A guerra na Ucrânia e o cinismo ocidental

O que tornaria o conflito na Ucrânia mais censurável do que a guerra no Iraque, Afeganistão ou Líbia?

Jacques Baud, em A Terra é Redonda

A caminho da guerra

Durante anos, do Mali ao Afeganistão, trabalhei pela paz e arrisquei minha vida por isso. Não se trata, então, de justificar a guerra, mas de entender o que nos levou a ela. Percebo que os “especialistas” que se revezam nas telas de televisão analisam a situação com base em informações duvidosas, na maioria das vezes hipóteses transformadas em fatos, e por isso não conseguimos mais entender o que está acontecendo. É assim que se cria pânico.

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Torquemadas do pensamento. Por José Goulão

A confraria transeuropeia de polícias de opinião deu finalmente corpo à assustadora profecia de George Orwell e criou o Ministério da Verdade

Em AbrilAbril

Passam por estes dias 19 anos sobre a segunda invasão do Iraque pelos Estados Unidos e outras potências da NATO, mantendo-se ainda a ocupação militar estrangeira do país. Uma guerra limpa, admirável sobretudo quando é apreciada de uma varanda de hotel de Bagdade, lançada por gente com plena sanidade mental, sustentada por razões de uma verdade inquestionável, sem crianças mortas, sem civis bombardeados, sem destruição da maior parte das infraestruturas do país, sem tortura nem chacinas, sem roubos de recursos naturais, sem jornalistas bombardeados de helicópteros como se fossem alvos de um jogo de computador, com espectaculares, cirúrgicos e inofensivos fogos-de-artifício lançados por máquinas de autêntica ficção científica. Um deleite para orgulhosos chefes políticos, inebriados jornalistas esgotando os arsenais de adjectivos e embasbacados telespectadores agarrados aos ecrãs, sorvendo a mais recente superprodução de Hollywood. Solidários com as vítimas? Uns esparsos milhares.

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A OTAN no centro do conflito na Ucrânia. Por Luiz Marques

Terapia Política

“O que a história pode nos dizer sobre a sociedade contemporânea?” A pergunta é de Eric Hobsbawm. Até o século XVIII, “o passado era o modelo para o presente e o futuro. Daí o significado do velho, que representava sabedoria não apenas pela experiência, mas pela memória de como eram feitas as coisas, e de como deveriam ser feitas”, frisa o historiador em Sobre a História (Companhia das Letras). Um tradicionalismo normativo servia de bússola às gerações. Prevalecia a ideia do progresso contínuo. A Revolução Industrial (1830) provocou rupturas e, em Auguste Comte, a crença de que a Sociologia e a Biologia eram as disciplinas mais importantes para a compreensão da famosa “modernidade líquida”.

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As sanções contra a Rússia podem ser um tiro no pé. Por Paulo Kliass

Terapia Política

A escalada de incertezas na esteira de eventos envolvendo o conflito entre a Rússia e a Ucrânia pode provocar graves consequências para economia global. Por mais que os grandes meios de comunicação do mundo ocidental insistam em espalhar a narrativa de que a agressão militar começou súbita e inesperadamente no dia em que tropas russas invadiram o espaço ucraniano, os analistas sabem que a realidade é muito mais complexa do que a intenção de transformar a questão em um grande Fla-Flu de dimensão internacional.

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Ucrânia, Rússia e China. Por José Luís Fiori

Tudo indica que não tem como reverter, nem há mais como devolver o sistema mundial à sua situação anterior, de completa supremacia eurocêntrica

Em A Terra é Redonda

“Já não existe mais um único “critério ético”, tampouco existe mais um único juiz com poder para arbitrar todos os conflitos internacionais, com base na sua própria “tábua de valores”. E já não é mais possível expulsar os “novos pecadores” do “paraíso” inventado pelos europeus, como aconteceu com os lendários Adão e Eva. Como essa supremacia acabou, talvez seja possível, ou mesmo necessário, que o Ocidente aprenda a respeitar e conviver de forma pacífica com a “verdade” e com os “valores’ de outras civilizações”. (José Luís Fiori. Sobre a paz).

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As crianças que estão processando 33 países na Europa

BBC

“Queremos que nossa geração e as futuras gerações tenham os mesmos privilégios da geração de nossos pais”, explicam os irmãos portugueses Sofia e André Oliveira, duas das seis crianças e jovens portugueses que estão processando judicialmente 33 governos europeus – todos os países da União Europeia e também Noruega, Rússia, Suíça, Turquia, Ucrânia e Reino Unido.

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