Secretaria de Educação do Rio exonera direção de escola cívico-militar que usava slogans de doutrinação em formatura

Tania Pacheco

A Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro anunciou a exoneração da direção da Escola Cívico-Militar Carioca General Abreu, denunciada pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) por fazer com que seus alunos, formados em aglomeração, reproduzem slogans de doutrinação semelhantes aos de Bolsonaro, como a frase “Brasil acima de tudo, abaixo de Deus”.

A escola fica no Rocha, bairro da zona norte carioca. O Sindicato encaminhou a denúncia, juntamente com vídeo de comprovação, também para a Comissão de Educação da Câmara de Vereadores.

Segundo o Sepe, a filmagem documenta “atitude contra os princípios educacionais (..) deixando claro também que os estudantes da escola seriam privilegiados em relação aos alunos da rede regular”, uma vez que outra frase repetida pelos alunos é “Nós somos nós. E o resto é o resto!”.

Na sua página em rede social, o vereador Chico Alencar denunciou a direção da escola, além de disponibilizar parte do vídeo:

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DENÚNCIA: ESCOLA COM PARTIDO DO GOVERNO!

Por Chico Alencar 

Recebemos esta grave denúncia hoje pela manhã. Muito nos preocupa a óbvia demonstração de modos e comportamentos de inspiração fascista na Escola Cívico Militar General Abreu, no bairro do Rocha, Zona Norte, inaugurada pelo Crivella ano passado.

No vídeo, um instrutor fardado, diante de alunos enfileirados, faz apologia da superioridade de uns sobre outros e do supremacismo: “nós somos nós e o resto é o resto!”. Pensamento similar levou à perseguição e morte de milhões de pessoas nas décadas de 1930 e 1940, principalmente, na Itália de Mussolini e na Alemanha nazista de Hitler. Foi dessa forma que os alunos foram recebidos no primeiro dia de aula presencial.

Reparem que o slogan de campanha do Bolsonaro, quase integralmente, é repetido como lema da escola. Isso é gravíssimo!

A extrema direita sempre tentou manipular a opinião pública dizendo que a esquerda formava militantes nas escolas e universidades. Mas, na verdade, quem faz esse tipo de lavagem cerebral são eles próprios. Apontam o dedo e elegem um inimigo para retirar o foco de si mesmos.

Uma coisa é educar estimulando a consciência crítica e cidadã. Outra, bem diferente, é “adestrar” na base da “ordem unida” e já com claro viés político-eleitoral.

Nós, da bancada do PSOL Carioca por meio do vereador Tarcísio Motta estamos acionando a Comissão de Educação da Câmara Municipal Rio Se preciso for, iremos ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro – MPRJ.

Imagem: Parada de crianças em uniforme da Mocidade Portuguesa, durante o salazarismo fascista.

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