O poder no Brasil sugere o fim do mundo através de crianças que “não sabem ler, mas sabem usar camisinha”. Fala de maneira similar àquela que os alemães ouviam, na década de trinta
em El País
No final do século XIX, o Ocidente desenvolveu uma forma de falar de sexo que até então nunca vira a luz. Nós conhecíamos discursos jurídicos sobre comportamentos sexuais, que tipificavam o permitido e o proibido. Conhecíamos discursos morais e teológicos, com suas distinções entre o moral e o imoral. Mas nunca havíamos visto discursos médicos e clínicos sobre o sexual. Ou seja, nunca a definição sobre o que é da ordem do sexual havia passado por distinções como “normal” e “patológico”. Não por acaso, foi exatamente nessa época que o Ocidente viu proliferar, pela primeira vez, tratados sobre perversões, classificações clínicas detalhadas e precisas a respeito de “desvios” em relação a uma sexualidade “normal”. O mundo então descobriu, entre nós, a existência de pessoas descritas como “sádicos”, “fetichistas”, “exibicionistas”, “masoquistas”, “zoofílicos”, “homossexuais”, entre tantos outros. O primeiro texto no qual um comportamento sexual era definido como um transtorno psíquico fora publicado em 1870 pelo médico alemão Carl Friedrich Otto Westphal. Nele, tratava-se de descrever o sentimento homoafetivo como “sentimento sexual contrário”. A partir de então, o Ocidente rapidamente criou uma forma totalmente nova de falar de sexo.
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