Indígenas recorrem à ONU contra garimpo promovido pelo “senador da cueca” aliado de Bolsonaro

ClimaInfo

O Conselho Indígena de Roraima (CIR) encaminhou na semana passada ao Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (CESCR) da ONU uma denúncia contra o governo brasileiro, descrevendo a situação na Terra Indígena (TI) Raposa Serra do Sol, que sofre com a intensificação do garimpo ilegal. O documento também contesta a lei aprovada pelo governo de RR que libera o garimpo no Estado, que pode ameaçar ainda mais a condição das comunidades locais e causar danos ambientais e sociais à região. Fabiano Maisonnave deu destaque para a denúncia na Folha.

Representantes indígenas denunciaram o aumento da atividade ilegal de garimpo na Raposa Serra do Sol, o qual está impulsionando o surgimento de “favelas” no território, com barracões e comércio para os garimpeiros. Segundo o CIR, os invasores estão loteando o espaço para vender terrenos para novos garimpeiros que chegam à região. O número de garimpeiros na região pode passar de mil pessoas. Fabrício Araújo repercutiu essa notícia no G1.

No mês passado, destacamos aqui a situação do garimpo ilegal em RR. As atividades dentro da TI Raposa Serra do Sol contam com o apoio do senador Chico Rodrigues, ex-vice-líder do governo Bolsonaro no Congresso Nacional, que ficou famoso no ano passado ao ser flagrado pela Polícia Federal com dinheiro escondido na cueca.

Em tempo: A situação da TI Piripkura, no Mato Grosso, tem sido dramática nos últimos meses. Somente no 2º semestre do ano passado, a área perdeu 919 hectares de floresta, que equivalem a quase mil campos de futebol, dentro de um espaço legalmente definido pelo governo federal e pela FUNAI como de uso restrito. O avanço do desmatamento na região é grave não apenas por causa da floresta derrubada, mas também pelo fato de que essa terra é ocupada por comunidades indígenas isoladas. Daniel Biasetto abordou esse caso n’O Globo e sobre as dificuldades que os indígenas ainda enfrentam para conseguir concluir o processo de demarcação de Piripkura, que se arrasta há quase 40 anos.

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