Uma forma de combater a mortalidade materna

Brasil reduziu a mortalidade materna – mas agora vive estagnação de índices, ainda longe da meta da OMS. Artigo propõe: sistematizar notificação de complicações graves em gestação e parto reunirá dados decisivos para proteger mães

por Guilherme Arruda, em Outra Saúde

Um dos avanços brasileiros em saúde conquistados nas últimas décadas foi a redução na mortalidade materna, um indicador em que altos índices constantemente assolam os países do Sul Global. A nível internacional, a luta contra esse problema social ganhou tração com a Conferência do Cairo (1994), convocada pelas Nações Unidas, em que os países participantes – como o Brasil – se comprometeram a reduzir em 75% até 2015 sua razão de mortalidade materna (RMM), a proporção entre mães que vem a óbito “por causas ligadas à gestação, parto e puerpério” e os partos bem-sucedidos. (mais…)

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O que falta para a vacinação dar certo

Embora no caminho certo, ministério não consegue dar tração ao Movimento Nacional de Imunização. É hora de diversificar estratégias de acordo com os territórios, levar a vacina à casa das pessoas, incluir as escolas e informar a população para combater o negacionismo

Carla Domingues em entrevista a Gabriel Brito, em Outra Saúde

Primeira iniciativa do ministério da Saúde, a retomada do Programa Nacional de Imunização segue em seu esforço de retomar as altas taxas de cobertura vacinal que um dia o Brasil já sustentou. Mas, como mostra o ritmo de imunização, a tarefa está mais difícil do que antes. Há dois motivos principais, explicou a epidemiologista Carla Domingues, ex-coordenadora do PNI, em entrevista do final de 2022 ao Outra Saúde. Um deles é o negacionismo, que ganhou tração no governo Bolsonaro, em especial após a pandemia. Outro, também importante, é o fato de que a atual geração de pais é a primeira completamente vacinada – e que, por isso mesmo, desconhece o significado de doenças como varíola, difteria ou rubéola. A percepção do risco é muito menos clara. (mais…)

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Como o SUS inspira a Reforma da Saúde colombiana

Estudiosa ligada à Associação Latino-Americana de Medicina Social conta, no Cebes Debate, em que bases está sendo construído o novo sistema de saúde na Colômbia. Atenção Primária tem papel decisivo, para reverter modelo hospitalocêntrico

por Gabriel Brito, em Outra Saúde

Surge um projeto que tem o SUS como inspiração. Acontece na Colômbia, onde o governo de Gustavo Petro conduz o país sob uma tênue coalizão de partidos por meio da qual busca garantir maioria legislativa. Dessa forma, ainda que sob fortes pressões, consegue apresentar reformas outrora impensáveis a este país atravessado por quase um século de conflito armado. Claudia Naranjo, doutoranda em Saúde Coletiva, Ambiente e Sociedade pela Universidade Nacional da Colômbia e também membro da Associação Latino-Americana de Medicina Social (Alames), foi uma das convidadas do Cebes Debate da semana passada, e falou sobre a experiência. (mais…)

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Uma armadilha para Nísia Trindade

Ministra inaugura hoje, no Piauí, maior maternidade pública do país. Mas há uma nódoa no ato. Ele marca a transferência dos hospitais do estado para OSs, feita à revelia do Conselho de Saúde, com precarização do trabalho e em nome de políticas neoliberais

por Gabriela Leite, em Outra Saúde

Um dos elementos mais importantes da infiltração do setor privado no SUS são as Organizações Sociais (OSs). Estas entidades, que fazem a gestão de unidades de saúde, têm forte presença em especial nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Mas seu modelo se espalha – muito embora sejam intensamente questionadas por sanitaristas e movimentos de saúde, inclusive por promoverem precarização dos trabalhadores. Um estado onde estão começando a se proliferar, a despeito da posição do Conselho Estadual de Saúde (CES-PI) é o Piauí. A inauguração da nova Maternidade Dona Evangelina Rosa, em sua capital Teresina, que acontece hoje, 28/7, é emblemática como marca desse processo. (mais…)

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SUS para migrantes: é preciso incluir a participação social

Frente Nacional analisa as ações do Grupo de Trabalho para formulação de ações para o cuidado de populações não nativas e alerta: é preciso que o ministério da Saúde inclua representantes da sociedade para participar de decisões – e garantir que não haja estigmatização

Por Alexandre Branco-Pereira, em Outra Saúde

Nos últimos dois anos, foram realizados dois eventos de abrangência nacional destinados a garantir o acesso, pelas populações migrantes, ao direito à participação popular na elaboração de políticas públicas de saúde e ao controle social na execução dessas políticas, assegurado pelo artigo 198 da Constituição Federal, e pela Lei nº  8.142/90. A 1ª Plenária Nacional Saúde e Migração, realizada em 2021, foi o primeiro evento realizado no Brasil com o objetivo de ser um espaço de escuta e sistematização das demandas das populações migrantes e seus aliados para o SUS. Ela contou com a participação de 383 pessoas representando 94 organizações, tendo sido aprovadas 172 propostas, consolidadas posteriormente em 37 diretrizes. (mais…)

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Uma cartografia da luta popular pela Saúde

Iniciativa do Mapa Colaborativo dos Movimentos Sociais em Saúde pode impulsionar agentes sociais para a construção do SUS. Primeira versão deve sair até o fim do ano. Lúcia Souto, do ministério da Saúde, fala sobre seu lançamento e perspectivas

Por Gabriela Leite, no Outra Saúde

As últimas eleições ocorridas no Brasil mostraram que, embora combalida, a luta social continua relevante para traçar o destino político do país. Parte do ministério escolhido pelo presidente Lula reflete essa dinâmica – e entre eles, o da Saúde está entre os que mais se mostram atentos à sociedade, até agora. Isso se reflete, entre outras coisas, na criação do Mapa Colaborativo dos Movimentos Sociais em Saúde, anunciado na 17ª Conferência Nacional de Saúde. Trata-se de um registro coletivo e contínuo da luta popular brasileira, organizado pelo ministério em parceria com a Fiocruz e o Conselho Nacional de Saúde. (mais…)

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Saúde Mental: ainda há muito a construir

Após longo período de desmontes, os preceitos da reforma psiquiátrica parecem estar voltando ao centro das políticas. Mas há muito trabalho para reverter os retrocessos. Conferência, que acontece pela primeira vez em 13 anos, pode ser pontapé inicial

Fernanda Magano em entrevista a Gabriel Brito, em Outras Palavras

No dia 3 de julho, em meio à 17ª Conferência Nacional de Saúde, a ministra Nísia Trindade anunciou e assinou portaria que retomava o financiamento dos Serviços Residenciais Terapêuticos e dos Centros de Atenção Psicossocial, esteios da promoção das políticas de saúde mental no SUS. O evento se deu ao lado de alguns secretários do ministério da Saúde, como Sonia Barros, chefe do recém-criado Departamento de Saúde Mental, demonstração de que esta dimensão do direito à saúde passa por um salto de qualidade na concepção de políticas públicas. (mais…)

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