WikiFavelas: A chacina sem capuz

Dicionário Marielle Franco analisa a estatização da morte no Grande Rio. Com premiação de policiais violentos, massacres tornaram-se cotidianos – e converteram-se em arma contra qualquer tentativa de controle democrático da segurança pública

Por Daniel Hirata, Carolina Grillo, Diogo Lyra e Renato Dirk, em Outras Palavras

Um dia antes de ser assassinada a tiros na região central do Rio de Janeiro, em 2018, Marielle Franco, cria da Maré, defensora dos direitos humanos e vereadora pelo PSOL na cidade do Rio de Janeiro, entoou em suas redes sociais a pergunta que ecoa em nossos ouvidos até os dias atuais: “Quantos mais vão precisar morrer para que esta guerra acabe?”. De lá até aqui, a política de segurança pública do estado do Rio experimentou intervenções federais, operações policiais e programas de militarização que sitiaram as cidades e foram capazes de promover um fenômeno ainda mais perigoso na Região Metropolitana: a expansão das milícias. Segundo o relatório “Mapa Histórico dos Grupos Armados” (2022), produzido pelo GENI/UFF em parceria com o Fogo Cruzado, as áreas dominadas pelas milícias cresceram 387% em 16 anos, e milicianos já dominam mais da metade das áreas controladas por grupos armados na região. Os ilegalismos e a perpetuação da “guerra às drogas” têm produzido graves consequências para a vida dos moradores e moradoras do Rio de Janeiro. (mais…)

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Filme ‘Do Quilombo pra Favela’ mostra caminho para combater a fome no Brasil

Minidocumentário conecta raízes negras e detalha como uma cooperativa quilombola distribuiu 330 toneladas de alimentos para 42 mil pessoas durante a pandemia da Covid-19

por Roberto Almeida, no ISA

Em março de 2020, a Cooperativa dos Agricultores Quilombolas do Vale do Ribeira (Cooperquivale) sentiu o baque da pandemia da Covid-19. De forma unilateral, seus contratos para entrega de alimentos para a merenda escolar com as prefeituras de São Paulo, Santos, Santo André e Cajati foram suspensos.

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Uma radiografia das “cidades do agronegócio”

Qual o papel obscuro do agro na urbanização do país. Como essas cidades se expandiram nos últimos 30 anos. Suas estruturas a serviço das commodities, sob força de trabalho migrante. Por que são excludentes, desiguais e patrimonialistas

Por Denise Elias*, em Outras Palavras

Aumenta a compreensão de que as transformações das formas de uso e ocupação do espaço agrícola brasileiro, com a expansão de commodities e a destruição de uma das mais importantes biodiversidades do planeta, entra na fatura da dívida das corporações do agronegócio com o povo brasileiro.

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WikiFavelas debate saídas à barbárie policial

Policiamento não surge para garantir segurança pública, aponta Dicionário Marielle Franco, mas para conter resistência – e garantir regimes de exploração. Chacinas nunca foram casos isolados. Saída é reformar – ou abolir – polícias e prisões?

Por Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial

Diante da barbárie perpetrada pelas forças de segurança no Brasil dos últimos dias, não podemos apenas esperar que a crise da segurança pública seja superada com palestras e cursos sobre direitos humanos. A crise da segurança pública é uma crise permanente pois mantém, em si, a opressão manifesta em uma metáfora de “guerra” que cumpre seu papel de extermínio da população majoritariamente negra e pobre desta sociedade. Para superá-la, é preciso o enfrentamento ao racismo, ao patriarcado e ao capitalismo, e o reconhecimento de que o “problema” da segurança pública não é apenas um problema de gestão.

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WikiFavelas: Radiografia do poder miliciano

Dicionário de Favelas Marielle Franco mostra a ascensão das milícias e como opera o controle territorial armado no RJ. Na esteira da “guerra às drogas”, elas capitalizaram a cultura do medo. Diversificaram seus “negócios” e miram a política

por Rede Fluminense de Pesquisas sobre Violência, Segurança Pública e Direitos

Moïse Kabagambe, refugiado africano, trabalhador precarizado, negro, foi assassinado à luz do dia e aos olhos de muitos em um quiosque na orla da Barra Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Seu assassinato, pelas mãos de homens brancos a marretadas, nos conta um tanto sobre como o racismo estrutural deste país impede qualquer tipo de interação social do corpo negro sem ser criminalizado ou estigmatizado. Além disso, nos conta sobre os ilegalismos e suas territorialidades na cidade do Rio de Janeiro, diante do fato que de tal crime carrega como marca ter sido realizado (e naturalizado) em área de controle territorial das milícias.

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Rio: o que esperar das UPPs recauchutadas

Ocupação policial do Jacarezinho e Muzema repete erros velhos e graves: tentativa de controle, disciplinamento e subalternização da periferia. No Dicionário de Favelas Marielle Franco, verbetes para compreender o desastre

Por Sonia Fleury e Juliana Kabad, em Outras Palavras

Foram muitos os erros que levaram ao fracasso do programa de pacificação das UPP nas favelas do Rio de Janeiro. Destacam-se a falta de planejamento da política pública, que levou a um grau exacerbado de improvisação, falta de treinamento adequado e de recursos que garantissem sua sustentabilidade, além de sua subordinação aos objetivos eleitoreiros dos políticos e aos interesses de lucratividade do mercado. A ocupação militar representou a instauração do estado de exceção nestes territórios, tendo sido identificada como pacificação apenas pela mídia e pelas classes médias e altas, ignorando os complexos problemas na raiz do crescimento da violência urbana.

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‘Nova UPP’ de Claudio Castro é moeda de troca política, diz pesquisador

Comunidades do Jacarezinho e da Muzema foram ocupadas nesta quarta (19) pelas forças policias fluminenses: “violação de direitos humanos”, afirma Pedro Paulo da Silva, do LabJaca

por Gil Luiz Mendes, em Ponte

A comunidade do Jacarezinho, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, e da Muzema, localizada na zona oeste, foram as primeiras a serem ocupadas pelas forças de segurança do governo fluminense como parte do Projeto Cidade Integrada. O programa criado pelo atual governador Cláudio Castro (PL) segue a mesma linha de um plano executado em 2008 pelo então governador Sérgio Cabral (MDB), que tinha como principal marca a criação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP).

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