O Brasil precisa de uma nova frente de luta! Por Jones Manoel

Não podemos esperar. O fascismo não será derrotado nas instituições do Estado burguês e o neoliberalismo progressista não é uma resposta. É preciso agir, pois é na ação que se faz a vanguarda das lutas e se organiza a nossa classe. É uma tarefa coletiva e inadiável!

No Blog da Boitempo

Derrotamos eleitoralmente o bolsonarismo na eleição presidencial de 2022, mas no plano das eleições legislativas estaduais e nacionais, e nas eleições para governador por todo o país, a extrema-direita saiu fortalecida e não perdeu a iniciativa política. A extrema-direita defende uma radicalização do projeto neoliberal combinado com o fechamento político do regime e uma contrarrevolução na dimensão cultural, dos direitos civis e humanos. A resposta de vastos setores do “campo progressista” é: combinar a gestão do neoliberalismo com manutenção do regime democrático-burguês, defender os direitos humanos e civis e cultivar alguma preocupação “social”. (mais…)

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Intelectuais (novamente) em questão. Por Paulo Fernandes Silveira

Em tempos de redes sociais, o papel dos intelectuais precisa ser colocado novamente em questão

“Tá tudo errado, irmão, então pega a visão”
(Planet Hemp, “Distopia”)

A Terra é Redonda

1.

Em abril de 1994, a revista Magazinne Littéraire publicou parte da correspondência entre Maurice Merleau-Ponty e Jean-Paul Sartre (MERLEAU-PONTY; SARTRE, 1995). Essas cartas evidenciam a razão da ruptura entre os filósofos: uma divergência sobre suas concepções acerca do engajamento intelectual. (mais…)

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Identidades sem rumo. Por Tarso Genro

As identidades políticas da esquerda sequer se fazem pela ideia de reformas sociais democratas de “esquerda”

Em A Terra é Redonda

Parto da constatação, aqui referindo ao livro de Eric Hobsbawm, que não só saímos – nos últimos 30 anos – da “era das revoluções”, como entramos num largo período distópico em que as identidades políticas da esquerda sequer se fazem pela ideia de reformas sociais democratas de “esquerda”, como também derivaram – sem coloração definida – para o restrito campo da utopia democrático-liberal. (mais…)

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Incerteza, um ensaio. Por Eugênio Bucci

Em A Terra é Redonda

O incerto alguém e o dono da máquina

O nosso problema é que a máquina é um fator de incerteza muito maior para você do que você para ela. A maior parte das dúvidas a seu respeito seu smartphone já contabilizou e precificou. Os aplicativos e os algoritmos sabem quase tudo do que está por trás dos seus dedos que digitam e dos seus olhos que se movem de modo atarantado percorrendo cada milímetro quadrado da tela. É por isso que a máquina “adivinha”, no instante mesmo em que você digita o “v”, que você vai escrever “vazio”, ou “valor”, ou “vício”. (mais…)

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Polêmica: Os “identitários” sabem ouvir?

Contraposição a um artigo publicado em Outras Palavras. Antagonismos esvaziados tem efeito colateral: o marxismo desaparece como prática fundamentalmente política – e protagonistas das lutas sociais tornam-se figuras mudas e surdas

por Alex Moraes*, em Outras Palavras

texto de Moysés Pinto Neto, publicado por Outras Palavras no início de março, apresenta-se como um diagnóstico contraposto a outros diagnósticos e aos seus supostos formuladores. Ali, está em jogo o desafio de representar, em termos claros e forjados com linhas divisórias dramáticas, o panorama de uma polêmica na qual incidem o bolsonarismo, a “esquerda liberal racionalista” (acadêmicos progressistas), a “esquerda radical” (influencers comunistas e velhas lideranças marxistas), uma “nova direita fantasiada de esquerda” (nacionalistas econômicos) e as/os protagonistas de um movimento “minoritário” em permanente mutação; movimento que, hoje, confronta-nos com a radicalidade de suas lutas, ancoradas na densa tessitura de filosofias e modos de vida estruturalmente alheios aos regimes de governo promovidos pelo “Deus-Capital-Branco”. No seio dessa polêmica, instala-se um profundo equívoco que organiza os olhares confusos do bloco esquerdista e do bloco bolsonarista: eles só conseguiriam enxergar nas políticas minoritárias o sinal de uma falta identitarista – falta de “luta de classes”, falta de ponderação no tocante a tendências essencialistas, falta, em suma, de radicalismo transversal e vocação majoritária – ou, então, no pior dos casos, o indício de uma insubordinação corpo-política e onto-epistêmica que exige repressão e normalização. (mais…)

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Fanon vivo, no novo pensamento anticolonial

Da Amazônia à Palestina. Da África ao Caribe. Obra do psiquiatra martinicano é revisitada por autores do Sul global. Quem são os condenados da terra hoje. A nova faceta colonial: as polícias. A dominação pelo trauma. A cura: o poder comunitário

por Raj Patel, em Outras Palavras*

O que um psiquiatra morto há 60 anos tem a oferecer à luta da classe trabalhadora no século XXI? Fanon Today: Reason and Revolt of the Wretched of the Earth [Fanon hoje: razão e revolta dos condenados da terra] (Daraja Press, 2022), livro editado por Nigel Gibson com contribuições de autores e autoras desde Síria e o Paquistão até a Palestina e a África do Sul, sugere uma resposta: cura revolucionária. (mais…)

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As Intransferíveis Tarefas da Cidadania Ativa. Por Cândido Grzybowski

Em Sentidos e Rumos

Inicialmente, quero clarificar os conceitos de cidadania que uso e seu sentido. Em democracia políticas reais sempre acaba sendo estabelecido, em suas constituições, um conceito político de cidadania, como sua única força instituinte e constituinte, base legal e jurídica dos direitos políticos iguais, em especial o de votar e com isto definir mandatos temporários para chefes de governos e legisladores, como seus representantes no Congresso. Fundamental, sem dúvida, mas insuficiente. Sempre é possível ter cidadania legítima clamando por democracia, sem ter nenhum reconhecimento constitucional/legal, como é o caso predominante de quem luta contra ditaduras e fascismos. E sempre haverá cidadania política para além do voto legalmente definido em democracias de qualquer tipo, das meramente eleitoreiras até aquelas de alta intensidade, de mais e mais democracia. Aliás, nunca podemos esquecer que o que diferencia democracias transformadoras de democracias de baixa intensidade é a cidadania ativa e se ela está em ação para buscar mais direitos iguais na diversidade, contra negações, exclusões, violações e invisibilidades existentes, assim como para não abdicar de seu direito intransferível de força instituinte e constituinte de votar e lutar por direitos e por políticas públicas voltadas aos direitos. (mais…)

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