Agronegócio e grandes empreendimentos com dinheiro público ocupam o centro das políticas públicas para uma das regiões mais secas do Brasil, enquanto dois terços da população vulnerável local permanecem em insegurança hídrica
Por: Ricardo Machado, em IHU On-Line
Quando se fala em sertão nordestino, principalmente na região do Semiárido, a primeira imagem que vem à cabeça é de pessoas e animais famélicos devido à seca, como se aquela situação fosse um incontornável designo da natureza. Entretanto, como descreve o professor João Suassuna, em entrevista por e-mail à IHU On-Line, “o Semiárido nordestino tem muita água. São mais de 70 mil represas, que acumulam um potencial de armazenamento de cerca de 37 bilhões de metros cúbicos. É o maior volume de água represável em regiões semiáridas do mundo. O que não temos, na verdade, é a capacidade de uso coerente desses volumes estocáveis. Falta-nos uma gestão hídrica eficiente, que garanta o atendimento das necessidades das populações do Nordeste seco”.
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