Por que não uma vice?

Na disputa contra o bolsonarismo, é preciso abrir diálogo com as angústias e desejos das mulheres. Elas são as grandes vítimas do conservadorismo moral e do neoliberalismo. Elas jamais endossaram a candidatura fascista. Uma delas deveria ser companheira de chapa de Lula

Por Tainã Góis, em Outras Palavras

Muita água rolada debaixo dessa ponte, parece que se concretiza a possibilidade de Alckmin ser o vice de Lula nas eleições de 2022. Se a candidatura petista encontra amplo apoio da esquerda, a aliança com o ex-governador está longe de ser consenso. Enquanto o pragmatismo argumenta que a escolha representa um aceno importante ao centro em uma disputa eleitoral perigosa, muita gente ainda reluta em colocar de lado a vida pregressa de Alckmin, que carrega em sua biografia tudo o que combatemos nos últimos anos, desde a defesa da privatização de serviços essenciais do Estado, a agressão contra professores e o massacre de Pinheirinho.

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A luta feminista muito além dos novos normais

Feminismos convocam, em todo o mundo, manifestações e greves para retomar a potência dos encontros. Após dois anos de pandemia, e em meio à guerra, 8M amplia a brecha para lógicas pós-capitalistas do cuidado, partilha e circularidade

por Verónica Gago, no Viento Sur | Tradução: Maurício Ayer, em Outras Palavras

Depois de dois anos de pandemia, de transformações profundas no trabalho remunerado e no trabalho doméstico não remunerado, a necessidade de voltar a encontrar a potência que emerge das ruas é fundamental. Atravessadas pela conjuntura que impõe a dívida externa aqui na Argentina, mas que também atravessa vastos territórios da América Latina, pelas consequências das políticas sanitárias e pela necessidade de dar corpo às urgências, feministas de todos os cantos estão se encontrando para que o 8M siga tendo o caráter rebelde que recuperou a partir de 2017.

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Um breve réquiem para bell hooks

Ícone do feminismo negro, autora estadunidense morreu nesta quarta-feira (15) aos 69 anos

Por Jessica Santos, em A Ponte

Surgiu em um grupo de WhatsApp a notícia: morre bell hooks. Ainda estou um tanto catártica enquanto escrevo esta homenagem. Não sou uma velha conhecida da obra de hooks, confesso. Para ser sincera, a encontrei mais a sério neste ano, falando sobre um tema que deixa toda uma geração cética ou mesmo arredia: o amor. Há alguns que a encontram no feminismo, outros que encontram seu olhar sobre a educação. Todas estradas levavam a Roma e múltiplos caminhos levavam a bell.

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As mulheres negras diante das violências do patriarcado

Elas concentram as tarefas de cuidados e são as principais vítimas de agressões e feminicídios. Seus filhos morrem de violência policial. Mas, através do feminismo, apostam: organizando podemos desorganizar a ordem vigente

por CFEMEA

Chegamos ao 20 de Novembro de 2021 na peleja para que o grave problema do racismo estrutural no Brasil ganhe centralidade no debate político frente as lutas de resistência contra o atual governo, seu gabinete do ódio e no debate eleitoral em 2022.

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Descolonizar escola, nova batalha de bell hooks

Sai no Brasil mais um livro de expoente do feminismo negro. Inspirada em Paulo Freire, ela propõe que educação resgate também culturas populares e articule, em luta, a alegria, amor, cumplicidade e autorrealização dos hoje subalternos

Por Ednéia Gonçalves*, em Outras Palavras**

Começar por sempre pensar no amor como
uma ação, em vez de um sentimento, é uma
forma de fazer com que qualquer um que use
a palavra dessa maneira automaticamente
assuma responsabilidade e comprometimento

bell hooks, Tudo sobre o amor

A obra de bell hooks ocupa especialíssimo espaço na formação ativista de muitas brasileiras, sobretudo as pretas, que, como eu, afetuosamente acessaram seus textos a partir das traduções e da circulação entre pares, décadas antes de sua aguardada publicação no país. Suas reflexões e seus estudos sobre raça, gênero e educação sacudiram ambientes acadêmicos e de militância negra e feminista, incitando diálogos potentes com o pensamento de intelectuais ativistas, como Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, Luiza Bairros, Beatriz Nascimento, entre tantas outras que, em suas trajetórias, confrontaram a especificidade das experiências de racismo e sexismo vivenciadas pelas mulheres negras brasileiras com o alcance do ideal de justiça social tão central na face pública dos movimentos feminista e negro.

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Elogio à raiva das mulheres negras

Ela pode ser combustível para a insurgência, de uma maneira que teorias feministas não poderiam explicar. De xoxadas e bailes a pilhérias, há muitas formas de expressar entojo pelo racismo – e transformar o silêncio em linguagem e ação

Por Larissa Santiago, para a coluna Baderna Feminista

O mês de julho acabou e me vi sentada em frente ao mar de Olinda conversando com Audre Lorde em Os usos da raiva: mulheres respondendo ao racismo. Quando conheci o feminismo negro, dizia “sou mais Lorde que hooks”, afinal o horizonte do amor é mais longínquo que o da raiva, ali, palpável.

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Feminismo negro está no centro da luta anticapitalista, diz Nilma Lino Gomes

Ex-ministra dos direitos humanos considera que a esquerda só pode avançar se incorporar as lutas contra o racismo e o patriarcado

Por Camila Alvarenga, no Opera Mundi

No programa 20MINUTOS ENTREVISTA desta quarta-feira (14/07), o jornalista Breno Altman entrevistou Nilma Lino Gomes, ex-ministra das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos durante o governo Dilma Rousseff, sobre o avanço do movimento negro no Brasil. 

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