Da reverência a Rebeca Andrade ao mar sem ondas no surfe, uma visão psicanalítica sobre os esportes olímpicos e como eles refletem a sociedade desigual e ultracompetitiva. E mais: por que o neoliberalismo não venderá remédio para superar sua própria crise
Christian Dunker, em entrevista a Gabriela Leite e Glauco Faria, no Outra Saúde
O mundo pode assistir, em Paris, a parte da história de redenção de uma das maiores ginastas de todos os tempos. A estadunidense Simone Biles, que havia abandonado algumas das competições nas Olimpíadas de 2020 em Tóquio para tratar sua saúde mental, voltou em 2024 em todo o seu esplendor. Recebeu quatro medalhas, três delas de ouro. E protagonizou uma das cenas mais icônicas dos jogos, durante a vitória de Rebeca Andrade na final do solo. Ao subir no segundo degrau do pódio – o primeiro da ginástica com três mulheres negras em Olimpíadas –, prestou uma bela reverência à brasileira vencedora do ouro, junto de sua conterrânea Jordan Chiles. Ao final, esta última perdeu sua medalha de bronze para a atleta romena Ana Barbosu, após pedido de revisão. (mais…)