Jovens kayapó fazem elo da ancestralidade com modernidade cultural

Exposição fica em cartaz até 26 de novembro, em Niterói

Por Cristina Índio do Brasil – Repórter da Agência Brasil

Além de ser responsável pela curadoria da exposição Mekukradjá Obikàrà: com os pés em dois mundos, o coletivo Beture – movimento dos Mekarõ opodjwyj, composto por cineastas e comunicadores indígenas Mẽbêngôkre-Kayapó – produziu o material da mostra, que faz o elo entre a ancestralidade e indígenas mais jovens desta etnia. A exposição – aberta neste sábado (28), no mezanino do Museu de Arte Contemporânea (MAC), em Niterói, no Estado do Rio – segue até o dia 26 de novembro. (mais…)

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Demarcações são fundamentais para futuras gerações, diz cacique Raoni

Líder indígena visita mostra sobre cultura e memória do povo Kayapó

Por Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil

“Os não indígenas não estão tendo noção do que estão destruindo, por isso, nós, como povos indígenas, dentro de território, dentro da floresta, sabemos o que pode acontecer se continuar destruindo”, afirmou o cacique kaiapó Raoni Metuktire, que visitou nesta sexta-feira (27) a exposição Mekukradjá Obikàrà: Com os Pés em Dois Mundos. A mostra está sendo instalada no mezanino do Museu de Arte Contemporânea (MAC), em Niterói, região metropolitana do Rio.

Para Raoni, a demarcação das terras dos povos originários, além de preservar a natureza, é importante para manter as próprias culturas. (mais…)

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Com apoio da Funai, V Encontro das Mulheres Xavante da Terra Indígena Maraiwatsede reúne membros de 14 aldeias

Funai

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) apoiou o V Encontro das Mulheres Xavante da Terra Indígena Maraiwatsede, que ocorreu de 9 a 13 de outubro no município de Alto Boa Vista (MT). O evento reuniu cerca de 70 mulheres de 14 aldeias para discutir a promoção de políticas públicas e a valorização da cultura tradicional Xavante. (mais…)

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Evento debate plantas medicinais na visão de territórios tradicionais afro-brasileiros

Katia Machado, Plataforma IdeiaSUS Fiocruz

Como os saberes tradicionais afro-brasileiros se dão na prática? Quais são os lugares ocupados pelas plantas medicinais nos territórios tradicionais, influenciados pelas religiões de matrizes africanas? Que contribuições os saberes tradicionais trazem ao Sistema Único de Saúde (SUS)? E como o SUS pode e deve apropriar-se deste vasto legado? As respostas a estas perguntas permearam o 1º Encontro Saberes Tradicionais, Plantas Medicinais e Saúde: o legado dos territórios tradicionais afro-brasileiros, realizado na última sexta-feira (15/9), na Fiocruz, no Rio de Janeiro (RJ). (mais…)

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Formas literárias na Bíblia? Por frei Gilvander Moreira

Estamos no mês da Bíblia: setembro. Tempo propício, kairós, para nos dedicarmos à leitura bíblica prioritariamente de forma comunitária com interpretação sensata e libertadora. Como todos os textos sagrados, a Bíblia é sagrada, mas escrita por pessoas humanas inspiradas. Portanto, a Bíblia também é literatura. Disso decorre que quanto mais compreendemos os meandros das formas literárias das expressões humanas mais aptos/as estaremos para compreender com sensatez os textos bíblicos ou outro texto sagrado. Há grande variedade de formas de comunicação humana, desde a linguagem dos sinais, símbolos, que são traduzidos nas diversas formas literárias presentes também na Bíblia. O importante mesmo é a Palavra de Deus, no presente, que está envolvida nas formas literárias. Decifrá-las é imprescindível para um bom entendimento da Palavra de Deus que está na Bíblia e está nos acontecimentos da atualidade e na natureza. (mais…)

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III Marcha das Mulheres Indígenas – “Mulheres Biomas em defesa da biodiversidade pelas raízes ancestrais”

III Marcha das Mulheres Indígenas / 11 a 13 de setembro de 2023

Anmiga

Na capital do Brasil, onde são feitas as leis que nos protegem e atacam nossa existência, uma força poderosa está se reunindo.  De 11 a 13 de setembro, mulheres indígenas de todos os cantos do mundo se reunirão para a III Marcha das Mulheres Indígenas, um momento importante que transcende fronteiras e une essas guerreiras destemidas em sua luta por justiça e igualdade. Com suas vestimentas tradicionais coloridas e determinação inabalável, essas mulheres são uma força a ser reconhecida, lembrando ao mundo a ancestralidade e a força das comunidades indígenas. (mais…)

