Vale tudo – o remake neoliberal. Por Luiz Marques

O verdadeiro “vale tudo” não é o gesto anárquico, mas a lógica sistêmica que mercantiliza até a rebeldia, convertendo a luta de classes em drama individual e o SUS em pano de fundo para vender xampu

Em A Terra é Redonda

Lançada em maio de 1988 e finalizada em janeiro de 1989, a novela Vale Tudo traz a icônica cena do personagem que ao fugir da justiça faz o gesto da “banana para o Brasil”. Quem simboliza o mal no remake neoliberal da teledramaturgia ainda é Odete Roitman, cujo sobrenome deriva do iídiche (roit / vermelho, man / homem). A indisfarçável insinuação ideológica dos tempos da Guerra Fria ressurge agora na hegemonia totalitária da mercadoria, segundo o padrão dos shopping centers. (mais…)

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From Russia, with love. Por Paulo Nogueira Batista Jr.

Enquanto a russofobia e a arrogância ocidental impedem o diálogo, surge a proposta ousada de o Brasil erguer no Rio de Janeiro a ágora global que o mundo necessita para enfrentar seus dilemas mais prementes

Em A Terra é Redonda

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O mundo atravessa uma quadra de extraordinária complexidade e elevados riscos. Estamos ameaçados por perigos de guerra nuclear, por problemas sociais e demográficos, pela destruição ambiental e pelos impactos incalculáveis do progresso tecnológico acelerado, em especial da inteligência artificial. Faz-se necessária, mais do que nunca, uma discussão verdadeiramente global, não excludente, da qual possam participar todas as nações. (mais…)

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Viveiros de Castro analisa três problemas mundiais: crise climática, IA e fascismo

Influente antropólogo fala novamente à Agência Pública e tenta responder quando as coisas começaram a dar errado

Por Thiago Domenici | Edição: Ed Wanderley, Agência Pública

“Quando as coisas começaram a dar errado?”. Essa pergunta sem contexto poderia ser sobre qualquer aspecto da vida pessoal de alguém. Mas não é. A indagação que abre o ensaio mais recente de Eduardo Viveiros de Castro e Déborah Danowski, publicado em 2023, busca algumas respostas às incertezas nos tempos que correm no planeta. (mais…)

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A primavera e a Jenny dos piratas. Por Luiz Marques

O ressurgimento de uma esquerda plural e conectada com anseios nacionais aponta para uma primavera política, marcada pelo otimismo e pela crença num futuro de solidariedade global

Em A Terra é Redonda 

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As mobilizações cívicas nas cidades brasileiras, dia 21 de setembro, véspera da estação das flores, mostraram o descontentamento do povo com a PEC da Bandidagem e o PL da Anistia. A opinião pública teve um registro midiático, estatístico e político que decerto vai influir nos humores de Brasília. A extrema direita baixou a crista com as imagens, números e à potência da estética democrático-popular. A desaprovação com a desfaçatez da Câmara de Deputados é retumbante. (mais…)

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Anistia além do jurídico: notas sobre as implicações políticas de uma audácia reacionária. Por Elidio Alexandre Borges

É um bom momento para pararmos de fingir normalidade e que tudo se resolve com a crença na reeleição do presidente — que não se sabe se ocorrerá nem se será suficiente.

Em Come Ananás

A Câmara aprovou na noite desta quarta-feira, 17, a urgência do projeto de lei de anistia e com uma maioria ampla, 311 votos, que seria suficiente para aprovar uma emenda constitucional. Lula já disse que o vetaria, mas o Congresso poderia derrubar o veto e a questão iria para o Supremo, que sinaliza ter maioria pela inconstitucionalidade, ao menos nos termos atuais. (mais…)

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Brasil, Europa, China. Por José Luís Fiori

Enquanto a Europa aceitava sua vassalagem, o Brasil resistia e a China anunciava uma nova ordem. O eixo do poder global desloca-se definitivamente, enterrando a era da hegemonia unilateral

Em A Terra é Redonda

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Depois da retirada de Donald Trump da 51ª. Cúpula do G7, em Kananaskis, no Canadá, e da aceitação europeia das exigências americanas na 38ª. Cúpula da OTAN, realizada na cidade Haia, na Holanda, o presidente norte-americano submeteu a Europa a mais um espetáculo vexaminoso no seu resort de Turnberry, na Escócia. (mais…)

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Nação, soberania política, identidade e cultura. Por Cândido Grzybowski

No Blog Sentidos e Rumos

Estou intrigado conosco mesmo, analistas, ativistas e organizações de cidadania portadoras de perspectiva de transformação democrática ecossocial, para garantir direitos iguais na diversidade como povo brasileiro. Qual o porquê do nosso quase silêncio e falta de reação em relação às questões que o título anuncia? Isto em um contexto explícito de ataque do Trump, presidente dos EUA, à nossa institucionalidade democrática e acordos comerciais se julgando no direito de impor, de forma unilateral, taxação de 50% sobre as nossas exportações a seu país e condenar membros do STF, que estão julgando o líder da extrema direita e seus cúmplices pela tentativa de golpe de Estado e imposição de uma ditadura. (mais…)

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