Mercosul-União Europeia, um acordo antiindígena

Agronegócio sul-americano terá grande peso no acordo, o que gerará mais devastação ambiental e pressão sobre territórios dos povos ancestrais. Ainda por ser ratificado, documento cita-os apenas duas vezes – e eles sequer foram consultados

Por Valéria Teixeira Graziano, em Observatório de Regionalismo*

Embora a negociação do Acordo MERCOSUL-União Europeia se arraste desde os primórdios da criação do bloco sul-americano no início da década de 1990, o anúncio da conclusão do processo negociador em junho de 2019 suscitou novos debates sobre seus possíveis impactos para os países dos dois lados do Atlântico. A entrada em vigor do acordo ainda depende da ratificação pelos parlamentos nacionais e da União Europeia e, desde tal anúncio, a questão ambiental tem sido mobilizada por diferentes atores políticos e sociais como forma de barganha e pressão, a partir de interesses diversos. Parlamentares europeus têm manifestado preocupação com relação ao aumento expressivo do desmatamento e das queimadas na região sul-americana e, de maneira mais específica, com relação aos posicionamentos antiambientalistas do governo de Jair Bolsonaro. Mas, embora a questão ambiental seja destacada nos posicionamentos críticos ao acordo, pouco se discute sobre seus impactos para os povos indígenas da região.

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Educação: as centenas de crianças negras britânicas enviadas a escolas para pessoas com deficiência nos anos 60 e 70

Nos anos 1960 e 1970 no Reino Unido, centenas de crianças negras foram taxadas de “educacionalmente subnormais” e enviadas a escolas para alunos considerados de baixa inteligência. Pela primeira vez, alguns ex-alunos falaram sobre suas experiências num documentário da BBC.

por Ashley John-Baptiste, em BBC News

Nos anos 1970, ao 6 anos, Noel Gordon foi mandado para o que era conhecido na época como internato “educativo subnormal” (ESN), a 24 km da sua casa. “Aquela escola era o inferno”, diz Noel. “Eu passei dez anos lá e quando sai, aos 16, não conseguia trabalho, porque não era capaz de ler ou preencher um formulário de emprego”, diz.

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Políticos franceses pedem à UE que abandone acordo comercial com Mercosul por causa de desmatamento no Brasil

ClimaInfo

O jornal Le Monde publicou nesta 5ª feira (6/5) um artigo assinado pelo ex-ministro francês de ecologia, Nicolas Hulot, e por outras duas lideranças políticas da França e da Bélgica, no qual eles pedem à União Europeia que abandone o acordo comercial assinado com o Mercosul. O texto argumenta que a situação da Amazônia é dramática e que o tratado poderá trazer ainda mais problemas para a floresta, principalmente enquanto o atual governo estiver no poder no Brasil. “Não se assina um acordo com um país cujo dirigente despreza os Direitos Humanos e nega seus compromissos ambientais”, argumentam, sem citar o nome de Jair Bolsonaro.

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Acordo Mercosul-UE: parlamentares europeus questionam disposição de Bolsonaro em proteger o meio ambiente

ClimaInfo

Além dos EUA, outra preocupação que Bolsonaro deveria ter na seara internacional é o futuro do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, que segue em compasso de espera por conta da frustração dos europeus com a política ambiental brasileira. O chanceler Carlos França defendeu a aprovação do texto nos próximos meses, alegando que este inclui compromissos e instrumentos para melhorar a proteção do meio ambiente nos países do Mercosul. Para ele, o documento “não tem falhas, nem deficiências”. O Globo e Valor repercutiram as falas.

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Boaventura: crônica de uma oportunidade perdida

Em Portugal, Partido Socialista e Bloco de Esquerda desentendem-se no debate crucial sobre o Orçamento e abrem, em momento delicado, espaço para a direita. Como a dificuldade de compreender a conjuntura levou-os a exagerar suas divergências

Por Boaventura de Sousa Santos*, em Outras Palavras

Perdeu-se uma oportunidade política que dificilmente se repetirá com estes dirigentes. Acima de tudo, o desentendimento concedeu em dez anos uma segunda oportunidade de ouro à direita (e agora também à extrema-direita) para, sem grande esforço nem mérito, voltar ao poder e produzir retrocesso.

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Justicia griega dictó penas de hasta 13 años de prisión para los cabecillas del grupo neonazi Amanecer Dorado

La semana pasada esta entidad, que llegó a tener representación parlamentaria, fue declarada como “organización criminal”

La Diaria

El Tribunal de Apelaciones de Atenas, la capital griega, dictó este miércoles penas de hasta 13 años de prisión para la mayoría de los líderes del partido neonazi Amanecer Dorado, una semana después de que el mismo tribunal declarara a la entidad como una “organización criminal”.

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Boaventura: A Europa entre os EUA e a China

Em busca de alinhamento incondicional, EUA pressionam, chantageiam e tentam desmantelar a União Europeia. Pequim, em contrapartida, propõe mais trocas — e diz buscar diálogo e respeito à autonomia. Para onde trilhará o Velho Continente?

Por Boaventura de Sousa Santos. no Outras Palavras

As declarações do embaixador dos EUA em entrevista ao Expresso de 26 de Setembro ofendem os portugueses e violam os códigos diplomáticos [ao citado jornal, George Glass afirmou que “Portugal tem de escolher entre os aliados e os chineses”, o que indignou o país, e gerou uma réplica do presidente Marcelo Rebelo de Sousa: “em Portugal, quem decide acerca dos seus destinos são os representantes escolhidos pelos portugueses”]. Sabemos que este é o estilo agressivo de interferência nos assuntos internos de países-vassalos ou “repúblicas das bananas”. Não se imaginam declarações públicas deste tipo num país da Europa do Norte. Se houvesse tentativa de publicação, é duvidoso que algum jornal não sensacionalista a viabilizasse, exceto como publicidade paga. As declarações do embaixador têm, no entanto, um tempo e um contexto precisos.

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