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ANPOCS e CEBRAP criticam sentença que determina censura da justiça de SP ao livro “Religião e Conflito”

ANPOCS

A ANPOCS se junta às manifestações de consternação diante da sentença proferida pela 6ª Vara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que determina a suspensão da comercialização e divulgação do livro “Religião e Conflito”, organizado pelas professoras Melvina Araújo e Christina Vital da Cunha.

O trabalho é resultado de pesquisa científica, cujos resultados foram publicamente apresentados e debatidos nos fóruns científicos reconhecidos pela comunidade acadêmica e científica.

Acesse nota do CEBRAP sobre o tema, abaixo ou no seu site.

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Leia nota da profa. Melvina Araújo:

No capítulo Controvérsias em torno do infanticídio indígena: religiosos e antropólogos em ação, publicado no livro Religião e conflito, discuto as estratégias pelos envolvidos na elaboração e defesa do Projeto de Lei 1057 e na Campanha Nacional a favor da vida e contra o infanticídio. Esta campanha foi conduzida, sobretudo, pela Atini, uma ONG que vem sendo investigada pelo MPF por acusações de sequestro de crianças indígenas e de incitação do ódio às populações indígenas.

Tanto no material relativo ao PL 1057, quanto na conferência de lançamento da Campanha Nacional a favor da vida e contra o infanticídio, nas audiências públicas e nas publicações da Atini, certa pessoa é apresentada como uma antropóloga que, diferentemente dos demais antropólogos, defende a criminalização do suposto infanticídio indígena. Em se tratando de uma figura central na apresentação e defesa do PL, busquei informações sobre essa pessoa e encontrei divergências nas informações sobre sua formação e vínculo institucional e as expus. Apontei para o leitor informações dos textos que colhi e dos autores que pesquisei, garantindo-lhe ferramentas para a análise e estudo do tema abordado e de todas as informações contidas no meu texto.

Exigir a retirada da obra de circulação constitui censura à liberdade acadêmica e de cátedra, que é um direito fundamental intransigível, inegociável e irrenunciável, sobretudo porque a própria requerente reconhece que a apresentação que fez de si mesma num artigo publicado na revista Aurora estava incorreta e anexa ao processo a solicitação de retificação feita por seu advogado à revista.

Apesar disso, na sentença promulgada tanto na primeira quanto na segunda instância consta que as apresentações incorretas foram feitas por terceiros e não pela própria autora. Pior que isso, na sentença da segunda instância há um impedimento de solicitação de tipificação da ação, o que pode implicar na impossibilidade de se recorrer da decisão.

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Cebrap critica decisão judicial que suspendeu a comercialização do livro “Religião e Conflito”

“O Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) expressa sua consternação diante da sentença proferida pela 6ª Vara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que determina a suspensão da comercialização e divulgação do livro “Religião e Conflito”. A sentença também condena a professora e pesquisadora Melvina Araújo ao pagamento de indenização por danos morais em razão de uma análise realizada em um dos capítulos de sua autoria publicado nessa coletânea, da qual também é coorganizadora.

“O capítulo, intitulado “Controvérsias em torno do infanticídio indígena: religiosos e antropólogos em ação”, examina as estratégias dos participantes na elaboração e defesa do Projeto de Lei 1057 (Lei Muwaji) e na Campanha Nacional a favor da vida e contra o infanticídio. O trabalho é resultado de pesquisa científica, cujos resultados foram publicamente apresentados e debatidos em fóruns científicos.

“Preocupa profundamente que o Poder Judiciário, ao julgar procedente a ação movida por uma das atrizes envolvidas no processo político analisado pela professora Araújo, ofereça justificativa com implicações de delimitação do que seja uma análise científica e seus procedimentos apropriados, restringindo a circulação do conhecimento.

“Preocupa não apenas porque o Poder Judiciário não é foro adequado para o julgamento da produção de conhecimento científico, mas porque a história recente do país mostrou os custos de negligenciar os critérios internos à produção desse conhecimento.”

Centro Brasileiro de Análise e Planejamento
31 de agosto de 2023

 

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