“Se a gente quer construir territórios livres de transgênicos e agrotóxicos, nós também queremos territórios livres de violência contra as mulheres”. Entrevista com Miriam Nobre

Cátia Guimarães, EPSJV/Fiocruz

Violência, dupla jornada, desvalorização do trabalho, falta de acesso a políticas de apoio ao cuidado, silenciamentos. A esses problemas, que afetam a maioria das mulheres, acrescentem-se dificuldades extras, como a disputa pela terra, a exposição à contaminação por venenos e a exclusão dos padrões de beleza impostos pela sociedade patriarcal: eis um retrato mais completo das condições de opressão que atingem as mulheres camponesas no Brasil. A resposta a esse cenário vem sendo produzida com uma crescente organização coletiva, que há décadas tem conquistado espaço no interior dos movimentos sociais rurais e incidido sobre as formas de vida no campo e sobre as políticas públicas. Nesta entrevista, a engenheira agrônoma Miriam Nobre, militante da Sempreviva Organização Feminista (SOF) e da Marcha Mundial das Mulheres e integrante do Grupo de Trabalho de Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), dá exemplos de reflexões e pautas que têm orientado a concepção de um “feminismo camponês popular”, destaca a luta das mulheres para terem seus conhecimentos e suas práticas de agricultoras reconhecidas e fala sobre a relação das mulheres com a agroecologia. (mais…)

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Acampados à beira da GO-210, agricultores do MST lutam contra agrotóxicos

Camponeses do acampamento Leonir Orback relatam episódios de intoxicação por pesticidas; lista de produtos encontrados na água e no DNA dos moradores inclui produtos banidos na União Europeia; do outro lado, Grupo Naoum é dono de dívida bilionária com União

Por Maíra Mathias, de O Joio e o Trigo para o especial Brasil Sem Veneno, em De Olho nos Ruralistas

Passava da meia-noite de um dia de outubro de 2024 quando Helena Overnei acordou. Um cheiro forte empesteava o ar. “Falei: ‘ih, tão passando veneno…’”. O barracão de lona onde ela mora fica próximo de uma área usada para plantar commodities como sorgo, milho e soja. Era a época da preparação para o plantio dessa última. O fedor que ela sentia vinha do agrotóxico 2,4 D. “Aquilo chega a afogar a gente”. (mais…)

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Mulheres denunciam o impacto dos agrotóxicos sobre seus corpos e territórios

Da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida / CPT

08 de março é o Dia Internacional das Mulheres e a jornada de luta organizada pelos movimentos e organizações sociais aponta novamente a violência do capital no campo em suas diversas faces. Nesse sentido, no dia 11, a partir das 19h, a Campanha Permanente contra os agrotóxicos e pela vida realiza um debate online denunciando os impactos dos agrotóxicos sobre a vida das mulheres e territórios. (mais…)

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Organizações denunciam para ONU a dificuldade de acesso à justiça nos casos de contaminação por agrotóxicos

Em informe para relator sobre substâncias tóxicas, organizações do Brasil, Argentina e Alemanha destacam recentes medidas de flexibilização legal.

Terra de Direitos

Os obstáculos para acesso à justiça nos casos de contaminação por agrotóxicos, especialmente de grupos mais vulneráveis, foi objeto de denúncia realizada, no dia 04 de março, por organizações sociais do Brasil, Argentina e Alemanha ao Relator especial sobre Substâncias Tóxicas, Marcos Orellana, da Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo do envio de informações para o relator especial é contribuir com o relatório temático a ser apresentado neste ano por Orellana ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. (mais…)

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MPF adverte produtores rurais de Rondônia para não usarem agrotóxicos no entorno de terra indígena

Recomendação aponta graves danos ambientais ao Rio Manoel Correia por conta da atividade de propriedades rurais vizinhas à aldeia indígena da etnia Puruborá

Ministério Público Federal em Rondônia

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou a dois produtores rurais de Seringueiras, em Rondônia, que não realizem novas pulverizações terrestres e aéreas de agrotóxicos ou qualquer produto agrícola sobre as propriedades rurais no entorno das aldeias indígenas da etnia Puruborá. Os dois têm o prazo de 15 dias para informarem se acatarão, ou não, a recomendação. (mais…)

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Liberação de agrotóxicos e defensivos bate recorde em 2024

Acréscimo ainda não é consequência da nova lei de agrotóxicos, aprovada e sancionada em 2023 com vetos por Lula, já que norma não está regulamentada.

ClimaInfo

O ano de 2024 ficará marcado como aquele em que mais agrotóxicos e defensivos biológicos foram liberados no Brasil desde 2000, quando o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) começou esse controle. Nada menos que 663 agrotóxicos, componentes e afins foram registrados no país no ano passado. (mais…)

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Alerta: Glifosato liberado para pulverização aérea no Maranhão!

Da Rede de Agroecologia do Maranhão (Rama) / CPT

Após 11 anos em vigor, uma liminar que proibia o uso de glifosato por pulverização aérea foi derrubada, permitindo novamente que esse veneno se espalhe pelos céus do Maranhão. A Justiça Federal do Maranhão considerou improcedente a ação do Ministério Público Federal (MPF), que proibia a aplicação aérea de glifosato no estado desde 2013. A decisão, assinada pelo juiz federal Paulo César Moy Anaisse, concluiu que não há evidências de dano ambiental ou risco iminente causados pelo uso do herbicida por aeronaves ou equipamentos terrestres. Essa decisão traz graves riscos à saúde pública e ao meio ambiente, afetando principalmente as comunidades rurais. (mais…)

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