Política Nacional de Cuidados: a proposta do governo, o debate no parlamento e as lutas dos movimentos de mulheres e feminista

Intenções do governo parecem boas, mas há três problemas graves: diluição do conceito de “trabalhadoras domésticas”, ausência de orçamento claro e submissão da proposta ao Legislativo – onde nada de bom pode-se prever…

por 

Instituir uma Política Nacional de Cuidados: este é o objetivo do Projeto de Lei (PL) 2763/24 que começou a tramitar no Congresso Nacional, por iniciativa do Poder Executivo. Queremos discutir essa proposição do governo referenciadas nas demandas dos movimentos de mulheres e feminista por políticas que vêm desde o século passado. Essas demandas têm a ver com transformar a injusta divisão sexual e racial do trabalho que sustenta as nossas economias e a reprodução da vida sobre a base da exploração da grande maioria das mulheres. É um desafio enorme que exige uma política, um plano, uma a ação do Estado. Políticas e recursos públicos (municipais, estaduais, nacional, das agências oficiais de fomento) precisam estar estrategicamente orientados a criar equipamentos sociais, garantir direitos, instalar infraestrutura social do cuidado e desmontar as engrenagens (econômicas, sociais e culturais) que mantêm e reproduzem pobreza, miséria e desproteção social que o racismo patriarcal impõe às mulheres trabalhadoras. (mais…)

Ler Mais

Os feminismos negros e suas potências

Pensamento das mulheres pretas avança nas livrarias e universidades. Mas sua grande força – e o que vai muito além da gramática acadêmica – é a experiência vivida no corpo e nas comunidades. Só ela pode vencer a captura pela plantation cognitiva

Por Fátima Lima em entrevista a Berenice Bento e Helena Vieira, na Cult / Outras Palavras

A antropóloga Maria de Fátima Lima Santos é professora associada do Centro Multidisciplinar Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e colaboradora da Casa das Pretas, uma organização feminista negra que atua em comunidades, escolas, instituições e famílias. Nesta entrevista, ela debate a emergência do pensamento feminista negro na Academia, a categoria gênero dentro do movimento negro e a experiência das mulheres pretas como componente indissociável da teoria e práxis política. (mais…)

Ler Mais

Crise multidimensional: reprodução social, ecologia e geopolítica. Entrevista com Nancy Fraser

IHU

Em meio ao complexo cenário acadêmico e político que marcou as últimas semanas em Nova York, tenho o privilégio de entrevistar Nancy Fraser, uma figura de destaque nos campos da teoria marxista e feminista. Seu forte compromisso com a justiça social e sua defesa de perspectivas críticas provocam debates, tais como o recente cancelamento da sua palestra na Universidade de Colônia pelo seu apoio à Palestina. (mais…)

Ler Mais

A luta feminista na Saúde, segundo oito mulheres

Garantia de saúde integral, oferta de creches públicas, programas de renda básica voltados a elas, ampliação da licença paternidade, salário digno, direitos ao aborto seguro e à menstruação com dignidade. Leia as reivindicações feitas neste Dia Internacional

por Gabriel Brito, em Outra Saúde

Neste 8 de março, o Outra Saúde perguntou para oito mulheres de diferentes áreas o que esperam de avanços para o setor da saúde e, por extensão, o conjunto de seus direitos. Afinal, num mundo em crise permanente, desigualdade, violência e uma política sequestrada por oligarquias, são as mulheres quem paga o maior preço. Elas trabalham mais, ganham menos e, em diversas dimensões, sofrem mais. (mais…)

Ler Mais

Judith Butler: Quem tem medo do gênero?

O fantasma, agitado pelo fascismo, virou álibi para restaurar a hierarquia patriarcal e destruir quem busca viver em liberdade. A tarefa é enfrentar o sadismo moral disfarçado de moralidade, por meio de uma visão ética e política transformadora

Por Judith Butlher, em Outras Palavras

O gênero faz parte do feminismo há muitas décadas. Quando nós, feministas, levantamos a questão “O que é uma mulher?”, estamos reconhecendo desde o início que o significado dessa categoria permanece incerto e até enigmático. O gênero é, em uma definição mínima, a rubrica sob a qual consideramos as mudanças na forma como homens, mulheres e outras categorias afins têm sido compreendidas. Por isso, quando levantamos questões sobre homens, mulheres ou categorias de gênero que se afastam do binário, ou quando perguntamos sobre o que acontece no espaço entre essas categorias, estamos nos envolvendo em uma investigação sobre gênero. A pergunta “O que é uma mulher?” ou a questão psicanalítica “O que quer uma mulher?” foram levantadas e comentadas de tantas maneiras que, em algum momento, simplesmente aceitamos que essa categoria é aberta, sujeita a interpretação e discussão perpétuas, tanto na academia quanto no discurso público. (mais…)

Ler Mais

Feminismo: olhar o passado para entender o futuro

O movimento sufragista no início do século XX. O novo ciclo de lutas durante a ditadura. Seu papel na redemocratização. A crescente presença de mulheres na política institucional – inclusive de ultradireita. E o novo desafio: a reconstrução nacional

por Céli Pinto, em Outras Palavras

Neste 8 de março, precisamos falar de política, precisamos falar de democracia. Após termos vivido quatro anos de um governo de extrema direita, que se declarava antipolítico, antissistema, perseguia os que lutavam por inclusão e direitos e militarizou todas as instâncias do poder executivo, tivemos 2023 como um ano de recomeço, embora fortemente marcado pelo 8 de janeiro, última tentativa de pôr uma pá de cal no regime democrático. Os protagonistas da profunda desorganização na política brasileira ainda estão atuantes na vida pública e – o que é mais grave – ainda têm uma popularidade surpreendente. (mais…)

Ler Mais

Silvia Federici: ‘Os movimentos feministas mais poderosos do mundo hoje estão na América Latina’

‘Para sustentar a luta contra o capitalismo, temos que mudar como organizamos a vida cotidiana’, diz a filósofa italiana

Gabriela Moncau e Pedro Stropasolas, em Brasil de Fato

Em São Paulo para lançar seu novo livro, Além da pele (Editora Elefante), a filósofa italiana Silvia Federici, uma das mais influentes pensadoras e ativistas do feminismo anticapitalista, considerou que os movimentos contra a desigualdade de gênero “mais poderosos do mundo” estão, atualmente, na América Latina. (mais…)

Ler Mais