Federação que representa mais de 600 mil jornalistas em todo o mundo, apela à libertação imediata de Assange

Divulgar crimes de guerra não é crime. Crime é cometê-los

Antonio Mello*, Fórum

A Federação Internacional de Jornalistas, que representa mais de 600 mil jornalistas em todo o mundo, escreveu um apelo pedindo a libertação imediata de Julian Assange.

Na nota, a FIG critica a violação a Assange e ao direito da população de ser informada daquilo que os governos, especialmente o governo dos Estados Unidos, tentam esconder.

A nota, na íntegra:

A Federação Internacional de Jornalistas (FIG) está seriamente preocupada com o impacto da continuação da detenção de Assange na liberdade dos meios de comunicação social e nos direitos de todos os jornalistas em todo o mundo. A perseguição a Assange pelos EUA vai contra o direito dos cidadãos de saber e representa uma séria ameaça aos princípios fundamentais da democracia, que são cada vez mais frágeis em todo o mundo. Independentemente das opiniões pessoais sobre Assange, a sua extradição representará uma ameaça à liberdade de imprensa e de informação.

O caso estabelece o perigoso precedente de que os governos podem perseguir jornalistas em qualquer parte do mundo por publicarem informações de interesse público.

O Wikileaks recebeu o Prêmio Walkley de Contribuição Mais Notável ao Jornalismo em 2011, um prêmio anual para premiar a excelência no jornalismo australiano, em reconhecimento ao impacto do trabalho do Wikileaks no jornalismo de interesse público, permitindo que denunciantes contem suas histórias. Desde então, os denunciantes têm sido utilizados por outros meios de comunicação para revelar sistemas de evasão fiscal em todo o mundo, entre outras histórias.

A sentença de Chelsea Manning, que colaborou com Assange na publicação do polêmico material, foi comutada pelo presidente Barack Obama. Nenhum dos meios de comunicação associados ao WikiLeaks foi acusado em qualquer processo judicial do governo dos EUA pela sua colaboração com Assange. Para além das graves implicações para a liberdade de imprensa, também não existe nenhum critério legal para a extradição e acusação contra Assange.

A FIJ apela ao governo dos EUA para retirar todas as acusações contra Julian Assange e permitir-lhe regressar ao seu país para estar com a sua esposa e filhos. A FIJ também apela aos sindicatos de jornalistas, às organizações de defesa da liberdade de imprensa e aos jornalistas de todo o mundo para que instem os seus governos a agir para garantir a libertação de Assange. #FreeAssangeNOW

*Antonio Mello, escritor, blogueiro do Blog do Mello. Saiba mais aqui: linktr.ee/blogdomello

Foto: Daniel Leal-Olivas /AFP

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