Gaza já com 700 mortos e milhares em fuga. Washington abençoa a ofensiva

Ataques aéreos e tanques em ação tanto no norte quanto no sul. Onda de protestos em Israel, reunião do governo para destituir chefe do serviço secreto

Por Fabio Tonacci, no La Repubblica / IHU

Com o total apoio de Donald Trump e com o substancial desinteresse da Europa, focada apenas na questão ucraniana,  Netanyahu lança o plano final contra o Hamas. Em Gaza e na Cisjordânia. Um plano que, em essência, soa assim: mísseis do céu e ofensivas terrestres até que os militantes devolvam os 59 reféns israelenses, 24 dos quais se acredita estarem vivos. O custo humano dos bombardeios, desde a quebra do cessar-fogo, já é assustador: 710 palestinos mortos na Faixa de Gaza e 900 feridos em 48 horas, segundo o porta-voz do hospital Shuhada al-Aqsa. Ele acrescentou: “70% dos feridos são mulheres e crianças, muitos deles gravemente feridos”. (mais…)

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Carta do cárcere. Por Mahmoud Khalil

Em A Terra é Redonda

Uma carta ditada por telefone pelo líder estudantil norte-americano detido pela Polícia de Imigração e Alfândega dos EUA

1.

Meu nome é Mahmoud Khalil e sou um prisioneiro político. Estou escrevendo para você de um centro de detenção na Louisiana, onde acordo em manhãs frias e passo longos dias testemunhando as injustiças silenciosas em andamento contra muitas pessoas impedidas das proteções da lei. (mais…)

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Ao retomar a ofensiva em Gaza, Trump caminha para criar o seu Vietnã

Por Bruno Huberman, Blog da Boitempo

Donald Trump assumiu a presidência dos EUA, há aproximadamente dois meses, com uma nova abordagem para a questão Palestina/Israel. Implementou um cessar-fogo antes mesmo da posse e prometeu uma limpeza étnica completa dos palestinos da Faixa de Gaza para a sua reconstrução como um resort de luxo. Na “Trump Gaza” dos seus sonhos, o dinheiro cai do céu na cabeça de Elon Musk e Trump partilha um drink com Benjamin Netanyahu à beira de uma piscina, como demonstra o seu vídeo promocional. O governo de Israel chegou a abrir um gabinete para planejar a expulsão dos palestinos. (mais…)

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Mamãe, nós vamos morrer?

“Corríamos sem saber se fugíamos da morte ou íamos em sua direção”. Uma jornalista palestina em Gaza reporta o horror da madrugada de 18/3, quando Israel retomou o genocídio matando mais de 400 pessoas – 174 das quais, crianças

Por Rasha Abou Jalal, no Drop Site News| Tradução: Antonio Martins, em Outras Palavras

Acordei às 3h da manhã do dia 18 com o som de uma enorme explosão acima da minha cabeça, quebrando o silêncio da noite. Por um momento, senti como se tivesse morrido. (mais…)

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Israel perde a paz. E a alma. Entrevista com Daniel Bar-Tal

IHU

O que aconteceu com Israel? A esperança dos sobreviventes do horror do nazi-fascismo é agora um país-regime racista, impregnado por um nacionalismo religioso-messiânico que está prestes a expulsar em massa os palestinos de Gaza e da Cisjordânia? Essa pergunta é levantada pelo novo livro de Daniel Bar-Tal, 77 anos, La trappola dei conflitti intrattabili (A armadilha dos conflitos intratáveis), que acaba de ser publicado pela Franco Angeli. (mais…)

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Brasil: Para não esquecer os crimes na pandemia

Cinco anos após a eclosão da covid-19, acervo recém-lançado resgata memórias da crise que vitimou 700 mil brasileiros – e dos crimes cometidos pelo governo Bolsonaro e agentes privados. Pesquisadores apontam o grande desafio de combater o vírus, fake news e anticiência ao mesmo tempo

por Luiza Caires, no Jornal da USP / IHU

Mais de 700 mil brasileiros morreram de covid-19. Fomos o terceiro país do mundo, quase empatados com os EUA em segundo, no ranking da maior taxa de mortalidade por habitante do mundo na pandemia, em uma tragédia que não pode ser atribuída de maneira simplista somente ao vírus. O número, que assombra, não é novidade – ele tem sido repetido em diversas falas, documentos e reportagens. Mesmo diante desse assombro, ainda é real a preocupação de que essas vítimas e a dor de quem sofre a falta delas sejam esquecidas na memória coletiva do País. (mais…)

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“A história julgará os meios de comunicação ocidentais por serem cúmplices dos crimes cometidos por Israel”. Entrevista com Ilan Pappé

Ilan Pappé (Haifa, 1954) é um dos mais reconhecidos historiadores israelenses, justamente por ter desmantelado as principais mentiras sobre as quais Israel construiu sua história. Agora, após ser uma das vozes internacionais mais incansáveis na denúncia do genocídio em Gaza, publica Israel vs. Palestina: A Mais Breve História do Conflito (Ideias de Ler, 2025), no qual relembra como a limpeza étnica dos palestinos não começou em 1948, mas nos anos 1920, quando o Mandato Britânico da Palestina permitiu que grupos sionistas se armassem e formassem um grupo paramilitar para expulsar os camponeses palestinos de suas terras, empobrecendo-os e condenando-os a viver em subúrbios como deslocados.

A entrevista é de Patricia Simón/ A tradução é do Cepat, no IHU

Nesse novo livro, essencial para lembrar como a violência sionista desembocou no genocídio, Pappé também explica como a Europa e os Estados Unidos apoiaram a criação do Estado judeu no Oriente Médio, antes do Holocausto, justamente por seu antissemitismo, para esvaziar seu território de judeus. Pappé destaca que a propaganda sionista no final do século XIX já apresentava os palestinos como estrangeiros em uma terra que pertencia aos judeus desde o Antigo Testamento. Mas, sobretudo, o ensaísta desmascara duas das falácias mais difundidas pelo sionismo: que a Palestina não tinha identidade nacional própria antes de 1948 e que o conflito é entre judeus e muçulmanos, sendo que os cristãos palestinos sempre tiveram um papel fundamental no movimento por uma Palestina árabe. (mais…)

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