Carta ao presidente Lula. Por Lygia Jobim

“Prezado Presidente Lula,

Para usar um adjetivo suave, devo dizer que a entrevista que concedeu ao Sr. Kennedy Alencar na data de ontem, 27.02.2024, me causou profunda estranheza.

Nela, ao lhe ser perguntado sobre como trataria o aniversário de 60 anos do golpe militar de 1964, afirma que o irá tratar da maneira mais tranquila possível, até porque está mais preocupado com o ocorrido em 08.01. Prossegue dizendo que já faz parte da história, já causou o sofrimento que causou. (mais…)

Ler Mais

Os desafios da esquerda

Diante da crise do prolongada capitalismo, os partidos que comandaram a construção do Estado de bem-estar social poderão se reerguer? Ou continuarão abrindo espaço à ultradireita? Tudo dependerá de reexaminarem sem medo sua trajetória recente

Por Paulo Nogueira Batista Jr., em Outras Palavras

Decifra-me ou te devoro
Esfinge de Tebas

Em vários países do Ocidente e do Sul Global, inclusive no Brasil, a esquerda se defronta nas décadas recentes com desafios talvez sem precedentes – e não está se saindo bem, de uma forma geral. Com o passar do tempo, os desafios se avolumam e esquerda se debate sem sucesso contra eles. O Brasil, com Lula, até constitui uma exceção, mas apenas parcial. (mais…)

Ler Mais

Falar sobre 64 não é remoer o passado. É discutir o futuro

“Em entrevista para o jornalista Kennedy Alencar, o presidente Lula afirmou que seu governo não pretende pautar o tema dos 60 anos do golpe, porque ele deseja olhar para o futuro, não “remoer o passado”.

Entendemos que a fala do presidente é equivocada, e gostaríamos de convidar o governo e a sociedade civil a refletir sobre a questão.

Queremos começar destacando que falar sobre os 60 anos do golpe de Estado não se trata de remoer o passado. Pelo contrário, trata-se de colocar em debate o que queremos para o futuro do Brasil. (mais…)

Ler Mais

STF não proibiu comunicação entre advogados. Quem embarcou na fake news?

Por Fernando Augusto Fernandes, Guilherme Lobo Marchioni e Rodrigo Siqueira Jr., no Conjur

No último dia 8 de fevereiro, o Supremo Tribunal Federal, através do ministro Alexandre de Moraes, proferiu decisão na Pet 12.100 e determinou diversas medidas de busca e apreensão em uma investigação de participação e comando do ex-presidente Jair Bolsonaro na tentativa de golpe de Estado (artigo 359 M do CP). Entre as medidas contra aliados de Bolsonaro estão prisões preventivas, proibição de ausentar-se do Brasil, suspensão do exercício de função pública e proibição de manter contato com os demais investigados.

A ordem do ministro Alexandre de Moraes, ao decretar tais medidas, ressaltou a impossibilidade de comunicação entre os investigados, incluindo a advertência de que a proibição de comunicação entre investigados estendia-se àquela realizada “inclusive através de advogados”. A passagem serviu de base a fake news de que o ministro teria proibido os advogados dos investigados de se falarem. Versão que foi repercutida pela imprensa. Diversas entidades de criminalistas protestaram, e a OAB Federal chegou a ingressar com uma petição pedindo ao ministro a reconsideração do despacho. (mais…)

Ler Mais

Críticas a Alexandre colocam golpe em segundo plano, afirma Lenio Streck

Na opinião do constitucionalista Lenio Streck, as críticas direcionadas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por decisões contra bolsonaristas investigados por tentativa de golpe partem de uma “inversão discursiva”, deixando em segundo plano ações do governo anterior que buscavam minar a democracia.

No Conjur

Na quinta-feira (8/2), ao autorizar ação da Polícia Federal e medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), militares e ex-ministros de Estado, todos suspeitos de planejar um golpe, Alexandre proibiu o contato entre investigados, “inclusive por meio de seus advogados”. (mais…)

Ler Mais

Contra o neofascismo, a democracia social

Sonia Fleury sustenta: o projeto golpista mudou; agora dissolve-se a democracia por dentro – e o Brasil ainda não afastou a ameaça. Saída não está em arranjos com Congresso, mídia ou militares, mas nas reformas estruturais

Ler Mais

Social-democracia. Limites e desafios da construção de novas saídas, hoje. Entrevista especial com Moysés Pinto Neto

Será que o estado de crises de nosso tempo se explica pela crise da social-democracia? Para o professor, é preciso estender o olhar ao nosso redor e compreender que restaurar a social-democracia não resolve todos nossos problemas

Por: João Vitor Santos, em IHU

Esta semana, nos eventos que fazem memória aos atos de vandalismo em 8 de janeiro de 2023, ouvimos muito falar no restabelecimento da democracia, da demonstração de resiliência frente às investidas reacionárias. Mas será que é isso mesmo? Podemos ser tão otimistas assim? Muito do que vivemos até aqui é fruto da social-democracia e, por isso, pode-se supor que este estado de coisas acontece pela crise na própria social-democracia. Para Moysés Pinto Neto, a questão não pode ser reduzida a isso, pois, do contrário, bastaria restaurar a social-democracia e tudo estaria certo. “A imagem mais perfeita de ‘civilização’, a social-democracia europeia, tem no seu ‘lado B’ o colonialismo e a devastação do meio ambiente”, adverte. (mais…)

Ler Mais