Conheça a mulher que desafiou as regras do cartel de tráfico de drogas mais poderoso do mundo

O drama de Emma, mulher de El Chapo, conhecida por ser a “primeira-dama” do narcotráfico a realmente desafiar o cartel de Sinaloa mexicano

Por Anabel Hernández, Agência Pública

Ela é alta, de pele branca, olhos marrons, grandes e brilhantes, lábios volumosos graças ao silicone e corpo esculpido por lipoaspiração. Tem 31 anos e se chama Emma, como a protagonista do emblemático romance de Jane Austen, mas as duas não poderiam ser mais diferentes. A Emma do século 19 pertencia à alta aristocracia inglesa, era recatada, sentimental e obedecia a todos os estereótipos de seu tempo. A Emma desta história do século 21 nasceu em um humilde vilarejo no México, é pouco convencional e decidiu desafiar as regras do Cartel de Sinaloa, a organização de tráfico de drogas mais poderosa do mundo.

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“Internei meu filho para ser cuidado e recebi um corpo”

Adolescente é assassinado dentro de comunidade terapêutica evangélica mantida com recursos federais

Por Clarissa Levy, Agência Pública

Semanas antes de morrer, Lucas Pedreira Rosa prometeu à mãe que levaria a vida nas leis de Deus e trabalharia para comprar um Siena sedã para levá-la à igreja aos domingos. Ele estava na etapa final do tratamento na Comunidade Terapêutica Desafio Jovem Maanaim quando foi assassinado com golpes de enxada na cabeça, desferidos por outro adolescente internado.

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A íntima relação entre narcotráfico e política no Brasil

Investigação da Polícia Federal obtida pela Pública traz detalhes de como os lucros da cocaína são lavados no agronegócio e com elos na política

Por Vasconcelo Quadros, Agência Pública

Ao seguir o rastro do dinheiro da cocaína no Brasil, a Polícia Federal (PF) tirou das sombras uma economia clandestina lastreada no comércio da droga e descobriu uma ameaça real às instituições. “Se não destruir financeiramente esses caras, isso aqui vira um México”, disse em entrevista à Agência Pública o delegado Elvis Secco, chefe da coordenadoria de repressão às drogas, armas e facções criminosas da PF em Brasília. Ele se refere ao poder financeiro dos traficantes brasileiros e à potencial ameaça que representam. No México, assim como na Colômbia da era Pablo Escobar, os cartéis corromperam a política e deixaram um macabro saldo de violência.

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Horror e anticientificismo da “guerra às drogas”

Criminalização gera mais violência e vai na contramão dos estudos científicos. Também intensifica o estigma: ao olhar dependentes sob valores morais, lei priva-os de cuidado, políticas de redução de danos e do direito à Saúde

por Almir Felitte*, em Outras Palavras

Com as eleições municipais tomando o debate público em São Paulo, a Cracolândia, mais uma vez, tem se tornado um tema central. De um lado, aqueles que apoiam a atual política pra região seguem defendendo a repressão policial diária como solução para este grave problema social. A realidade, porém, vem mostrando que este remédio está longe de conquistar bons efeitos. Ainda mais espalhada e ampliada que anos atrás, a região da Cracolândia continua sendo foco de uso abusivo de drogas, com o acréscimo de cenas diárias de violência policial protagonizadas pela PM e pela GCM paulistana.

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Cientistas desafiam proibição e fundam associação para produzir cannabis

Entidade firma convênio com Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e já espera primeira safra; cientistas buscam produzir outras substâncias proscritas para estudo

Por Pedro Ribeiro Nogueira, Rute Pina, Agência Pública

Em 2015, o biomédico Renato Filev foi um dos selecionados em edital promovido pela Secretaria Nacional de Álcool e Drogas (Senad), unidade do Ministério da Justiça e Segurança Pública, para financiar estudos sobre novas formas de combater a dependência química. A verba de R$ 700 mil do governo federal seria usada pelo pesquisador para testar hipóteses que levantou ao longo da sua vida acadêmica. O experimento era relacionado à redução de danos: com apoio do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), um grupo de usuários de crack seria submetido à vaporização de cannabis como terapia auxiliar para abandonar o uso abusivo. O estudo, no entanto, nunca foi feito.

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Rio de Janeiro. A guerra contra os pobres: militarização e violência estatal

Em um estudo comparativo entre a realidade das favelas do Rio e os territórios palestinos ocupados, a pesquisadora Gizele Martins reflete: “O que os moradores do conjunto de favelas da Maré viveram durante a Copa do Mundo de Futebol não é muito diferente do que vivem os palestinos. A militarização da vida é algo constante e assustador. Lá são os caças que atravessam diariamente a vida das pessoas, aqui, são os caveirões aéreos (helicópteros blindados e armados). O trágico é perceber que há uma naturalização mundial da violência que ambos os povos sofrem por parte dos poderes estatais e militares”.

por Alberto Azcárate, em El Salto / IHU On-Line*

De fato, existem várias relações e analogias que autorizam a comparação: o Batalhão de Operações Especiais Carioca treina em Israel. O Brasil é o quinto maior comprador mundial de armas israelenses. Os carros blindados que rodam nas grandes cidades brasileiras são da mesma procedência. O Rio de Janeiro, como a Palestina, ostenta seu “muro da vergonha”, construído em 2009 para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, perto do complexo de favelas da Maré. As autoridades o chamaram de “barreira acústica”, argumentando que era para preservar seus habitantes do ruído dos carros – a favela existe desde 1940. Ninguém duvida que o muro foi levantado para evitar que os estrangeiros, que assistiram os eventos, soubessem que – para muitas pessoas – a cidade estava longe de ser ‘maravilhosa’.

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A estúpida guerra às drogas

A política de repressão, sob nome de s‘guerra às drogas’ não para de assombrar e exterminar as populações mais pobres

Hempadão / CartaCapital

O argumento da “necessidade de combater o crime” é simplista demais para justificar a forma como o tráfico de drogas é reprimido por forças policiais. Um elemento desta questão é bem didático e serve para explicar o problema: Operações que não desarticulam o narcotráfico, mas são celebradas pela apreensão de drogas ou morte de suspeitos são o pior retrato de uma política enxuga-gelo.

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