Internacional Antifeminista, uma radiografia

Por que a cruzada contra dissidências sexuais é chave para o projeto político da ultradireita global? Como ela constrói alianças e infiltra-se até em organizações de Direitos Humanos? Qual pode ser a resposta das esquerdas, até agora inerte?

Por Núria Alabao, no CTXT | Tradução: Rôney Rodrigues, em Outras Palavras

As guerras de gênero tornaram-se globalizadas e são impulsionadas por um poderoso movimento social, político e religioso transnacional. Com “guerras de gênero” fazemos referência aqui a conflitos políticos e culturais que se centram em questões de gênero e sexualidade – questões como os direitos sexuais e reprodutivos, os direitos de dissidência sexual, a educação sexual ou a violência de gênero, entre outros. É claro que estas batalhas não são meras cortinas de fumaça, mas inerentes à luta pelo poder e aos interesses dos projetos políticos que as impulsionam, que, em última análise, são funcionais para uma relegitimação das hierarquias de classe, gênero e raça. (mais…)

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Pandemia ainda impacta educação no Brasil, aponta estudo

Dados são de estudo da Unicef divulgado nesta quinta-feira

Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil

O Brasil ainda não se recuperou, na educação, dos impactos gerados na pandemia. O acesso à educação, que vinha melhorando, teve piora durante a pandemia e ainda não recuperou o mesmo patamar observado em 2019. A alfabetização das crianças, que tiveram as aulas presenciais suspensas, piorou e o percentual daquelas que ainda não sabem ler e escrever aos 8 anos de idade aumentou consideravelmente entre 2019 e 2023. (mais…)

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Em Florianópolis, luxo e segregação sem pudor

Apócrifa, mas endossada pela prefeitura, campanha pede o fim das esmolas e associa população de rua à tuberculose e violência. História de um retrocesso: como, na “Ilha da Magia”, parte da elite resgata agora o higienismo do século XIX

por Rafaela Alvim Fernandes de Oliveira e Guilherme Cidades Soares, em Outras Palavras

No dia 17 de dezembro do ano passado, bombou nas redes sociais um panfleto que estaria sendo distribuído em Florianópolis sobre a população em situação de rua. Denunciado nas redes inicialmente pelo Padre Júlio Lancellotti e depois por figuras políticas da região, o panfleto vem com o título “NÃO DÊ ESMOLA, DÊ OPORTUNIDADE”. O fôlder é confuso com relação a sua autoria, mas faz referências ao aplicativo “PMSC Cidadão” e ao CentroPOP do município de Florianópolis. (mais…)

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Novo Ensino Médio está alinhado a uma visão neoliberal e aprofundará as desigualdades educacionais. Entrevista especial com Ângela Both Chagas

Para a doutora em Educação, esta reforma representa uma política autoritária e reduz a autonomia das escolas

Por: André Cardoso e Elstor Hanzen, em IHU

Após a luta de estudantes, educadores e movimentos sociais, a reestruturação do Ensino Médio, a partir da Lei nº 14.945/2024, conseguiu amenizar alguns dos danos promovidos pela Lei nº 13.415/2017, que institui o Novo Ensino Médio. “Não houve uma revogação integral da Lei de 2017, mas pontos importantes foram alterados, como a ampliação da carga horária da Formação Geral Básica, comum a todos os estudantes, e a recomposição da obrigatoriedade de componentes curriculares como História, Sociologia, Filosofia, Artes, Educação Física, Biologia”, afirma a doutora em educação, Ângela Both Chagas. (mais…)

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Programa de Transferência de Renda exclui maioria dos atingidos, alerta MAB

Critérios limitam reconhecimento para indenizações

Por Mariah Friedrich, Século Diário

O acordo de repactuação assinado para reparação dos impactos causados pelo crime socioambiental da Vale/Samarco-BHP continua a provocar insegurança entre comunidades atingidas, que têm se preocupado com as limitações impostas pelo novo modelo de governança das ações reparatórias, que estabelece, entre outras mudanças, a criação do Programa de Transferência de Renda (PTR). O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) denuncia a exclusão de milhares de famílias que não serão reconhecidas como elegíveis para receber indenizações, em razão dos critérios definidos no acordo. (mais…)

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Dowbor: A atualidade radical da Renda Básica

Num mundo em que a riqueza coletiva é capturada por tão poucos, alguns ainda julgam descabido oferecer dinheiro sem contrapartida em trabalho. É hora de demonstrar a inconsistência – ética, social e econômica – desta oposição

Por Ladislau Dowbor, no Meer | Tradução: Glauco Faria, em Outras Palavras

Enquanto a economia for movida principalmente pela maximização do lucro, ela responderá à demanda expressa pelos grupos mais ricos da sociedade, levando a formas extrativistas de produção que agravam a exclusão social em nome da criação de mais riqueza, e deixará de assegurar os direitos das pessoas em situação de pobreza.
(Olivier de Schutter)¹

O ponto de partida óbvio é que o que produzimos no mundo, o chamado PIB global, é suficiente para garantir uma vida digna e próspera para todos. Também podemos usar a Renda Nacional Líquida ou acrescentar a infraestrutura já construída – casas, estradas, eletricidade, sistemas de água, ruas e tantas outras melhorias herdadas -, mas o fato básico é que o que temos e produzimos é suficiente. Para se ter uma referência, o PIB mundial, de 110 trilhões de dólares, para uma população de 8 bilhões, equivale a 4.600 dólares por mês para uma família de quatro membros. Mesmo no Brasil, com um PIB per capita de 10 mil dólares por ano, o que produzimos equivale a 3,3 mil dólares por mês por família de quatro membros. Podemos brincar com os números, mas o fato básico é que nosso problema não é econômico, mas de organização social e política. (mais…)

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O apartheid climático

Enquanto os ricos conseguem se isolar dos piores efeitos do colapso climático, os pobres são forçados a arcar com os custos de uma crise que eles não causaram.

Grace Blakeley, na Jacobin / Tradução Pedro Silva

Em dezembro de 2023, Ndileka Mandela, neta de Nelson Mandela, condenou os mais ricos por apoiarem um sistema global de “apartheid climático”. Falando na cúpula da COP28 nos Emirados Árabes Unidos, Mandela declarou que o termo “apartheid” era apropriado para descrever o impacto do colapso climático porque “o Norte Global está usando seu poder econômico e legal para subjugar nações pobres”. (mais…)

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