Está em curso nova fase de precarização dos docentes. Ensino à distância, via plataformas, permitiu exploração massiva: turmas de centenas de alunos, controle algorítmico e roubo de tempo livre. Leia 1º texto de série sobre redução da jornada
direito à educação de qualidade
Para descolonizar a Universidade brasileira
Elogiado por Marx e Freud, George Cabanis influenciou a Educação francesa e, por tabela, a brasileira. Mas é quase desconhecido aqui. Examinar sua obra pode ser decisivo para desvendar e superar o colonialismo em nosso ensino superior
Por Naomar Almeida-Filho, em Outras Palavras
Para Ailton Krenak, primeiro doutor indígena da arcana Universidade Federal da Bahia
A colonialidade desse peculiar espaço de produção e reprodução de sujeitos, saberes tácitos, relações sociais e culturais que hoje se chama de Universidade se evidencia no discurso oficial, no arcabouço normativo, em rituais acadêmicos, nas grades curriculares e práticas cotidianas de seus agentes. Interessado na formação histórica da universidade brasileira, particularmente suas raízes franco-lusitanas, tenho buscado explorar vestígios e cicatrizes do elitismo e do racismo estruturais que conformam sua institucionalidade dita meritocrática. (mais…)
Em reunião, MPF cobra Seduc e Semed sobre descaso na educação escolar indígena e ribeirinha em Beruri (AM)
Encontro abordou desafios enfrentados na comunidade, como falta de professores e a necessidade da alimentação escolar regionalizada
Procuradoria da República no Amazonas
O Ministério Público Federal (MPF) realizou reunião com representantes do município de Beruri (AM), da Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc/AM) e das comunidades indígenas e ribeirinhas da cidade, com o objetivo de tratar sobre o cumprimento dos encaminhamentos anteriores relativos à educação escolar indígena e tradicional. Foram discutidas questões relacionadas à alimentação escolar regionalizada, ao Processo Seletivo Simplificado (PSS) para contratação de novos professores e à falta de oferta do ensino médio em diversas aldeias indígenas e comunidades ribeirinhas. (mais…)
Universidade brasileira, da euforia à penúria
Na primeira década do século, expansão vibrante colocou as maiorias no ensino superior e transformou sua face elitista. Mas vieram os ajustes fiscais, o predomínio das “fábricas de diplomas” e o desmonte da ciência. Reflexões para uma virada
Por Miguel Ângelo de Simone San Romão, em Outras Palavras
Notas introdutórias
No Brasil a concepção de educação pública começou a se consolidar a partir do século XIX, influenciada, dentre outros fatores, pelas transformações sociais decorrentes da transição do trabalho escravo para o trabalho livre. As primeiras faculdades surgiram em grandes centros, logo após a independência, com o objetivo de formar a elite intelectual e política do país. A exemplo, a Faculdade de Medicina da Bahia, criada em 1808, e as faculdades de Direito de São Paulo e de Recife, de 1827. As universidades, conjunto de faculdades, só seriam criadas a partir do século XX. (mais…)
Por que rejeitar o ensino à distância em saúde?
Cedendo à pressão de grandes empresas do setor, Ministério da Educação liberou cursos remotos para especialidades como fisioterapia e terapia ocupacional, contrariando evidências básicas. Alega permitir a “inclusão”, mas amplia a precarização das profissões
Por Gabriel Brito, em Outra Saúde
Assinado em maio pelo presidente Lula, o Decreto 12.456 regulamenta o Ensino a Distância (EaD) no Brasil. Criticado por entidades de classe e especialistas variados de um lado, defendido por lobistas de interesses privados de outro, a medida repercutiu por conta da exclusão dos cursos de direito, medicina, enfermagem, odontologia e psicologia da modalidade. (mais…)
À beira do colapso? A falência dos modelos atuais de pesquisa e pós-graduação
Por Érico Andrade*, no blog da Boitempo
O sistema de pós-graduação no Brasil conheceu um avanço raro em poucas décadas. Para dar um exemplo, basta dizer que em 2023 a pós-graduação stricto sensu superou a marca de 350 mil matrículas. O crescimento da produção científica no Brasil e o incremento na formação de pessoas com mestrado e doutorado é notável. Segundo o Plano Nacional de Pós-Graduação, temos ainda um número deficitário de doutores quando comparado a outros países, mas com um esforço descomunal da comunidade acadêmica estamos equalizando esse quadro. Contudo, esse crescimento, por um lado, não foi acompanhado de melhores condições de trabalho, e por outro, foi objeto de uma maior ingerência dos órgãos de controle sobre a vida universitária. Ou seja, o aumento significativo na produção científica não teve como contrapartida um aumento do investimento em ciência que pudesse desonerar o pesquisador de ser um administrador, contador e expert em prestação de contas de projetos. Ademais, os órgãos de controle passaram a comportar cada vez mais exigências — todas elas quase kafkianas. Nos programas de pós-graduação, as secretarias (quando existe secretaria) parecem abarrotadas de trabalho, porque os sistemas das universidades para monitoramento da vida acadêmica estão cada vez mais complexos. Para alguns deles, aliás, é preciso até um tutorial de uso! (mais…)
Como a ditadura do gerencialismo oprime os professores
Categoria enfrenta precarização, desvalorização e ataques políticos coordenados pela extrema direita. Agora, são avaliados por softwares de “gestão de negócios”. Efeitos: profissionais temporários já são maioria na rede estadual
Por Ricardo Normanha, no Blog da Boitempo
No dia 6 de agosto celebra-se o dia dos e das profissionais de educação no Brasil. A comemoração foi estabelecida porlei de 2014 com o propósito de dar visibilidade à categoria e enfatizar a necessidade de sua valorização. O texto da lei é sintético, com apenas dois artigos. Deles não se desdobram outras medidas ou ações que possam, efetivamente, cumprir com o objetivo de reconhecimento dessas trabalhadoras e trabalhadores. A despeito da ausência de caracterização no texto da lei, é fundamental frisar que se trata de um grupo diverso no que se refere às diferentes categorias profissionais: docentes, gestores, profissionais de apoio escolar, agentes de inclusão, merendeiras, cuidadoras, berçaristas. Ressalta-se ainda a predominância feminina no setor – como em outras profissões ligadas ao cuidado —, fator historicamente associado à desvalorização profissional. (mais…)
