Cátia Guimarães, EPSJV/Fiocruz
Violência, dupla jornada, desvalorização do trabalho, falta de acesso a políticas de apoio ao cuidado, silenciamentos. A esses problemas, que afetam a maioria das mulheres, acrescentem-se dificuldades extras, como a disputa pela terra, a exposição à contaminação por venenos e a exclusão dos padrões de beleza impostos pela sociedade patriarcal: eis um retrato mais completo das condições de opressão que atingem as mulheres camponesas no Brasil. A resposta a esse cenário vem sendo produzida com uma crescente organização coletiva, que há décadas tem conquistado espaço no interior dos movimentos sociais rurais e incidido sobre as formas de vida no campo e sobre as políticas públicas. Nesta entrevista, a engenheira agrônoma Miriam Nobre, militante da Sempreviva Organização Feminista (SOF) e da Marcha Mundial das Mulheres e integrante do Grupo de Trabalho de Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), dá exemplos de reflexões e pautas que têm orientado a concepção de um “feminismo camponês popular”, destaca a luta das mulheres para terem seus conhecimentos e suas práticas de agricultoras reconhecidas e fala sobre a relação das mulheres com a agroecologia. (mais…)
Ler Mais