Comentários de uma velha professora sugeridos pela nota da CNBB a respeito da PL 1904/2024. Por Ivone Gebara

IHU

“Há que constatar que os homens políticos e os prelados ignoram de fato e de direito o que se passa nos corpos das mulheres. Atrevem-se a legislar em seu nome e em nome de seu deus numa ousadia extrema de apropriar-se do Mistério Maior que nos constitui e que não cabe em nossos pobres e atrevidos conceitos. E creem ingenuamente, estar evitando a morte e escolhendo a vida numa espécie de jogo de palavras, de retórica inconveniente ao sacrifício da vida de tantas meninas e jovens estupradas e expostas ao julgamento de elites masculinas e até mesmo femininas”, escreve Ivone Gebara, religiosa pertencente à Congregação das Irmãs de Nossa Senhora, filósofa e teóloga, que lecionou durante quase 17 anos no Instituto Teológico do Recife – ITER e que dedicou-se a escrever e a ministrar cursos e palestras, em diversos países do mundo, sobre hermenêuticas feministas, novas referências éticas e antropológicas e os fundamentos filosóficos e teológicos do discurso religioso. (mais…)

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Nota sobre a politização da Presidência da CNBB. Por Pedro A. Ribeiro de Oliveira

IHU

“É preciso não ter medo nem vergonha de fazer política – forma sublime da Amizade Social, como diz Francisco na Fratelli Tutti, seguindo o ensinamento de seus antecessores – mas não fazer qualquer política: a política deve ser pautada pela Ética do Bem Comum”, escreve Pedro A. Ribeiro de Oliveira.

Pedro A. Ribeiro de Oliveira é doutor em Sociologia pela Université Catholique de Louvain, na Bélgica. Foi professor no mestrado em Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de Minas – PUC Minas, consultor de ISER-Assessoria, membro da diretoria da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião – SOTER e da coordenação nacional do Movimento Fé e Política. Dentre suas obras, destacamos Fé e política: fundamentos (Ideias & Letras, 2004), Reforçando a rede de uma Igreja missionária (Paulinas, 1997) e Religião e dominação de classe (Vozes, 1985). (mais…)

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O aborto legal, segundo os médicos que o realizam

Uma pesquisa feita com obstetras e residentes de um hospital escola ajuda a compreender qual o ponto de vista da classe em relação ao tema. Formação para o procedimento é muito escassa, e moralismo contribuiu para travar a garantia do direito

por Gabriela Leite, Outra Saúde

O debate sobre descriminalização do aborto no Brasil em todos os casos segue extremamente relevante. Mas o avanço do moralismo conservador está provocando derrotas até para a garantia da interrupção da gravidez em casos já previstos em lei. É o caso da resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) do início de abril, que na prática, inviabiliza que o aborto seja feito em mulheres vítimas de estupro, se a gestação passa de 22 semanas. Mas o CFM não está acima da lei brasileira, como bem lembrou Angela Freitas, coordenadora da campanha Nem Presa Nem Morta, em entrevista ao Outras Palavras TV na quinta-feira (16/5). (mais…)

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Prefeitura de SP suspendeu serviço de aborto legal sem denúncias de irregularidades

Informações obtidas por LAI derrubam argumento para interrupção de procedimentos no hospital Vila Nova Cachoeirinha

Por Por Amanda Audi, Agência Pública

Um dos argumentos que a prefeitura de São Paulo usou para encerrar o serviço de aborto legal no Hospital Vila Nova Cachoeirinha – a unidade que mais fazia atendimentos na maior cidade do país – foi a suspeita de que alguns dos procedimentos teriam sido irregulares, ou seja, fora da lei que permite a interrupção da gravidez em casos de violência sexual, anencefalia do feto ou risco de vida da gestante. (mais…)

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A luta feminista na Saúde, segundo oito mulheres

Garantia de saúde integral, oferta de creches públicas, programas de renda básica voltados a elas, ampliação da licença paternidade, salário digno, direitos ao aborto seguro e à menstruação com dignidade. Leia as reivindicações feitas neste Dia Internacional

por Gabriel Brito, em Outra Saúde

Neste 8 de março, o Outra Saúde perguntou para oito mulheres de diferentes áreas o que esperam de avanços para o setor da saúde e, por extensão, o conjunto de seus direitos. Afinal, num mundo em crise permanente, desigualdade, violência e uma política sequestrada por oligarquias, são as mulheres quem paga o maior preço. Elas trabalham mais, ganham menos e, em diversas dimensões, sofrem mais. (mais…)

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