Petróleo: a hipocrisia do Brasil na COP30

Cientistas analisam e criticam ambiguidade e contradições do governo brasileiro na sua política ambiental. Para eles, a postura revela incoerência entre retórica e realidade. Artigo foi publicado na Science, nesta quinta

Por José é Amorim Reis-Filho, Tommaso Giarrizzo, Friedrich Wolfgang Keppeler, Eurico Noleto-Filho, Marcelo Oliveira Soares, Valter M. Azevedo-Santos, Guilherme O. Longo, Mariana Bender, Rafael A. Magris e Philip M. Fearnside, em Amazônia Real

Publicamos uma carta na revista Science [1], disponível aqui, explicando a inconsistência entre o discurso brasileiro sobre aquecimento global e a atuação do governo na exploração de petróleo na foz do rio Amazonas e em outros novos campos de extração propostos. Aqui trazemos este texto em português: (mais…)

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“A vida dos povos indígenas não pode valer o preço do petróleo”

Povos indígenas da Bacia Amazônica denunciam avanço petroleiro em seus territórios e erguem bandeira coletiva de resistência pelo fim da exploração na Amazônia

Coiab

“A vida dos povos indígenas não pode valer o preço do petróleo”. Com essa afirmação, Luene Karipuna, da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará (APOIANP), organização de base da Coiab, abriu a mesa na Zona Azul da COP30 junto a lideranças indígenas da Colômbia, Brasil, Peru e Equador, onde fez um alerta contundente sobre os impactos da expansão petroleira na Amazônia. (mais…)

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COP30: “A exploração do petróleo pelo lulismo é resultado da falta de imaginação política”. Entrevista especial com Moysés Pinto Neto

IHU

“Para nós, este é um momento de revolta, de indignação, é um momento em que nós, indígenas, sentimos na pele a derrota do nosso território. Nós não comemos dinheiro. Nós queremos o nosso território livre do agronegócio, da exploração de petróleo, da exploração de minério, da exploração de madeireiros”. A declaração do cacique Gilson Tupinambá, no segundo dia da COP30, enquanto manifestantes tentavam acessar a Zona Azul, espaço oficial da conferência, onde acontecem as negociações entre os países, é um exemplo concreto das insatisfações com os rumos da política nacional na área socioambiental. A manifestação emerge num contexto em que o país é afetado por eventos climáticos extremos, o Ibama autoriza a Petrobras a pesquisar a viabilidade de exploração de petróleo na Foz do rio Amazonas, com apoio presidencial, a Amazônia é afetada pela extração mineral e a violência contra os povos indígenas aumenta. (mais…)

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Raoni desafia planos de Petrobras e Lula na COP30: “Não queremos petróleo na Amazônia”

Liderança dos Kayapó, cacique se opõe a exploração de petróleo pela Petrobras na foz do Amazonas

Por Isabel Seta | Edição: Bruno Fonseca, em Agência Pública

Sentado diante de uma plateia que, para poder vê-lo falar, ocupou cada canto disponível do espaço do Ministério Público Federal (MPF) na área de livre acesso da COP30, o cacique Raoni Metuktire pega o microfone. (mais…)

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BR-319: a lição sombria da aprovação do petróleo na foz do Amazonas

Como as pressões políticas influencia na autorização de licenciamentos ambientais de empreendimentos na Amazônia, como a exploração de petróleo na foz do Amazonas e na BR-319, e quais as consequências ambientais?

Por Philip Martin Fearnside, em Amazônia Real

Em 20 de outubro, o IBAMA aprovou a licença para o primeiro poço “de pesquisa” de petróleo na foz do rio Amazonas, contradizendo não apenas as conclusões de especialistas externos (por exemplo, [1-3], mas também os pareceres formais da própria equipe técnica do IBAMA [4, 5]. A recente “simulação” de resposta a um derramamento de petróleo, que apresentou resultado negativo e exigiu diversas medidas corretivas, além de uma segunda “simulação” [6], apenas serviu para acelerar a aprovação. As lições a serem aprendidas com esse histórico recente são altamente relevantes para a aprovação pendente do projeto de reconstrução da rodovia BR-319. (mais…)

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MPF pede inclusão como coautor de ação de organizações sociais contra licença da Petrobras na Foz do Amazonas

Instituição também defende competência da Justiça Federal no Pará e pede prazo para reforçar os argumentos e pedidos das entidades

Ministério Público Federal no Pará

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal no Pará, na segunda-feira (27), a inclusão da instituição como coautora da ação ajuizada por organizações sociais, no último dia 22, que busca anular a licença de operação para a perfuração de um poço de petróleo pela Petrobras na Bacia da Foz do Amazonas. Além de se juntar às oito organizações da sociedade civil que iniciaram o processo, o MPF pediu um prazo de 15 dias para complementar os pedidos das entidades, reforçando os argumentos e solicitações, e defendeu a competência da unidade da Justiça Federal no Pará para julgar o caso. (mais…)

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Petróleo na Amazônia: o que está em questão. Por Paulo Kliass

Num mundo ainda carbonocêntrico, país tem soberania, e exploração é tema delicado. Só a Petrobras deveria ser autorizada a promovê-la, cercando-se de cuidado e supervisão máximos. Porém, a autorização do Ibama, às vésperas da COP, traz desgastes…

Em Outras Palavras

A proximidade da realização da COP30 em Belém do Pará tem colocado algumas dificuldades para ser realizado um debate mais sereno e mais racional a respeito de quais seriam as posições mais adequadas para o Brasil adotar em relação à exploração do potencial petrolífero da chamada Margem Equatorial da foz do Rio Amazonas. A sensibilidade elevada em razão deste importante encontro das Nações Unidas introduz alguns ingredientes na salada geral em que se transformou a temática da sustentabilidade. (mais…)

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