“Somos de uma tradição que não separa a razão da emoção, ou a luta política da subjetividade de ser e viver em plenitude. Para nós que professamos a fé da solidariedade, da compaixão, do afeto e da resistência não há como silenciar a voz no período mais trágico que vivemos desde a escravização do nosso povo. A história de nosso país foi edificada sobre o sangue negro. É nossa obrigação ética e moral enfrentarmos a política de morte do desgoverno Bolsonaro, em honra à memória de lutas e resistência de nossas heroínas e heróis negras e negros.
(mais…)religiões de matriz africana
Educafro entra com representação contra Sérgio Camargo no MPF
Segundo entidade, “ao afirmar que as religiões de matriz africana não irão receber ‘um centavo’ da Fundação, ele incorre na discriminação”
Por Estadão Conteúdo, na Folha Vitória
A Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro) apresentou uma representação ao Ministério Público Federal (MPF) contra o presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, por crime de racismo e ofensa à legislação. O pedido de ação penal tem como base matéria do Estadão que revelou áudios de Camargo nos quais ele diz, em reunião com auxiliares, que não vai destinar um centavo para terreiros, em referência aos locais usados para cerimônias de religiões de matriz africana.
(mais…)Ouça canções do Candomblé gravadas em 1940: etnomusicologia
Do Observatório Nacional de Cultura
Em 2002, Xavier Vatin, professor de antropologia na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), encontrou nos arquivos da Universidade de Indiana (EUA) uma vasta coleção de áudios gravados pelo linguista americano Lorenzo Turner durante uma viagem à Bahia. Tratava-se de um tesouro ainda inédito: mais de cem discos de alumínio (um total de 17 horas de áudio) contendo registros de sacerdotes e sacerdotisas de candomblés dos anos 1940.
(mais…)“O samba da avenida fala de resistência muito antes dessa palavra entrar na moda”. Entrevista especial com Orlando Calheiros
Para o antropólogo, “ao medirmos a potência de um desfile meramente por suas afinidades políticas, ignoramos todo o resto”.
Por: Patricia Fachin, em IHU On-Line
O carnaval e o samba, muito antes de apresentarem um retrato unívoco do Brasil, são artes que expressam “as mazelas dos oprimidos, isto é, dos seus criadores” e refletem sobre temas que perpassam suas vidas há séculos, como a violência, o racismo e a opressão, mas não só. O carnaval, como uma “forma de arte extremamente complexa”, também manifesta em seus sambas-enredo uma visão cosmopolítica, religiosa, o modo de vida que circunda elementos do candomblé, a cultura negra e a arte de matriz africana, e isso faz “toda a diferença”, diz o antropólogo Orlando Calheiros à IHU On-Line.
(mais…)Hackers invadem perfis de religiões de matriz africana no Instagram
Segundo levantamento do Brasil de Fato, ao menos dez perfis foram atacados ou sofreram tentativas em janeiro deste ano
Marina Duarte de Souza, Brasil de Fato
Enquanto o Carnaval da Sapucaí no Rio de Janeiro, uma das maiores festas do país, reverência as religiões de matriz africana com as escolas de samba homenageando referências aos rituais, orixás e entidades da Umbanda e do Candomblé nas quatro primeiras colocações do desfile, na realidade os praticantes do culto tem sofrido situações de ódio e intolerância.
(mais…)A festa religiosa do Carnaval: a resistência alegre dos povos periféricos contra o conservadorismo elitista. Entrevista especial com Aydano André Motta
Apesar do preconceito de parte da população, Festa de Momo continua sendo ferramenta política de combate à injustiça social
Por: Ricardo Machado, em IHU On-Line
Em 1982 o samba-enredo da União da Ilha do Governador, regravado por dezenas de intérpretes, dizia logo na primeira estrofe “A minha alegria atravessou o mar e ancorou na passarela”. Assim se faz a história do carnaval há décadas, que a despeito de uma visão preconceituosa de parte da sociedade segue sendo uma das mais originais formas de resistência das populações periféricas e ao mesmo tempo um rito de memória dos povos africanos escravizados no Brasil. “Quando a Viradouro ganha o carnaval [carioca] contando a história das Ganhadeiras de Itapuã, na Bahia, ou quando a Grande Rio, vice-campeã, retrata Joãozinho da Gomeia, pai de santo baiano que viveu em Duque de Caxias, cidade da Baixada Fluminense, ou a Mangueira que traz a imagem do Cristo negro crucificado e crivado de balas e embaixo outras imagens de LGBTs, mulheres e outras minorias que são oprimidas no Brasil, o carnaval está prestando um serviço fundamental à sociedade brasileira”, pondera Aydano André Motta, jornalista, escritor e pesquisador do carnaval carioca, em entrevista por telefone à IHU On-Line.
(mais…)Resultado do Carnaval do Rio confirma força das religiões de matriz africana
As quatro primeiras colocadas fizeram referências aos rituais, orixás e entidades da Umbanda e do Candomblé
por Nara Lacerda, em Brasil de Fato
Se em algum momento da história do Carnaval do Rio houve dúvidas sobre a influência e presença das religiões de matriz africana na festa, 2020 veio para derrubá-las. As três primeiras colocadas do grupo especial levaram à Sapucaí a força dos orixás do Candomblé, das entidades da Umbanda e o papel primordial que essas crenças têm na construção da identidade cultural brasileira.
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