Da “conquista” à violência: o domínio masculino sobre a mulher e a cultura do estupro no Brasil. Entrevista especial com Jacqueline Pitanguy

“Frases como ‘mas ela fez por merecer’ são extremamente perigosas”, adverte a socióloga

Por Patricia Fachin – IHU On-Line

“É da maior importância que as mulheres estejam falando em ‘cultura do estupro’”, porque estão denunciando que “não se trata de um caso horrível de um estupro individual, mas de uma cultura que favorece o estupro”, diz Jacqueline Pitanguy à IHU On-Line. (mais…)

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Complexo do Chapadão inspira com sua 1ª Festa Literária na Biblioteca Comunitária Paulo Freire

Renan Schuindt – RioOnWatch

Era início da década de 90 e o país passava por incertezas. A inflação tirava o sono de todos, o presidente acabara de renunciar após um processo de impeachment e o governo recém-empossado tentava implantar mudanças na economia com uma nova moeda, o real. No Rio de Janeiro, especificamente na Zona Norte da capital, famílias de bairros como Pavuna, Guadalupe e Costa Barros resolveram construir um novo futuro. Estavam cansadas dos aluguéis, da falta de perspectivas e de amparo. Viram no conjunto de morros de barro amarelado, onde crianças brincavam de tobogã, o seu pedaço de chão. Homens, mulheres e crianças munidos de cordas e arames se ajudavam na demarcação dos terrenos. Os familiares, por muitas vezes, se revezavam na vigilância do local para que o tão sonhado lote não fosse ocupado por outros moradores. As construções improvisadas de madeira, aos poucos foram sendo substituídas por alvenaria e hoje, quase trinta anos depois, o Complexo do Chapadão, sonho de futuro melhor desse povo, é visto como um dos mais problemáticos conjuntos de favelas do Estado, no que diz respeito à segurança pública. (mais…)

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Moradores do Parque Carioca estão descontentes após reassentamento da Vila Autódromo

RioOnWatch

Construído para acomodar os moradores removidos da Vila Autódromo e custando R$105 milhões, o Parque Carioca tem sido amplamente utilizado pela administração do Prefeito Eduardo Paes como um modelo exemplar do programa Minha Casa Minha Vida. No entanto, muitos moradores da Vila Autódromo resistiram durante muito tempo ao transplante de sua comunidade para este complexo habitacional público e as condições não refletem a retórica da administração municipal.

Ainda recentemente, o Prefeito Eduardo Paes insistia que todos os moradores que deixaram a Vila Autódromo estavam felizes em partir e que as 341 famílias reassentadas no Parque Carioca estavam satisfeitas com a gestão das unidades habitacionais. Durante uma recente entrevista reveladora para o jornalista esportivo Dave Zirin, do The Nation, Eduardo Paes disse, “Vamos até o condomínio para onde a maioria deles se mudou e você verá se sou popular por lá ou não; se eles estão felizes ou não”. (mais…)

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Complexo do Alemão não esqueceu menino Eduardo de Jesus, morto pela UPP no ano passado

Stephanie Reist – RioOnWatch

O dia 2 de abril marcou uma data importante no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio. Este dia completa um ano desde que um policial da UPP atirou e matou Eduardo de Jesus Ferreira de 10 anos de idade. O incidente foi amplamente coberto pela mídia local, nacional e internacional, e passou a simbolizar a desconfiança que existe entre moradores de favela e a polícia, dado o seu uso excessivo de força e impunidade. O policial ainda tem de ser responsabilizado por suas ações e a mãe de Eduardo, Terezinha de Jesus, tem-se dedicado a encontrar a justiça para seu filho e outras vítimas de violência policial.

Em face da indiferença do Estado e do sistema de justiça penal, membros da comunidade decidiram homenagear Eduardo–em um evento chamado “Eduardo Presente!“–através da reapropriação do beco onde ele viveu e morreu. Ativistas usam frequentemente esta expressão para lembrar aqueles que perderam suas vidas devido a violência policial. Juntamente com a Anistia Internacional, o Coletivo Papo Reto, e outros pais que perderam filhos para violência policial, Terezinha de Jesus conduziu uma procissão de moradores e ativistas pelo bairro Areal no Complexo do Alemão antes de chegar ao beco renomeado: Beco Eduardo de Jesus Ferreira. (mais…)

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Cidadania e transparência em jogo na promoção de megaeventos esportivos. Entrevista especial com Larissa Lacerda

“Não foi à toa que o então secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, afirmou que países com menos democracia seriam ideais para a organização de uma Copa do Mundo. Existe uma clientela especial aí para esse mercado e o Brasil é o novo garoto-propaganda”, aponta a pesquisadora integrante do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio de Janeiro

Por Leslie Chaves – IHU On-Line

Sonegar informações, violar uma série de Direitos Humanos e segregar a cidade têm se tornado práticas recorrentes nos processos de preparação para a recepção de megaeventos esportivos como a Copa do Mundo e, mais recentemente, as Olimpíadas, quem em breve serão promovidas no Rio de Janeiro. A lógica de mercantilização das metrópoles sedes desses eventos desencadeia, sustenta e justifica as condutas de gestão pública no Brasil e ao redor do mundo. “Os megaeventos têm sido utilizados para transformar as cidades em ambientes cada vez mais atrativos ao capital, construindo territórios que sejam ótimos para investimentos – não para pessoas. Pois bem, quem saiu ganhando, ou melhor, lucrando, foram as empresas envolvidas com esses eventos de alguma forma”, frisa Larissa Lacerda em entrevista por e-mail à IHU On-Line. (mais…)

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Eles querem uma nova polícia

“A instituição da qual fazemos parte é assassina”, afirma o investigador Denilson Neves. Conheça ele e outros policiais que encampam a luta pelos direitos humanos dentro das corporações

Por Luiza Sansão – Ponte

Na contramão do pensamento hegemônico das polícias, que legitima práticas criminosas, policiais que são ativistas em direitos humanos lutam, de dentro das corporações, por uma reestruturação do modelo de segurança pública vigente. Espalhados pelo país, alguns deles contam à Ponte Jornalismo como buscam espaços para defender suas posições. (mais…)

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Melhores e piores reportagens internacionais sobre as favelas do Rio em 2015

Essa é a mais recente contribuição para nossa série sobre As Melhores e Piores Reportagens Internacionais sobre as Favelas do Rio, parte do atual debate do RioOnWatch sobre a narrativa e os retratos midiáticos acerca das favelas cariocas

RioOnWatch

Chegamos ao fim de 2015 e agora faltam menos de oito meses para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2016. Com a crescente atenção da mídia global sobre os Jogos têm vindo também raras e perspicazes reportagens aprofundando assuntos-chave como raça, violência do Estado, as reais motivações por trás das remoções, e desafios ao estigma das favelas, assim como empolgantes plataformas para moradores de favelas falarem diretamente a leitores internacionais. Esse alcance amplificado se constrói sobre uma tendência que documentamos na primeira fase da nossa pesquisa longitudinal sobre a cobertura da grande imprensa internacional sobre as favelas do Rio de 2009 a 2014: em seis dos maiores meios de comunicação da língua inglesa, moradores de favelas foram citados acima de seis vezes a mais em 2013-2014, o ano anterior à Copa do Mundo de 2014, que em 2009-2010, logo após o Rio ter sido eleito para as Olimpíadas. (mais…)

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