Das 20 favelas mais populosas do Brasil, metade está na Amazônia

Dados do Censo 2022 foram divulgados pelo IBGE na última sexta-feira (8); facções criminosas ajudam a explicar êxodo rural na Amazônia

Por Leonardo Sakamoto, Repórter Brasil

DAS 20 FAVELAS mais populosas do Brasil, dez estão na Amazônia Legal, segundo dados do Censo 2022 do IBGE, divulgados nesta sexta (8). Diante da violência, do desemprego e da baixa oferta de serviços públicos no interior, indígenas, ribeirinhos, trabalhadores rurais e moradores de pequenas cidades migram por esperança ou desalento. Mas, nas capitais, se deparam com as milícias e o tráfico, além da falta de estrutura para viver. (mais…)

Ler Mais

Os rios enterrados de São Paulo

Memórias fluviais da metrópole sufocante. Ao tentar controlar a “natureza” e “modernizar-se”, ela putrefou, retificou e enterrou suas águas. Um triunfo do concreto e carro! Recalcada, elas sempre emergem. Poderia ter sido diferente. Mas ainda há tempo para uma virada

por Maurício Ayer, em Outras Palavras

rio da minha aldeia era um córrego sujo que passava atrás de casa, escorrendo pelos fundos dos terrenos vizinhos, todos de costas para suas duas margens. Nunca ninguém concebeu que houvesse peixes naquelas águas cinzentas. Mas alguma vida tinha: lembro de passar um bom pedaço de uma manhã observando uma ratazana escalar calmamente a parede da margem oposta. A figura desse rio era a de um esgoto a céu aberto. Àquela altura, já era uma entidade sem nome, sem história, sem o seu deus: um cadáver de rio. Não tardou para que tivesse o destino de quase todos os seus congêneres paulistanos: foi enterrado, e como lápide tem hoje sobre si a avenida Hélio Pelegrino, ligando a avenida Faria Lima à avenida República do Líbano, em São Paulo. (mais…)

Ler Mais

Sem direito ao luto

O documentário Paradeiros, que recebeu o Prêmio Especial do Júri da Mostra Novos Rumos, mergulha no universo da dor, busca e frustração sobre desaparecimentos forçados no Rio de Janeiro

Sara Stopazzolli, Le Monde Diplomatique

Há pouco mais de dez anos, o filho mais velho de Luzia, Rafael, saiu de casa para trabalhar e nunca mais voltou. Desesperada, ela iniciou uma busca incansável em hospitais, no Instituto Médico Legal (IML) e até em lixeiras. Mobilizou a comunidade, organizou passeatas e distribuiu camisetas com a foto do filho. (mais…)

Ler Mais

Afundamento do solo em Maceió: PF indicia 20 pessoas por crimes

Extração de sal-gema causou problema em 5 bairros da capital alagoana

Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) indiciou 20 pessoas por crimes relacionados à exploração de sal-gema pela petroquímica Braskem, em Maceió. A PF informou, nesta sexta-feira (1º), que o inquérito foi encaminhado para a 2ª Vara Federal de Alagoas para as “devidas providências”. A extração nas minas de sal-gema na capital alagoana foi feita durante pouco mais de 40 anos e terminou em 2019, após o afundamento do solo em pelo menos cinco bairros e o colapso de uma das minas. Cerca de 60 mil pessoas foram atingidas. (mais…)

Ler Mais

As epistemologias colaborativas das periferias

WikiFavelas mostra: fervilham iniciativas de produção de conhecimentos e memórias nas quebradas. Resgate dos legados ancestrais é a tônica; assim o “nós por nós” para gerar dados locais e contextualizados. Mas, muitas vezes, Academia e Estado tentam deslegitimar-los

por Palloma Menezes, ​Gustavo Azevedo e Kharine Gil, Thaís Cruz, Hugo Oliveira e Caíque Azael, em Outras Palavras

Há um ano, o governo federal lançava o Mapa das Periferias, iniciativa que pretende reunir e visibilizar ações em diferentes favelas e periferias por todo o país. No início de 2024, o IBGE eliminou o termo aglomerados subnormais do conceito de favelas e comunidades para a produção do Censo e das demais pesquisas feitas pelo Instituto. Há poucas semanas, em São Paulo, foi criado pela Fapesp o Centro de Estudos da Favela (CEFAVELA). (mais…)

Ler Mais

História viva: assim se constroem as “Cracolândias”

Narrativa e mapas da degradação urbana, no centro de SP. Como a omissão do Estado, e mais tarde a especulação imobiliária, abandonaram uma área habitada pelos pobres; para em seguida tentar expulsá-los à força e dar lugar a obras suntuosas ou empreendimentos privados

Por Aluízio Marino, Alec Akasaka Benedusi, Renato Abramowicz Santos, Débora Ungaretti, Raquel Rolnik, no LabCidade

A persistência da cracolândia na região entre os Campos Elíseos, Santa Efigênia e Luz, há mais de três décadas, é resultado de decisões de política urbana, e não da falta delas. Por diversas vezes, ao longo da história recente, esse fragmento da cidade foi alvo de ações policiais e urbanísticas tendo em vista solucionar um processo de “degradação”, cujo sinônimo oculto é o deslocamento das elites e classes médias (suas formas de consumo e habitação) dessa área da cidade durante o processo de urbanização de São Paulo, e o rechaço de formas populares de morar e viver. (mais…)

Ler Mais

Grupos empresariais de direita direcionam verbas de reconstrução do Rio Grande do Sul

Financiadores de Sebastião Melo à reeleição, grupos como Gerdau e Cyrela-Goldsztein definem quais obras recebem recursos

Por Amanda Audi | Edição: Giovana Girardi, Agência Pública

Com a comoção após as enchentes de maio deste ano, que devastaram boa parte do Rio Grande do Sul, grupos empresariais ligados à direita aproveitaram para captar doações vultosas em nome da reconstrução do estado e escolher os projetos que receberão os recursos – muitas vezes com o aval do poder público e com pouca (ou nenhuma) transparência. (mais…)

Ler Mais