Posição do MST sobre acordo assinado em 25/10/2024 para os direitos coletivos dos atingidos pelo desastre em Mariana
O MST destaca a importância do acordo assinado em 25/10/2024 para os direitos coletivos dos atingidos, em especial ao povo Sem Terra, que vive nos 37 assentamentos ao longo da Bacia do Rio Doce.
Viemos ao longo desses 9 anos lutando por justiça e construindo o Programa Popular de Agroecologia da Bacia do Rio Doce.
Conseguimos comprovar que é com a organização popular que se faz uma reparação integral, diante dos grandes crimes da mineração.
Hoje com nós temos mais de 2 mil hectares em processo de restauração ambiental, com educação popular e ampliação da produção de alimentos saudáveis.
Abre-se um tempo de muita esperança de avanços a partir da repactuação assinada hoje. Temos a certeza de que com a oportunidade de ampliação de nosso Programa de Agroecologia, poderemos alcançar mais milhares de hectares de plantio de florestas nativas e aumentar para grandes escalas a produção de alimentos saudáveis.
Reparar o crime cometido é obrigação das empresas e do Estado, assim como lutar é tarefa dos que constroem as transformações sociais, para que crimes como este não saiam impunes e não se repitam nunca mais.
Será um tempo de muito trabalho, com esperança de muitos avanços.
Contudo, o MST reafirma seu compromisso histórico com a luta por justiça social e ambiental, para que os governos e as empresas cumpram com suas obrigações.
Seguiremos mobilizados, pois para o MST, o acordo não representa uma anistia pelos crimes cometidos, mas um passo para a justiça.
A luta do povo sem terra seguirá firme pela reconstrução dos territórios atingidos de forma justa e por reforma agrária.
Direção Nacional
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.