Pandemia acirra situações potenciais de violência de gênero. Entrevista especial com Fernanda Vasconcellos

Professora analisa dimensões da desigualdade no que toca, especialmente, às mulheres que estão em situação de maior vulnerabilidade e risco de sofrer violências

IHU On-Line

Sobrecarga, tensões e medo. A pandemia da Covid-19 intensificou de forma abrupta e intensa esses três vetores que marcam a vida de muitas mulheres submetidas às desigualdades sociais, de gênero e profissionais, o que leva a diferentes situações de violência. “A pandemia acabou trazendo consigo o acirramento do estresse nas sociedades, de ansiedades, de depressões. Certamente, este será também um problema bem expressivo e precisaremos de muita atenção para controlá-lo”, pondera a professora e pesquisadora Fernanda Vasconcellos, em entrevista por e-mail ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

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Ideologia de gênero: assim surgiu o espantalho

Cunhado por cristãos neoconservadores, foi introduzido na política em 2013. Sua evocação, que mobiliza o senso comum pelo pânico moral, serve àqueles que desejam pavimentar caminho autoritário — eliminando quaisquer dissidências

Por Sônia Corrêa*, na Revista Cult

Na vertigem eleitoral de 2018, a fantasmagoria da “ideologia de gênero” desaguou no caudal central da política brasileira. Em janeiro de 2019, o “combate à ideologia de gênero” foi citado como prioridade no discurso presidencial de posse. Desde então, tem sido reiterado, ad nauseam, em falas das autoridades e traduzido em diretrizes, mais ou menos explícitas, de políticas públicas. Em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucionais leis estaduais e municipais, aprovadas desde 2014, que proíbem gênero na educação, mas isso não deteve a proliferação de projetos de leis antigênero, seja no campo educacional, seja em outros domínios, como o reconhecimento da identidade de gênero na infância, a participação de atletas trans em competições esportivas e o uso da linguagem neutra de gênero. Desde o ano passado, as forças engajadas nessas cruzadas negaram a gravidade da Covid-19, recusaram medidas de isolamento e prevenção e atacaram as vacinas, contribuindo, portanto, para o fracasso da resposta à pandemia, do qual decorre a hecatombe em que o país está mergulhado no começo de 2021.

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Mulheres pobres trabalham cinco vezes mais que homens em zonas rurais

Elas dedicam 14 horas por dia aos cuidados não remunerados, como buscar água, lenha e cuidar de crianças, aponta relatório da Oxfam para o Fórum Econômico Mundial; dados são globais, mas refletem situação no Brasil, onde os homens são donos de 87,32% das propriedades rurais 

Por Priscilla Arroyo, em De Olho nos Ruralistas

Buscar água do poço ou da nascente, colher lenha, cozinhar, fazer pequenos consertos, cuidar de crianças e idosos. Esses são alguns exemplos de trabalho de cuidado não remunerado, atividade essencial para manter o fluxo de comunidades e até da economia de um país. Trata-se de uma ocupação invisível, desproporcionalmente assumida por mulheres e meninas em situação de pobreza. 

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Falsa revista de moda espanhola escondia um guia contra a violência machista

Polícia Local de Dénia identificou 24 vítimas de violência de gênero que nunca haviam denunciado graças as 70 publicações que distribuiu por 18 estabelecimentos frequentados por mulheres

por Cristina Vasquez, em El País

Uma falsa revista feminina camuflava um guia contra os maus-tratos. Esse foi o método nada ortodoxo com que o município de Dénia (Espanha) conseguiu descobrir novos casos de violência machista. Setenta exemplares dessa falsa revista de moda e viagens circularam durante quase dois anos por 18 estabelecimentos frequentados por mulheres do município, o que serviu para que 24 mulheres que nunca haviam denunciado pedissem ajuda.

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Gênero e agroecologia são temas de formação continuada da Rede Mulher Sertão do São Francisco

Formação da Rede Mulher discute sobre patriarcado e suas formas de dominação com cerca de 35 agricultoras, apicultoras, pescadoras dos municípios de Juazeiro, Sento Sé, Pilão Arcado, Remanso, Campo alegre de Lourdes, Casa Nova, Curaçá, na Bahia. 

por Comunicação Irpaa / CPT

Com a proposta de ser uma formação modular, o primeiro encontro aconteceu nos dias 06 e 07 de novembro, no Centro de Formação Dom José Rodrigues, em Juazeiro (BA). A violência contra a mulher e a divisão injusta do trabalho foram as principais evidências reconhecidas pelas mulheres como a maior expressão do patriarcado.

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“Sem discutir gênero, não vamos conseguir prevenir a violência sexual”, diz pedagoga

Confira a entrevista com Caroline Arcari, autora da obra “Pipo e Fifi”, que participou do XIII Encontro das Crianças Sem Terrinha do Paraná

Por Fernanda Almeida, Ednubia Ghisi e Nyky Rodrigues, na Página do MST

Entre os 66 mil casos de violência sexual registrados em 2018, 54% das vítimas tinham até 13 anos, de acordo com o 13º Anuário de Segurança Pública, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Quase 90% dos casos deste tipo de violência contra crianças e adolescentes são registrados no ambiente familiar. Como forma de avançar na prevenção do problema, o tema fez parte da programação do XIII Encontro Estadual das Crianças Sem Terrinha do Paraná, realizado entre dos dias 16 e 18 de outubro. 

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O impacto dos gestos concretos de acolhimento de Francisco para a comunidade LGBT+. Entrevista especial com Cris Serra

Por: Ricardo Machado, em IHU On-Line

 A “imagem gay-friendly” do papa Francisco, construída em contraste com seus dois últimos antecessores, não contempla as declarações do pontífice condenando a teoria de gênero. Apesar desta posição aparentemente antagônica, a mudança de enfoque pastoral de seu pontificado “é inegável”, pontua Cris Serra, pesquisadora do Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos – CLAM, coordenadora nacional da Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT e ativista de Católicas pelo Direito de Decidir. “Francisco não se limita a defender uma ‘Igreja em saída’, uma Igreja que vá em direção às periferias, uma Igreja de ‘pastores com cheiro de ovelha’. Ele demonstra o que diz com seus atos ao receber em audiência o homem trans espanhol e sua companheira; ao lavar os pés da travesti numa Quinta-feira Santa; ao dizer para o gay chileno vítima de abuso por sacerdotes que Deus o fez assim e o ama como ele é; ao receber o grupo de católicos LGBT ingleses; entre tantas outras iniciativas”, afirma.

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