Brasil, México e Austrália reivindicam sua libertação e somam peso diplomático à campanha, que até agora reunia ativistas. Ameaça dos EUA e Reino Unido ao jornalismo fica exposta. Luta precisa crescer, mas algo importante se moveu
Por Chris Hedges no Consortium News | Tradução: Maurício Ayer, em Outras Palavras
“Como prisioneiro político, mantido para o prazer de Vossa Majestade em nome de um constrangido soberano estrangeiro, tenho a honra de residir entre os muros desta instituição de classe mundial. Na verdade, vosso reino não conhece fronteiras.”
Com essas palavras, a incômoda presença de um fantasma das masmorras do reino se fez sentir como uma gélida brisa em meio à coroação de Carlos III da Inglaterra, no último dia 6 de maio. O trecho citado é parte da carta endereçada por Julian Assange a Sua Majestade, naturalmente embebida em ironia, em que convida o rei a conhecer a prisão de Belmarsh, onde se encontra em solitária enquanto aguarda julgamento de um pedido de extradição dos EUA. Assange buscou em O mercador de Veneza as palavras do bardo de Stratford para sensibilizar o soberano que o mantém sob custódia: “A qualidade da misericórdia não é forçada. Ela cai como a chuva suave do céu sobre os baixios”. (mais…)
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