A reaparição dos invisíveis

O trabalho assalariado não acabou — e ocupa quatro vezes mais jovens que o “empreendedorismo”. Atingidos pelos retrocessos trabalhistas, eles foram esquecidos também por parte esquerda. O VAT mostrou sua força. Mas quem são?

por Helena Wendel Abramo e André Sobrinho, em Outras Palavras

Logo depois das eleições municipais de 2024, no calor dos debates sobre a dificuldade de candidatos e partidos à esquerda dialogarem com “as periferias” e as “classes populares”, um acontecimento chamou a atenção da mídia e do cenário político: a emergência de um movimento reivindicando o fim da escala 6X1. Chamado VAT, acrônimo de “Vida Além do Trabalho”, o movimento traz como principal bandeira o fim do regime semanal de seis dias de trabalho para um de descanso e afirma a necessidade de limitar a jornada de trabalho para que haja tempo para o lazer, a convivência com a família e amigos, os estudos e os cuidados com a saúde. Ou seja, para usufruir da vida. (mais…)

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Empreendedorismo popular: os paradoxos na busca do bem-estar social e a fuga da exaustão. Entrevista especial com Henrique Costa

Trabalhadores periféricos que tentam um lugar ao sol por meio do próprio negócio, lutam contra a burocratização do estado e por condições de seguridade social que o emprego formal (e mesmo o empreendedorismo) tem cada vez mais dificuldades de garantir

IHU

O mundo do trabalho no Brasil, especialmente para a população mais marginalizada e com menos formação, tem se deteriorado progressivamente. Enquanto o trabalho formal oferece cada vez menos vagas com direitos trabalhistas garantidos, o empreendedorismo, que virou imperativo no mundo contemporâneo, ganha mais espaço. O pesquisador Henrique Costa, especialista nos temas associados à crise do capitalismo nas periferias, especialmente a paulistana, dedicou-se nos últimos anos a compreender o fenômeno. Diante do cenário, ele traça paralelos e linhas de fuga entre o empreendedorismo da classe média e o que ele denomina “empreendedorismo popular”. (mais…)

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Escala 6×1: como se blindam os CEOs

Documento do CADE revela que empresários de dezenas de megacorporações se reúnem para combinar salários, licenças e benefícios. Brasil, país com recordes de acidentes de trabalho e burnout, precisa pôr a jornada de trabalho no centro das discussões sobre saúde

por Leandro Modolo e Raquel Rachid, em Outra Saúde

No último mês, o Brasil se reacendeu politicamente para falar do fim da “Jornada 6×1”. E não foi apenas nas “redes sociais”. Muitos movimentos foram às ruas para levantar a bandeira. Uma rede difusa de vanguardas, militantes e ativistas esteve nas calçadas panfletando e dialogando com a população. A receptividade foi das melhores. As classes subalternizadas percebem e sentem que há algo de brutalmente injusto em uma condição de ausência de vida para além do trabalho. (mais…)

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Plataformas digitais mobilizam o que há de mais arcaico nas relações de trabalho. Entrevista especial com Ricardo Festi

Com trabalhadores deixados à própria sorte, cabe a cada um gerir seu tempo, seu espaço e seus equipamentos, responsabilizando-se por aquilo que deveria ser papel das empresas e do Estado, destaca o pesquisador

Por: IHU e Baleia Comunicação

A redução da jornada de trabalho voltou à agenda pública após o término das eleições municipais. A pauta, que tem origem no movimento Vida Além do Trabalho (VAT), criado pelo vereador eleito Rick Azevedo (PSOL-RJ), e na proposta da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), já atingiu o número mínimo de assinaturas para avançar na Câmara dos Deputados. O projeto pretende pôr um fim à jornada de trabalho 6×1, que tem galvanizado condições de trabalho extenuantes e precarizadas do trabalho. (mais…)

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Saúde e trabalho em um país precarizado

CNS prepara 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, em 2025. Debaterá a reestruturação do trabalho, com os fenômenos de “uberização” e “pejotização”. Pode ser um momento para organizar a luta e criar novas possibilidades de solidariedade social

por Túlio Batista Franco, em Outra Saúde

O mundo do trabalho no Brasil está mobilizado para construir a 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (5ª CNSTT). Organizada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e promovida pelo Ministério da Saúde, está marcada para 2025. Segundo a página do CNS, serão realizadas etapas preparatórias da 5ª CNSTT de acordo com o seguinte cronograma: i) Etapa Municipal/Regional/Macrorregional: até o dia 15 de abril de 2025; ii) Etapa Estadual/Distrito Federal: entre 15 de abril e 15 de junho de 2025; iii) Conferências Nacionais Livres: até 30 de abril de 2025; iv) Etapa Nacional: entre 18 e 21 de agosto de 2025. (mais…)

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VAT: Uma centelha no mundo do trabalho

Manifestações confirmam desconforto com o desperdício da vida em empregos mal pagos, exaustivos e enfadonhos. Como a campanha pode ampliar-se e ser resposta ao capitalismo do séc XXI. Por que contra-argumentos são insustentáveis

por Ezequiela Scapini, José Dari Krein, Marcelo Manzano e Pietro Borsari, em Outras Palavras

Na última semana a bandeira pelo fim da jornada de trabalho 6×1 retornou à agenda pública brasileira. A pauta, que tomou muito setores da esquerda de surpresa, tem atraído milhares de trabalhadores e trabalhadoras que veem suas vidas sufocadas pela jornada extenuante e por condições de trabalho cada vez mais precárias. Não são poucos os relatos nas redes sociais de sobrecarga e assédio no âmbito de trabalho e só a petição pública feita pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT) já conta com mais de 2 milhões de assinaturas. (mais…)

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A PEC que pode mudar a cena brasileira

Proposta de Erika Hilton revela: há espaço para retomar as mobilizações sociais, colocar a ultradireita na defensiva e mostrar que antissistema é a luta pelos direitos e o Comum. Mas há, na esquerda, quem insista em não enxergar

por Maria J. Pereira, Eduardo R. Pereira e Mateus dos Santos, em Outras Palavras

Na página @memesbrasil, que conta com mais de 3 milhões de seguidores no Instagram, um post mobiliza para as manifestações pelo fim da escala 6×1, que estão sendo convocadas para o dia 15 de novembro, feriado nacional. A legenda da postagem é a seguinte: “a ironia de ser justo no feriado pq é o dia que a galera pode ir sem correr o risco de ser demitido por faltar o trampo”. No entanto, os trabalhadores sob a escala 6×1 são justamente aqueles que não têm final de semana e/ou feriado. Outra imagem que circula nas redes tem Eduardo Bolsonaro, à frente de um palanque, acompanhado de colegas parlamentares, com a irônica frase: “trabalhamos 3×4 e somos contra a PEC pelo fim da escala 6×1”. (mais…)

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