Viviana Santiago* – Huffpost Brasil
Aos meus ouvidos chega a notícia: no Rio de Janeiro, uma menina foi vitima de um estupro coletivo. Mas diante de toda a comoção que se gera na sociedade, me quedo com uma inquietação: Por que diante de todas as denúncias apresentadas, por que diante do vídeo, do relato, do corpo massacrado, ao invés de buscar encontrar os culpados, parte significativa da sociedade vem usando sua energia para destacar a participação ativa da adolescente e sua culpa no ocorrido?
Diante da notícia desse, mas também dos outros estupros coletivos vivenciados no Brasil (não nos esqueçamos de Castelo do Piauí), pode-se ver o mesmo movimento social: denúncia, profunda comoção frente a divulgação da notícia e, em seguida, a divisão da sociedade em quatro grupos plenamente visíveis: o primeiro grupo busca encontrar a culpa das vítimas nesse processo, o segundo grupo procura naturalizar o crime como se homens fossem seres incapazes de conter seus desejos sexuais, um terceiro grupo que pensa que casos como esse são isolados e não representam nenhum aspecto da prática da sociedade, além de um quarto grupo que desde o primeiro momento vai demarcar esse tipo de crime como violência sexista e de gênero. (mais…)
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