Manifestações deste domingo abrem uma porta. Elas mostram que derrotar a ultradireita em 2026, e estar no Palácio do Planalto, precisa ser a chave para enfrentar a desigualdade e os privilégios – não a senha para se acomodar a eles
O que há apenas seis meses parecia uma miragem voltou a tornar-se realidade neste domingo, 14/12. Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas em diversos pontos do país, convocadas por movimentos sociais e artistas próximos à esquerda para contestar decisões do Congresso Nacional em favor do poder econômico e dos privilégios da casta política. Aceito sem críticas até há pouco, o tabu segundo o qual as ruas estavam dominadas pelo bolsonarismo e não podiam pesar em favor de uma agenda de mudanças foi novamente desmentido pelos fatos. O alvo, agora, foi duplo. Por um lado, a tentativa — do Centrão e da ultradireita, unidos — de reduzir as penas dos golpistas de 2023, disfarçada pelo eufemismo de “mudança na dosimetria”. Por outro — e não menos importante —, o novo esforço do Parlamento por aprovar um “marco temporal” que bloqueia a demarcação de terras indígenas, em favor dos proprietários de terra. (mais…)
