais entusiastas do projeto que libera a mineração sem a necessidade de estudo prévio. A proposta foi aprovada pela Assembleia Legislativa do estado no último dia 13, mesmo com a oposição de grupos ambientalistas e indígenas e do Ministério Público.
Falando em garimpeiros, Lucas Landau e Fabio Teixeira escreveram na Reuters sobre a intensificação do garimpo na região amazônica, impulsionado pelo aumento do preço internacional do ouro, pela crise econômica e pela leniência do poder público na fiscalização e no combate a essa atividade ilegal. Mesmo frustrados com a tramitação travada do projeto de lei enviado pelo governo Bolsonaro no começo de 2020 para legalizar a atividade, os garimpeiros insistem em seguir adentrando na floresta, em busca de mais ouro.
Em tempo: A Amazônia pode se tornar um verdadeiro “pesadelo de degradação ambiental” se não houver um esforço efetivo para se desenvolver uma nova economia para a região, baseada na biodiversidade, nos serviços e nos produtos ecossistêmicos produzidos pela floresta em pé. Esse é o alerta de um dos principais pesquisadores de biodiversidade do mundo, Thomas Lovejoy, em um ensaio publicado nesta semana na Royal Society. Ele reforçou a análise de que a floresta, cada vez mais desmatada e vulnerável, caminha para um ponto de inflexão que levará ao seu colapso ambiental. As consequências disso serão graves não apenas para a região da Amazônia, mas para todo o continente, afetando o regime de chuvas e causando disrupção meteorológica em outras áreas. O Guardian destacou esse texto.