Marielle: o fio do novelo. Por Sonia Fleury

Feitas as prisões, falta muito a esclarecer sobre a motivação do crime e os envolvidos. Qual a possível relação entre os mandantes e o clã Bolsonaro? Será possível começar a mapear a presença das milícias na política do Rio e do Brasil?

em Outras Palavras

Os últimos lances na investigação que já dura 6 anos, desde o assassinato de Marielle e Anderson, foram celebrados como a aproximação do seu fim, com o esclarecimento dos mandantes e da motivação do crime bárbaro, a partir da convocação de um coletiva pelo Ministro Lewandowski para anunciar que a delação premiada do assassino confesso Ronnie Lessa havia sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. Para a família, as esperanças foram renovadas como expressou a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; para a viúva, vereadora Mônica Benício, a coletiva convocada pelo Ministro causou frustração e dor, enquanto o Governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, reagiu dizendo que até agora tudo que se sabe são fofocas. Aliás, sua postura tem variado ao longo do tempo entre a necessidade de manter uma aparente neutralidade, como em 2021 quando declarou que cobrava uma solução mas não garantia um desfecho da investigação, até a postura atual, cujo cinismo ao afirmar que tudo não passa de fofoca, o retira, definitivamente da sua busca de neutralidade, Em ambos os casos, apresenta posturas não condizentes com a autoridade máxima do Estado onde o crime foi executado e investigado, até recentemente, pela polícia civil do seu governo. (mais…)

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Os áudios de Mauro Cid e a estratégia bolsonarista

Diálogo vazado não afeta investigações sobre tentativa de golpe. Mas extrema direita busca deslegitimar Judiciário para livrar os que tramaram e subir mais um tom no discurso autoritário

por Glauco Faria, em Outras Palavras

A revista Veja divulgou nesta sexta-feira (22) áudios com a gravação de um diálogo entre o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, e um interlocutor não identificado. A conversa teria se dado em algum período após o último depoimento do militar `a Polícia Federal em 11 de março. (mais…)

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Lula e as desigualdades. Por Luiz Marques

A destruição provocada pela tempestade perfeita (conservadora, neofascista, neoliberal) e o atraso da representação congressual são obstáculos que exigem a sensibilidade de um estadista

No A Terra é Redonda

No Brasil, a hegemonia burguesa fundada na ideia de desenvolvimento integrado nunca se realizou, a não ser como inserção instável dos trabalhadores no circuito produtivo. As desigualdades sociais, raciais e de gênero persistem. Falar que os banqueiros nunca acumularam como nos governos do PT (Partido dos Trabalhadores) atesta o limite das medidas que melhoraram a vida de 30 milhões de cidadãos. Não se vence a opressão sem enfrentar a resistência do status quo. Governar é optar. A esquerda não pode abdicar do discurso utópico em nome do conformismo com a ordem liberal. O Estado de direito democrático, per se, não enche barriga e não fabrica emprego com dignidade. (mais…)

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Por que a nossa democracia continua encurralada? Por Cândido Grzybowski

No Sentidos e Rumos

Volto a uma questão central em minhas análises e reflexões sobre a democracia de baixa intensidade que temos. A conjuntura política atual me impõe tal questão. No início do Governo Lula 3 levantei a hipótese do  desencurralamento da democracia brasileira como um necessidade e uma possibilidade, desde que… houvesse tal objetivo estratégico e vontade política. Mas parece que estamos mais patinando do que avançando com determinação no enfrentamento de uma questão central para sonharmos com uma democracia ecossocial transformadora, em busca de direitos de igualdade na diversidade, como forma de cuidar de gente e da natureza.[i] (mais…)

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O pato. Por Julio Pompeu

No Terapia Política

Antecipou-se para pegar a maleta, de maneira a colocar-se logo atrás do chefe que caminhava rápido sala afora. Seguiu ostentando a simpatia que lhe era habitual e o orgulho de fazer o que fazia. Estava no centro do poder. Em meio à bajulação. Refletindo no penteado engomado o brilho dos flashes. Não era muita coisa. Mais um subalterno. Mas não um subalterno qualquer. O subalterno do homem. O preferido. O capaz de tudo. O que carregava a maleta do chefe. (mais…)

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Universidades são bastiões de defesa da democracia, diz Jorge Messias, da AGU

Em conferência, ministro homenageou a memória de estudantes da UFMG mortos pela ditadura e mencionou o arbítrio recente, caracterizado por conduções coercitivas de dirigentes universitários

UFMG

O emblemático e arbitrário episódio da condução coercitiva de dirigentes da UFMG – entre os quais, a atual reitora Sandra Regina Goulart Almeida – pela Polícia Federal, em dezembro de 2017, foi elencado pelo ministro Jorge Messias, da Advocacia Geral da União (AGU), como um dos momentos que marcaram a escalada autoritária enfrentada pela sociedade brasileira na última década, em especial desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff, retirada do poder, de forma também arbitrária, no ano anterior. A memória foi suscitada pelo ministro durante a aula magna Combate à desinformação e fortalecimento da democracia, ministrada na manhã desta sexta-feira, 22 de abril, no auditório da Reitoria. (mais…)

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