Informalidade já atinge 39% dos trabalhadores. A uberização avança. E as relações laborais se fragmentam. A antiga noção de identidade de classe está em mutação, o que acarreta grande impacto nas escolhas eleitorais – e traz novos desafios às esquerdas. É preciso compreendê-los
por Erik Chiconelli Gomes, em Outras Palavras
Uma transformação profunda ocorreu no mercado de trabalho brasileiro nas últimas décadas, alterando fundamentalmente a relação entre trabalhadores, capital e Estado. Esta metamorfose exige uma análise cuidadosa através de lentes tanto históricas quanto contemporâneas, particularmente quando observamos o surgimento do que alguns estudiosos denominaram como uma “nova classe trabalhadora”. A complexidade desta transformação torna-se especialmente evidente ao examinarmos o período entre 2003 e 2024, durante o qual o Brasil experimentou mudanças políticas e econômicas significativas que redefiniram as relações trabalhistas e a composição de classes. (mais…)