Os fundamentos míticos do capitalismo. Por Gil-Manuel Hernández i Martí

O mito de Ícaro ilustra as consequências desastrosas da ambição desmedida

IHU

“Todas as mitologias das culturas da terra nos alertam sobre a hybris: não podemos ser como deuses, porque pereceremos por causa disso. Na tradição grega, a hybris ou hubris é um termo que se refere à arrogância desmesurada, à falta de respeito pelos deuses e pela natureza. De modo que, a hybris na versão capitalista pode ser rastreada em narrativas míticas que apresentam personagens ou situações que refletem a busca desenfreada de poder, riqueza e sucesso, sem considerar as consequências morais ou sociais de suas ações”. A reflexão é de Gil-Manuel Hernández i Martí, professor titular do Departamento de Sociologia e Antropologia Social da Universidade de Valência, em artigo publicado originalmente na Revista 15/15\15 e reproduzido por Rebelión, 10-07-2024. A tradução é do Cepat. (mais…)

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“Chegamos a um ponto em que os sistemas inteligentes tomam decisões de vida e morte”. Entrevista especial com Márcio Cataia

Professor analisa alguns desdobramentos geopolíticos e tecnológicos contemporâneos a partir das contribuições teóricas e metodológicas do geógrafo brasileiro Milton Santos

Por: Guilherme Tenher, no IHU

A realidade acelerada e pululada dos acontecimentos demanda avaliações conjunturais capazes de capturar os nexos visíveis e invisíveis da trama complexa de atores locais, nacionais e internacionais envolvidos. Para realizar tal tarefa, recorre-se aos cânones do pensamento vivo, intelectuais com o fôlego teórico e metodológico. Entre outras mentes brilhantes, o baiano Milton Santos (1926-2001) se destaca pela profundidade e extensão de suas contribuições no campo da Geografia e das Humanidades como um todo. (mais…)

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Um olhar sobre a expansão dos parques eólicos no semiárido brasileiro

Avanço da energia renovável pode reproduzir e intensificar desigualdades e processos de exploração já existentes

Walisson Rodrigues*, Brasil de Fato

O Brasil alcançou um marco significativo na expansão de energia renovável com os 890 parques eólicos já instalados este ano, somando 25,04 gigawatts (GW) de capacidade instalada em operação comercial. Esses parques beneficiam aproximadamente 108,7 milhões de habitantes e 85% desses parques estão na região Nordeste do país. (mais…)

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Nós no meio do ambiente. Por Mauro Iasi

Parece evidente que podemos garantir a vida com o grau de desenvolvimento atual das forças produtivas, mas não mantendo as atuais relações sociais de produção e as formas de propriedades a elas associada. O que vai nos matar não é a crise ambiental, é o capitalismo.

No Blog da Boitempo

Parece que é a altura de arrogância antiquada afirmar
que o universo realizou bilhões de anos a fim
de formar uma morada confortável para nós”.
Stephen Jay Gold

Depois de três longos anos de pesquisas exaustivas na Biblioteca de Londres, Marx considera que tem o suficiente para esboçar seu caminho visando decifrar as bases de nossa sociedade. Em 1859 publica suas Contribuições à crítica da economia política e em seu prefácio apresenta o desenho geral dos objetivos da obra, que só ganhará a densidade esperada pelo autor anos depois com a publicação de O capital. (mais…)

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Ezequiel, que tipo de profeta e de sacerdote? E nós? Por Frei Gilvander Moreira

Atendendo a orientação do Movimento Bíblico integrado por várias organizações bíblicas, em 2024, o livro de Ezequiel foi escolhido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para ser o texto bíblico do Mês da Bíblia, setembro. Ezequiel é considerado um dos doze grandes profetas da Bíblia, mas o livro de Ezequiel nos informa que Ezequiel era sacerdote também (Ez 1,3), tendo exercido suas funções de sacerdote e de profeta entre os anos 591 e 571 antes da Era Cristã (a.E.C.). (mais…)

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Esquerda além da resistência: não basta enfrentar ameaças fascistas; é preciso voltar a se orientar para o futuro. Entrevista especial com Rodrigo Santaella

“A agência coletiva parece relegada ao segundo plano em nome de prognósticos e diagnósticos acerca do desenvolvimento tecnológico propriamente dito”, constata o cientista político

No IHU

Se, por um lado, o aceleracionismo de esquerda tem riscos e limites ao depositar sua confiança no desenvolvimento tecnológico para garantir avanços e transformações sociais, por outro, esta corrente teórico-política tem o “mérito” de “chacoalhar” a esquerda tradicional, “resignada, acomodada, ordeira, ou seja, uma esquerda que se adequou à ordem e desistiu de qualquer tipo de imaginação política e, no limite, concebeu a ideia de que a sua única tarefa possível é administrar o capitalismo”, resume Rodrigo Santaella na apresentação das principais ideias que marcam o pensamento conhecido como aceleracionismo de esquerda. (mais…)

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Os capitalistas de desastre. Por Luiz Marques

Em “A doutrina do choque”, Naomi Klein mostra como o mercado aproveita os desastres naturais para beneficiar os negócios de suas corporações

No Sul21

Naomi Klein é uma premiada jornalista canadense, com publicações em diversos idiomas. Em A doutrina do choque: A ascensão do capitalismo de desastre (Nova Fronteira, 2008), propõe um olhar sobre a história do “Estado corporativista” onde a globalização – codinome do livre mercado – aproveita a chance de desastres naturais (Sri Lanka), golpes militares (Chile), guerras (Iraque) e atos terroristas (Estados Unidos) para alterar a legislação da economia em prol de corporações na área da construção civil, saúde, segurança, turismo, etc. Tal tem sido o modus operandi do sistema para implementar “a nova razão do mundo”, na direção de uma distopia anarcocapitalista. Os choques servem para minar e exterminar resquícios do Estado de Providência, no imaginário social e no real. (mais…)

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