A esperança exige ainda mais ação cidadã. Por Cândido Grzybowski

No Sentidos e Rumos

A democracia brasileira estava necessitando de um momento assim, carregado de esperança e energia democrática, como foi a festa da posse no dia 1º de janeiro e todo o processo vivido ao longo da semana que passou. Quase esquecemos que o inominável, um tipo novo de “fugitivo”, está escondido nos EUA. Até que foi bom. Com a sua vergonhosa ausência, abriu-se a possibilidade de criar a cena mais emblemática da posse. Um grupo pequeno representando o heterogêneo povão brasileiro subiu a rampa do Palácio da Alvorada com Lula e passou a faixa presidencial para ele, ao lado de Janja com a cachorra nos braços. Foi uma sinalização emocionante de mudança de rumo em direção da centralidade do cuidado com o povo em sua diversidade, como tarefa fundamental da democracia. (mais…)

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Bons e novos tempos. Por Jorge Luiz Souto Maior

“É uma grande alegria ter a possibilidade de, 20 anos depois, escrever outra ‘carta’ ao, uma vez mais, Presidente Lula”

Em A Terra é Redonda

Em três ocasiões anteriores, nos anos de 2002, 2003 e 2005, publiquei “cartas” públicas direcionadas ao, então, Presidente Lula. As mensagens certamente não foram recebidas pelo destinatário e, menos ainda, os seus conteúdos foram considerados. (mais…)

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O silêncio de Bolsonaro não é inocente

A reclusão do presidente contrasta com seu ativismo digital, mina sua credibilidade como futuro líder da oposição e deve entravar persistência do bolsonarismo.

Alessandra Costa, na Deutsche Welle

Em pleno processo de transição de governo, o silêncio do presidente Jair Bolsonaro (PL) diz mais que sua usual atitude estridente nas redes sociais. Esquivar-se de assumir a derrota por meio de uma estratégia de reclusão, contrastante com seu intenso ativismo digital dos últimos tempos, não soa como um cálculo político racional. (mais…)

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A transição. Por Mauro Iasi

Uma transição eficiente depende não apenas de um bom sistema defensivo, mas fundamentalmente de um bom meio de campo, com articuladores capazes de acionar rapidamente seus atacantes. No Brasil, por exemplo, a jogada mais mortal é aquela que descobre seu ponta-esquerda bem colocado e o aciona.

No Blog da Boitempo

“Futebol é muito simples: quem tem a bola ataca;
quem não tem defende.”
Neném Prancha,
ex-roupeiro do Botafogo, ex-técnico de futebol de praia e filósofo da bola.

No futebol, a transição começa exatamente no momento em que se ganha a bola do adversário e parte-se para uma ação ofensiva. Dizem os especialistas que a primeira tarefa da transição é tirar a bola da zona de pressão. O tempo que tal procedimento se dá depende muito do estilo de jogo da equipe, uma vez que alguns preferem partir rapidamente para um contra-ataque, como o Atlético de Madri, enquanto outros optam por uma construção mais lenta, como o Barcelona, reorganizando a equipe para só depois atacar, o que pode levar o time adversário a se recompor. (mais…)

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A cultura do humanismo é fundamental para viabilizar a democracia na era da transformação digital. Entrevista especial com Julian Nida-Rümeli

“Quando as pessoas se distanciam por causa da cor da pele, quando as pessoas se opõem como inimigas, essa sociedade não é apta à democracia e vai falir nas suas coletividades”, afirma o filósofo

Por Patricia Fachin, no IHU

“Não há democracia sem o uso aberto da razão, isto é, sem uma abertura que, pelo menos, seja marcada pela troca de argumentos, de tomar e dar razões para as posições”, disse o filósofo Julian Nida-Rümelin, no encerramento do XXV Colóquio Internacional de Filosofia Unisinos e o XXI Simpósio Internacional IHU. O futuro da democracia e o novo regime climático: ameaças, (auto)críticas e potencialidades, em 29-11-2022, realizado de forma híbrida em outubro e novembro. A troca de argumentos, menciona, “sempre está ameaçada pela comercialização das relações midiáticas” e, mais recentemente, com o amplo uso das redes sociais, “através da modificação das formas de discurso, da anonimização e do uso de chatbots”. (mais…)

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Um tigre de papel? Por Jean Marc von der Weid

Estamos navegando em águas escuras e tumultuosas que implicam em riscos gigantes para o futuro do regime democrático

Em A Terra é Redonda

A militância de esquerda conhece bem esta frase de Mao Tse Tung (ainda uso a grafia antiga). Foi em uma reunião com o secretário geral do PC da URSS, em Pequim dos anos 1950. Menosprezando o poderio militar dos Estados Unidos, Mao teria dito: “o imperialismo é um tigre de papel”. E Nikita Khrushchev teria retrucado: “sim, mas tem dentes atômicos”. “Tigre de papel” é uma expressão chinesa que se refere aos bonecos usados nas festas do ano novo lunar, o Tet, carregados por populares pelas ruas e que, na tradição chinesa, servem para espantar os maus espíritos. (mais…)

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Horrores do bolsofascismo

No Brasil, a porção da população que escolheu Jair Bolsonaro em 2018 é o substrato sobre o qual foi posta em prática uma teoria da guerra híbrida

Por Alexandre Aragão de Albuquerque, em A Terra é Redonda

“Acaso será possível um pensamento puro, sem consciência de si, sem personalidade?” (Miguel de Unamuno).
“O de cima sobe, o de baixo desce” (Chico Science).

Em conjunturas de polarização política, os eleitores estão dispostos a aniquilar princípios democráticos em troca de interesses próprios. As guerras híbridas alimentam-se desta manipulação buscando incentivar a polarização no seio de uma população com o objetivo da tomada do poder político por parte de frações da classe dominante. O controle do Executivo constitui, a partir dos anos 1990, a forma preponderante de colapsos de democracias, sendo responsável por quatro em cada cinco colapsos democráticos desde os anos 2000 (Milan W. Svolik. Polarization versus Democracy. Journal of Democracy, 2019). (mais…)

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