VAT: Uma centelha no mundo do trabalho

Manifestações confirmam desconforto com o desperdício da vida em empregos mal pagos, exaustivos e enfadonhos. Como a campanha pode ampliar-se e ser resposta ao capitalismo do séc XXI. Por que contra-argumentos são insustentáveis

por Ezequiela Scapini, José Dari Krein, Marcelo Manzano e Pietro Borsari, em Outras Palavras

Na última semana a bandeira pelo fim da jornada de trabalho 6×1 retornou à agenda pública brasileira. A pauta, que tomou muito setores da esquerda de surpresa, tem atraído milhares de trabalhadores e trabalhadoras que veem suas vidas sufocadas pela jornada extenuante e por condições de trabalho cada vez mais precárias. Não são poucos os relatos nas redes sociais de sobrecarga e assédio no âmbito de trabalho e só a petição pública feita pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT) já conta com mais de 2 milhões de assinaturas. (mais…)

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A PEC que pode mudar a cena brasileira

Proposta de Erika Hilton revela: há espaço para retomar as mobilizações sociais, colocar a ultradireita na defensiva e mostrar que antissistema é a luta pelos direitos e o Comum. Mas há, na esquerda, quem insista em não enxergar

por Maria J. Pereira, Eduardo R. Pereira e Mateus dos Santos, em Outras Palavras

Na página @memesbrasil, que conta com mais de 3 milhões de seguidores no Instagram, um post mobiliza para as manifestações pelo fim da escala 6×1, que estão sendo convocadas para o dia 15 de novembro, feriado nacional. A legenda da postagem é a seguinte: “a ironia de ser justo no feriado pq é o dia que a galera pode ir sem correr o risco de ser demitido por faltar o trampo”. No entanto, os trabalhadores sob a escala 6×1 são justamente aqueles que não têm final de semana e/ou feriado. Outra imagem que circula nas redes tem Eduardo Bolsonaro, à frente de um palanque, acompanhado de colegas parlamentares, com a irônica frase: “trabalhamos 3×4 e somos contra a PEC pelo fim da escala 6×1”. (mais…)

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Elogio da recusa ao trabalho hiper-precarizado

Cresce a resistência às políticas que incitam desempregados a buscar qualquer ocupação – mesmo desqualificada e inútil. Por trás das pressões, há um projeto do capital e uma ideologia. É preciso compreendê-los, para buscar alternativas

Por Jean-Marie Pillon, em Contretemps | Tradução: Antonio Martins, em Outras Palavras

Nas jornadas de formação e debate do movimento França Insubmissa (Amfis) realizadas no verão de 2024, a socióloga Maud Simonet e seu colega Jean-Marie Pillon ofereceram uma conferência sobre o sentido a ser atribuído à focalização das políticas públicas na valorização do trabalho “valeur travail”. Tratava-se de propor caminhos para compreender os discursos de inserção dos desempregados no trabalho e a promoção quase exclusiva do trabalho “produtivo”. (mais…)

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Brasil: O preço emocional do trabalho

A precarização molda subjetividades. E o Brasil tem indicadores laborais de tristeza e raiva altíssimos. “Reforma” trabalhista, que minou a solidariedade de classe, é o principal fator. É preciso propor outra visão de trabalho – não como força econômica, mas forma digna de viver

por Erik Chiconelli Gomes, em Outras Palavras

No cenário laboral contemporâneo brasileiro, a experiência emocional dos trabalhadores emerge como um fenômeno complexo, fruto de um processo histórico e cultural de formação da classe trabalhadora. Um recente relatório da Gallup, intitulado “State Of The Global Workplace“, revela uma realidade alarmante que não pode ser compreendida isoladamente, mas como parte de uma narrativa mais ampla da construção da identidade do(a) trabalhador(a) brasileiro(a): 46% dos trabalhadores e trabalhadoras relataram sentir estresse, 25% tristeza e 18% raiva com o trabalho no dia anterior à pesquisa (Folha de S.Paulo, 2024). (mais…)

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iFood: entrega expressa viola lei e aumenta risco para entregador, diz MPT

Modalidade de entrega expressa pode contrariar a chamada Lei Habib´s, legislação federal que proíbe incentivos para motoboys acelerarem entregas, avalia MPT; iFood afirma cumprir ‘rigorosamente as leis e normas brasileiras’

Por Daniela Penha | Edição Carlos Juliano Barros, em Repórter Brasil

A ENTREGA EXPRESSA do iFood, que garante a chegada de produtos pedidos pelo aplicativo em um prazo “tão curto quanto 15 minutos”, descumpre leis federais e expõe entregadores a acidentes para o cumprimento de metas, afirmam fontes ouvidas pela Repórter Brasil. (mais…)

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O Supremo contra os trabalhadores

STF posiciona-se em defesa da democracia formal, mas promove o desmonte dos direitos trabalhistas. Ao ceder ao ativismo judicial das corporações, não nega apenas a justiça social: também mina bases para um desenvolvimento econômico sustentável e inclusivo

por Erik Chiconelli Gomes, em Outras Palavras

Ao longo da história, o Direito do Trabalho no Brasil se consolidou como uma ferramenta essencial na proteção dos direitos da classe trabalhadora, sempre tensionado entre os interesses do capital e as demandas por justiça social. No entanto, o que se observa nas últimas décadas, especialmente a partir das reformas neoliberais dos anos 1990, é um processo sistemático de desconstrução dessas garantias. O Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria atuar como guardião dos direitos fundamentais, tem desempenhado um papel paradoxal, promovendo decisões que fragilizam as conquistas históricas do movimento operário. (mais…)

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A luta dos trabalhadores em um Brasil complexo

Presidente da Federação Nacional dos Enfermeiros reflete sobre o estágio atual da classe. Defende: apoiar e defender o governo Lula não apaga a necessidade de enfrentar os retrocessos trabalhistas, que se refletem hoje na precarização

Por Solange Caetano, em sua coluna no Outra Saúde

Neste 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhadores, coube aos brasileiros pensar a respeito da situação que enfrentamos no mercado de trabalho, cada vez mais desregulado. Isso nos leva a outras consequências, tanto econômicas quanto de impactos relevantes em outras áreas, como saúde mental e doenças do trabalho até o convívio com a família, para quem temos cada vez menos tempo. (mais…)

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