por Patricia Fachin, em IHU On-Line
“Nenhuma pessoa que vive em favela desconhece o fenômeno da violência de maneira acrítica. O que ocorre é que as pessoas precisam lidar com uma série de forças que estão presentes nos seus espaços de vida, e isso tem impactos sobre o alcance da sua crítica”. A observação é da doutora em Sociologia Rachel Barros, que há mais de dez anos tem contato com as comunidades que vivem nas periferias do Rio de Janeiro, especialmente com os moradores do complexo de favelas de Manguinhos.
Na entrevista a seguir, concedida por e-mail para a IHU On-Line, Rachel relata que “os moradores de favelas têm os seus espaços de vida controlados e/ou invadidos por diferentes forças coercitivas”. Segundo ela, para entender a dinâmica de violência e coerção nesses territórios e os problemas relacionados à segurança pública no Rio de Janeiro, é fundamental analisar a “atitude de conivência e manutenção dessa estrutura por parcelas do Estado”. (mais…)