Aborto, uma cortina de fumaça?

Patriarcado como projeto de poder e a redução das mulheres ao útero

Por Lizandra Guedes e Lucinéia Freitas, na Página do MST

Nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa
para que os direitos das mulheres sejam questionados.
Esses direitos não são permanentes.
Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida.”
– Simone de Beauvoir

No dia 27 de novembro foi votada, na Comissão Constituição e Justiça do Congresso (CCJ), a admissibilidade do Projeto de Emenda Constitucional 164/2012, que tem autoria de Eduardo Cunha, apelidado de PEC do Estupro pelas Organizações e Movimentos Feministas. A PEC propõe alterar o Artigo 5º da Constituição com um simples acréscimo da expressão “desde a concepção” ao fundamento da inviolabilidade do direito à vida. Essa alteração, que de simples não tem nada, daria ao embrião o status de ser humano, impossibilitando o acesso ao aborto nos casos que hoje são legais: em decorrência de estupro, risco de morte materna e fetos anencefálicos (sem cérebro). (mais…)

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Aborto: a nova ameaça da ultradireita

Sob nova roupagem, e em duas iniciativas, “PL do Estupro” avança no Congresso. Governos continuam bloqueando os direitos reprodutivos. Em SP, prefeito fechou hospital referência na área. Informações públicas são restritas ou negligenciadas

por Juliana Vieira*, em Outras Palavras

Quase um mês após a eleição municipal em São Paulo, o tema do direito ao aborto segue minimizado na mídia, após ser pouco explorado durante os debates e sabatinas da disputa eleitoral entre Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) à prefeitura da capital paulista. (mais…)

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No coração da extrema direita, Kamala leva aborto ao centro da eleição dos EUA

No Texas, onde aborto é proibido até em caso de estupro, eleição coloca em jogo futuro das mulheres

Por Maria Martha Bruno | Edição: Bruno Fonseca, em Agência Pública

Ervas para induzir ao aborto. Comércio ilegal de medicamentos entre estados. Misoprostol disfarçado de cartão de visita e produzido em laboratório caseiro para venda online. Risco de morte para gestantes causado por infecção generalizada. Aborto negado em caso de estupro e incesto. Poderia ser no Brasil, mas não é. (mais…)

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Eleições e direito ao aborto: um debate indispensável

Direito à interrupção da gravidez apareceu de forma tímida na disputa pelas prefeituras. Tem enorme impacto sobre a vida das mulheres. Mas ainda é assumido apenas nos programas de candidaturas progressistas com pouca expressividade eleitoral

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As eleições retratam momentos em que candidatos e candidatas defendem seus projetos políticos para conquistar o público que poderá elegê-los/as. No âmbito municipal, a corrida eleitoral pelas prefeituras deve tratar de compromissos como: a organização dos serviços públicos de interesse local; atendimento à comunidade, ouvindo suas reivindicações e seus anseios; e criação e manutenção da infraestrutura do município para atender à população, por exemplo. Nesse contexto, a garantia dos direitos das mulheres é transversal a diferentes compromissos das prefeituras quanto à saúde, segurança e trabalho, considerando idade, raça, classe, local de moradia, entre outros marcadores sociais. Apesar de o discurso eleitoral ser elaborado para conquista de votos, ele reflete como os projetos políticos são apresentados e dialogados com a sociedade. Implica chances e riscos de voto, tornando-se um importante conteúdo a ser analisado a partir da perspectiva feminista e antirracista. (mais…)

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PL do Estupro: Por que a ameaça continua

Mobilização popular barrou a votação do projeto, mas ele segue vivo no Congresso, em GT que irá discuti-lo. Correlação de forças tende a beneficiar a bancada evangélica. Em paralelo, outras três tentativas de retrocesso de direitos das mulheres são apresentadas

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Nas últimas semanas, a plataforma digital Criança Não é Mãe foi reativada para chamar atenção do Ministério Público e defender o direito de uma menina de 13 anos de Goiás. Após ser estuprada, ela procurou o serviço de aborto legal, mas foi inicialmente impedida de acessar seu direito pela justiça, com apoio da igreja e do próprio pai, que também é amigo do estuprador. O caso é o mais significativo depois da aprovação da urgência do chamado PL do Estupro (Projeto de Lei 1904/2024) na Câmara Federal. O projeto ganhou a opinião pública por propor a equiparação do aborto acima de 22 semanas ao crime de homicídio. Crianças e adolescentes são as principais vítimas dessa proposta, uma vez que normalmente descobrem a gravidez após esse período gestacional. As dificuldades encontradas pela menina de Goiás foram denunciadas por movimentos de mulheres e feministas, que saíram em defesa do direito dessa criança, seguindo a mobilização que conseguiu enfraquecer o PL do Estupro. Felizmente, no último dia 25 de julho, o Supremo Tribunal de Justiça autorizou o procedimento. Esse é o contexto no qual o segundo semestre parlamentar se inicia. O que esperar em termos da negociação dos nossos direitos diante das eleições municipais e das presidências na Câmara e no Senado? (mais…)

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Brasil Paralelo e as teias da militância antiaborto

Um raio x da produtora bolsonarista que lucra disseminando fake news. Quem a financia. E como, nas redes, investe milhões em anúncios contra os direitos reprodutivos abusando de sentimentalismo, pânico moral e da fé dos usuários

Por Julianna Granjeia, na Revista AzMina

A produtora Brasil Paralelo gasta milhões com anúncios nas redes sociais para espalhar desinformação e negacionismo – com muitos conteúdos que atacam o feminismo e direito ao aborto. Entre agosto de 2020 e junho de 2024, a empresa investiu R$24,5 milhões em propagandas, de acordo com a Biblioteca de Anúncios da Meta (proprietária do Facebook e do Instagram). É a maior anunciante do Brasil nessas plataformas. E, dos cerca de 68 mil anúncios feitos no período acima, quase 5 mil tinham a palavra aborto. Muitos deles direcionados para obstetras e ginecologistas, pais de crianças e usuários religiosos. (mais…)

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Justiça reprodutiva: quando a luta pelo território e por direitos reprodutivos se encontram

Artigo da Coluna Aromas de Março deste mês discute Justiça reprodutiva, analisando as semelhanças da luta pelo território com a lutar por direitos reprodutivos.

Por Carla Angelini e Letícia Ueda Vella, na Página do MST

Recentemente, discussões sobre o acesso ao aborto inundaram os noticiários, as redes sociais e, para algumas de nós, invadiram, até mesmo, as conversas do cotidiano. O PL1904/2024 equipara a prática do aborto após 22 semanas, inclusive em casos de estupro, ao crime de homicídio. Apresentado pela Bancada Evangélica da Câmara dos Deputados, busca estabelecer um limite de idade gestacional para a prática do aborto legal, o qual não aparece no Código Penal. (mais…)

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