Como a crise hídrica sufoca o Brasil

Secas severas no país acarretam enormes prejuízos no setor elétrico, saúde pública, navegação, abastecimento de água, e produção de alimentos. Mas o poder público está paralisado. Como fornecer capacidade técnica e financeira para as cidades e o campo enfrentá-las?

por Edson Aparecido da Silva*, em Outras Palavras

2023 foi o ano mais quente já registrado em 174 anos de coleta de dados da Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês). A temperatura média global da superfície ficou 1,45 °C acima dos níveis pré-industriais. Esse aquecimento leva a eventos climáticos extremos, como ondas de calor, inundações, tempestades e secas, mudanças que causam impactos na biodiversidade, com a perda de hábitats e espécies por causa das mudanças nos ecossistemas e da acidificação dos oceanos, o que pode alterar a cadeia alimentar marinha e afetar a pesca. (mais…)

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Direito à água: Como antropologia pode contribuir

Embora menos evocados, os estudos etnográficos têm papel relevante na luta por saneamento. Eles permitem entender as relações entre população e territórios, e os processos culturais de saúde-doença-higiene — muitas vezes, usados para segregação

por Bianca Retes Carvalho, em Outras Palavras

Nos últimos anos muito se tem discutido sobre a transdisciplinaridade – e interdisciplinaridade – para o estudo de problemáticas complexas que envolvem não apenas o nível local dos territórios e populações, mas que estão em correlação às macroestruturas e demandas globais. Diante de um panorama de crises socioambientais, sanitárias, econômicas e políticas, o acesso a recursos tidos como básicos torna-se temática não apenas de propostas tecnológicas, mas que carregam grande responsabilidade social. (mais…)

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Escassez hidrorracial: é normal não ter acesso à água?

Estudo aponta que, no Rio de Janeiro, a população negra é a mais afetada pela interrupção frequente no abastecimento de água tratada. O nome disso é racismo ambiental

Hosana Silva*, Le Monde diplomatique

Armazenar água, saber o calendário de interrupções no abastecimento, adaptar a organização das atividades domésticas para dar conta da vazão fraca nas torneiras, tudo isso são aprendizados comuns na vivência da população periférica brasileira — majoritariamente negra. Acesso à água, que é um direito fundamental estabelecido pela Organização das Nações Unidas e um direito de todos brasileiros (segundo a Lei Federal nº 11.445/07) é determinado, principalmente, pela localização onde moramos. (mais…)

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MG: Como a Coca-Cola secou a água de 800 famílias

Em Serra da Moeda, circunstância rara criou um “filtro natural” de água que jorra das nascentes. Mas, desde 2015, comunidades viram o recurso secar após chegada de fábrica da bebida ultraprocessada. Acordo de “reparação” beneficiou a multinacional

Por Flávia Schiochet, em O Joio e o Trigo

“Coca-Cola não mata a sede, nem molha as plantas”, lia-se em um pequeno cartaz pregado na parede de um auditório da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Esta foi uma das dez manifestações exibidas em faixas de protesto durante a audiência pública no dia 10 de setembro para questionar o resultado do termo de compromisso assinado em junho pela Coca-Cola com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). (mais…)

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MPF cobra manutenção emergencial da Barragem de Poço Branco (RN)

A barragem não passa por inspeção periódica nem tem planos de segurança e emergência, mesmo com alto risco potencial de acidente

Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte

O Ministério Público Federal (MPF) entrou com ação civil pública para que o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) faça manutenções corretivas, em caráter de urgência, na Barragem de Poço Branco, no Rio Grande do Norte. Diante do risco de acidente e do potencial de danos ao meio ambiente e à comunidade da região, o MPF também cobra a realização de inspeções de segurança periódicas e a elaboração dos planos de segurança e emergência exigidos pela legislação. (mais…)

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Fome, crise hídrica e o fiasco da governança global

Relatório aponta: até 2050, escassez global de água pode cortar 8% no PIB mundial e 15% nos países pobres. Metade da produção de alimentos será afetada. Encontros internacionais caríssimos que dizem tratar destes temas estão cegos a tais emergências

Por José Eustáquio Diniz Alves, do Projeto Colabora / Outras Palavras

A maior parte da superfície do planeta Terra é composta por água. Cerca de 70% da superfície terrestre é coberta pelo líquido H2O e 70% do corpo humano é composto por água. A água é essencial para a vida de todos os seres vivos do planeta. Ela é essencial para a hidratação e para a produção de alimentos. Porém, os oceanos salgados respondem por 97,5% de todos os recursos hídricos e outros 1,75% estão congelados, nos polos, nas geleiras, nos glaciares e no permafrost. Desta forma, a humanidade e as demais espécies vivas do planeta contam com uma proporção de água potável de apenas 0,75% do total dos recursos hídricos para o consumo comum. (mais…)

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Sabesp: privatização convoca a crise hídrica

Seca volta a colocar SP sob o risco de desabastecimento. Mas, agora voltada para o lucro, empresa despreza até o sucesso que alcançou há dez anos, ao premiar quem fazia o uso racional da água. Governo estadual insiste em paliativos. Sabesp lava as mãos

por Rôney Rodrigues, em Outras Palavras

A crise hídrica que o estado de São Paulo enfrenta atualmente é preocupante, e as medidas tomadas até o momento parecem insuficientes. A preocupação aumenta com a perspectiva das previsões climáticas de falta de chuvas nos próximos meses, pois continuarão a baixar os níveis dos reservatórios que abastecem dezenas de milhões de paulistas, apesar dos investimentos realizados durante a crise de 2013/15 que visaram aumentar a resiliência dos sistemas produtores de água e favoreceram principalmente o Sistema Cantareira. (mais…)

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