“Ainda Estou Aqui” e a representação da ditadura militar no cinema brasileiro. Entrevista especial com Fernando Seliprandy

Para o historiador, o novo filme de Walter Salles sobre a família Paiva se tornou um fenômeno social

Por: André Cardoso, em IHU

Fenômeno de público e aclamado pela crítica, o filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, retrata o drama e o luto da família Paiva – especialmente de Eunice Paiva – após o desaparecimento/assassinato de Rubens Paiva, ex-deputado federal, durante a ditadura militar iniciada em 1964. Em entrevista por e-mail ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU, o historiador Fernando Seliprandy ressalta que, em um mundo onde a extrema-direita avança com força e truculência, “não é pouca coisa a realização de um filme empático com as vítimas da violência de Estado”. (mais…)

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Ditadura: Os mortos pouco chorados pelo Brasil. Por Gustavo Guerreiro

O belíssimo Ainda estou aqui suscita outras reflexões sobre o terror da ditadura. Ao menos, 8.350 indígenas foram assassinados na época, como “obstáculo ao progresso”. Suas vozes devem ser ecoadas, pois cada história não contada é uma violência que se perpetua…

Em Outras Palavras

Ainda estou aqui ganhou destaque nas últimas semanas como um grito de resistência no cinema nacional, narrando a dor dilacerante de uma família que teve seu pai arrancado pela ditadura militar. Como o filme magistralmente retrata, conhecemos os 434 – sabemos seus nomes, suas histórias, suas lutas. São os mortos e desaparecidos políticos que habitam a memória coletiva do povo brasileiro, cujas famílias ainda buscam justiça. Mas há outros gritos de um Brasil profundo, igualmente dolorosos, que parecem não encontrar eco na consciência social dos brasileiros: os 8.350 indígenas assassinados no mesmo período. Por que suas histórias não ganham as telas? Por que seus nomes não estão gravados nos monumentos à memória? Por que suas famílias não têm o mesmo espaço para clamar por justiça? Talvez porque, para boa parte dos brasileiros, eles nunca estiveram verdadeiramente “aqui”. (mais…)

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Famílias de vítimas da ditadura receberão documentos retificados

Emissão reconhece que mortes resultaram de atos de violência do Estado

Letycia Bond – Repórter da Agência Brasil

Os familiares de 434 mortos e desaparecidos durante a ditadura civil-militar no Brasil, parcela que teve oficialmente os casos registrados, por meio da Comissão Nacional da Verdade (CNV), receberão certidões de óbito atualizadas de seus parentes em fevereiro. Com a retificação e emissão de novos documentos, há o reconhecimento de que as mortes foram resultado de atos de violência do Estado, ou seja, de que se tratou de uma série de acossamentos cometidos contra pessoas que questionavam a tomada do poder pelos militares e as violações de direitos perpetradas durante o período. (mais…)

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RS: O prefeito e o cínico “autoritarismo eleito”

Ao defender a ditadura em sua posse, prefeito de Porto Alegre revela sua hipocrisia. Beneficia-se do sistema democrático para insultá-lo, esquecendo que regimes perseguem até prefeitos e governadores. Infâmia é acinte à lei e à população

por Mauri Cruz*, em Outras Palavras

O discurso de posse do prefeito reeleito, Sebastião Meloi, defendendo a ditadura militar, é caso que beira ao absurdo e nos faz crer que vivemos em tempos onde as ideias de certos segmentos políticos não guardam nexo com a realidade. Melo tenta fazer crer ser possível defender o direito de não ter direitos. (mais…)

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Parentes de acusados pela morte de Rubens Paiva acumulam milhões de seguidores nas redes

Levantamos os vínculos familiares de três influenciadores com agentes da ditadura responsáveis pelo assassinato

Por Amanda Audi | Edição: Mariama Correia | Colaboração: Bianca Muniz, Agência Pública

A Agência Pública analisou parentescos dos militares denunciados pela morte de Rubens Paiva e encontrou três parentes que fazem sucesso nas redes sociais e acumulam milhões de seguidores. Nenhum deles trata de política ou faz menção aos antepassados em suas contas – a não ser quando provocados por seguidores –, e a associação a essas pessoas chega a ser motivo de vergonha. (mais…)

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Projeto quer suspender salário de militares da ditadura

Deputada cita acusados do assassinato de Rubens Paiva

Letycia Bond – Repórter da Agência Brasil

A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) apresentou um projeto de lei que pede a suspensão da remuneração de militares denunciados por violações de direitos humanos e crimes contra a humanidade praticados no período da ditadura civil-militar instaurada com o golpe de 1964. (mais…)

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